O programa Eco Folia Solidária: O Trabalho Decente Preserva o Meio Ambiente, de 2024, começou a todo vapor. Na Central de Apoio ao Catador (a) de materiais recláveis, montanda na Ladeira da Montanha, Centro de Salvador, o movimento, da última quinta-feira (8), primeiro dia de Carnaval, surpreendeu. “A procura está boa, bem surpreendente. Eles vieram mais cedo e isso mostra a força do projeto”, avaliou Edson Menezes, Coocreja.
Para Vanise Reis, também da Coocreja, a grande procura é o resultado de um trabalho bem feito e respeitoso com os catadores. “É o resultado de um trabalho sólido. Eles(as) vêm onde o projeto está. Estamos com a expectativa de que essa 19ª edição do projeto seja um sucesso. Que traga muitos resultados positivos para a categoria de catadores e, assim, q natureza agradece”, afirmou Vanise.
Usando a camisa do projeto da edição do ano passado, seu Edvaldo aguardava na fila a vez de se cadastrar e pegar o novo kit de trabalho composto por uma mochila, camisas, um par de luvas, protetor auricular, calça e um par de botas. “Há mais de 40 anos trabalho com reciclagem. Todo ano estou aqui (Eco Folia). Gosto de ver é dinheiro no meio bolso, não é verdade?”, questionou ele, entre risos.
Os irmãos gêmeos Aliomar e Alaim Damião Carneiro, de 60 anos, também veteranos no projeto, chegaram cedo à central. “A gente trabalha junto, há 18 anos. Todo ano trabalhamos aqui, no Carnaval. Achamos muito bom. Esse ano queremos ganhar a bonificação de R$100. Vamos conseguir, somos correria”, afirmou Alaim.
Coordenado e executado por 11 associações e cooperativas de catadores(as) de materiais recicláveis da capital baiana, o projeto deste ano vai beneficiar cerca de 1.100 catadores (as) de materiais recicláveis, sendo 650 autônomos e 450 cooperativados.
Um grupo de mulheres negras, que integram empreendimentos econômicos solidários de costura, em Salvador e em cidades do interior, também estão sendo beneficiadas pela iniciativa. São elas as responsáveis pela produção do fardamento (camisa e calça) e mochilas sustentáveis que estão sendo entregues aos trabalhadores(as).
“A 19ª edição do projeto busca não só oportunizar a geração de trabalho e renda para os catadores e catadoras autônomos e cooperativados, mas também desviar do aterro sanitário mais de 100 toneladas de materiais recicláveis, entre latinha de alumínio,
PET e embalagens plásticas”, explicou Joilson Santana, um dos coordenadores do projeto e da ONG CAMA.
Na Central do Politeama o movimento também chamou a atenção positivamente. “O movimento está bom, muito bom. Muita gente procurando para se cadastrar. Já distribuímos 100 kits de EPIs. Mas, quem não receber pode continuar participando do projeto também”, contou Rita de Cassia Silva, supervisora da Central do Politeama.
A expectativa da organização é retirar do meio ambiente, durante os 7 dias de folia, mais 100 toneladas de resíduos sólidos que seriam descartados de maneira irregular. Somente no primeiro dia da Festa já foram coletadas cerca 11.918,9Kg de materiais recicláveis, entre latas de alumínio, garrafas de pet e embalagens de plástico, relata, Ana Carine Nascimento, também uma das coordenadoras do projeto e integrante da ONG CAMA.
Os materiais coletados estão sendo recebidos nas seis Centrais de Apoio ao Catador(a), quatro dessas montadas na região da Barra, nas ruas Carlos Chiaccio, Marques de Leão e Miguel Burnier. As outras duas ficam no centro da cidade, na Ladeira da Montanha e no Politeama.
Nestas centrais, os catadores(as) estão podendo comercializar os materiais a um preço justo. O quilo da latinha de alumínio está sendo comercializada a R$5,00. As embalagens de plástico e as garrafas PETs estão saindo por R$1,00 o quilo. Além disso, cada trabalhador(a) que conseguir coletar 30 quilos de plástico e PET recebe R$100 de bonificação mais o valor do peso do quilo. Ou seja, R$130,00.
A ação que é coordenada pela associações e cooperativas: Cooperguary, Coocreja, Cooperbari, Crun, Cooperes, Canore, Caec, Camapet, Canarecicla, Cooperlix e Cooperbrava, junto com a ONG CAMA, que integram o Fórum Estadual Lixo e Cidadania da Bahia, tem o apoio do Governo do Estado da Bahia, através da SEADES, SEMA, CAR e da SETRE, da AMBEV, Prefeitura Municipal de Salvador, MPT-BA, MPBA e DPU.
Fonte: ONG CAMA
Foto: Divulgação