Programa contou com a colaboração de 2.230 cidadãos desde que foi criado, em 2019. Objetivo é aproximar a sociedade do bioma e contribuir para sua preservação.
Dados de 600 espécies da Mata Atlântica, algumas ameaçadas, foram gerados pelo Programa de Ciência Cidadã do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) entre 2019, quando começou, e maio de 2023. Neste período, 2.320 colaboradores produziram informações sobre invertebrados aquáticos, borboletas, anfíbios, répteis, aves e mamíferos distribuídos em 67 municípios do Espírito Santo. Localizado no município de Santa Tereza, a 80 quilômetros da capital Vitória, o INMA é uma unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
“A intenção desse programa é justamente aproximar as pessoas e promover o engajamento do público a fazer ciência”, explicou a supervisora Natália Ghilardi-Lopes, que é professora da Universidade Federal do ABC. “Nós sabemos que existe um distanciamento de diversos setores da sociedade em relação à ciência e ao que os cientistas fazem, e uma das missões do INMA é divulgar o conhecimento científico e também promover processos de parcerias entre o público e os cientistas”, acrescentou.
Atualmente, os projetos são do tipo contributivos, nos quais os cientistas cidadãos colaboram apenas com a coleta de dados. Podem participar pessoas interessadas em fazer ciência, visitantes, escolas, estudantes e professores, e os próprios funcionários do INMA que não estão vinculados às ações de popularização da ciência.
Dentro do Ciência Cidadã existem sete subprojetos, cada um com uma peculiaridade. O “Cantoria de quintal” monitora e realiza o inventário de anfíbios por meio de registros sonoros. “Os cientistas cidadãos gravam o som dos ambientes aquáticos, e a partir da cantoria dos anfíbios registrada é possível saber quais são as espécies presentes nessas gravações”, disse Natália.
Já o “Borboletas Capixabas” é feito por meio de registros fotográficos. “O projeto identifica as espécies de borboletas presentes no estado do Espírito Santo, em especial no município de Santa Teresa, e se existem espécies ameaçadas de extinção”, contou.
O projeto “Eu conheço os répteis daqui!” estimula os voluntários a desvendar quais são e onde estão as espécies de repteis do Espírito Santo. Já o projeto “A água desse rio é boa? Quem vive nele te conta!” avalia a qualidade ecológica dos ecossistemas aquáticos urbanos e rurais na bacia do rio Santa Maria do Doce, na região serrana do estado.
No projeto ‘Bromélias’, cientistas cidadãos devem fazer o levantamento da diversidade dos anfíbios que habitam as bromélias da Mata Atlântica, enquanto o monitoramento de aves anilhadas é realizado na ação “Eu vi uma ave usando pulseira”.
Em outro projeto, cidadãos fazem registros de macacos encontrados nas matas e enviam os vídeos por rede social para os coordenadores do INMA, que analisam a distribuição dos animais no estado. É o projeto “Eu vi um macaco no mato”.
“Cada projeto tem a sua plataforma. Basicamente, os cientistas cidadãos aprendem a registrar esses diferentes grupos de organismos e fazer bons registros para enviar as informações de localidades, espécies, condições do habitat, para os coordenadores do INMA”, concluiu a pesquisadora Natália Ghilardi-Lopes.
Fonte: MCTI | GOVBR
Foto: Laura Braga/INMA