Saúde

SMS discute saúde mental da comunidade surda

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio do Campo Temático Saúde da Pessoa com Deficiência, promoveu, neste mês de fevereiro, uma roda de conversa voltada para a comunidade surda, com o tema “Estigmas do cuidado com a saúde mental: Ir ao psicólogo? Tá achando que sou louco?”. A atividade foi realizada no auditório do Multicentro de Saúde Professor Bezerra Lopes, na Liberdade.

A atividade contou com as presenças da psicóloga e intérprete de Libras, Ana Paula Melo, e do pedagogo Marcos André Neves de Souza. Na roda de conversa, houve diversos depoimentos sobre experiências de atendimentos psicológicos sem um profissional bilíngue e sobre os benefícios e possibilidades de poder contar com um.

Conforme a subcoordenadora de Ações Estratégicas da Atenção Especializada, Djara Mahim, a ação tem como objetivo fomentar os laços com a comunidade surda soteropolitana, visando aumentar a procura pelo serviço de acompanhamento em psicologia, disponibilizado para esse público pela SMS, desde julho de 2022. A intenção da secretaria é contratar mais profissionais bilíngues de psicologia, para atender outros níveis de atenção e complexidade da comunidade surda na psicoterapia.

Larissa Rebouças, deficiente auditiva de 46 anos, falou sobre a necessidade da quebra do estigma em cima do atendimento psicológico. “Atendimento psicológico não é coisa doido e todo mundo precisa. Ele ajuda no combate à depressão, melhora da autoestima, ajuda a se encontrar nos próprios pensamentos, previne suicídios. Também leva conforto às famílias, ajudando no processo de recuperação. É muito bom poder contar com uma psicóloga que fale Libras. Nós, surdos, temos muita dificuldade de nos expressar, e com esse contato direto com o profissional, sem precisar do intérprete, é muito melhor.

Ana Paula Melo falou sobre a importância de divulgar as ações para outros surdos. “Hoje sou a única psicóloga que fala Libras e atende pelo SUS em Salvador, e ainda são poucos surdos que buscam atendimento. É importante que os surdos presentes aqui sejam multiplicadores, divulgando o serviço entre a comunidade, para que outras pessoas surdas tenham acesso ao serviço e, assim, quebrar esse preconceito de psicólogo ser coisa de doido”, observou.

Desafios – A psicóloga clínica Marilda Correia, de 53 anos, contou que desde o tempo da graduação já percebia o sofrimento dos surdos por não terem alguém que pudesse entendê-los e que isso despertou nela a vontade de aprender Libras. “O deficiente auditivo também tem seus sofrimentos e angústias que precisam ser ouvidos. Ter uma profissional de psicologia que fala Libras é muito importante, porque consegue também perceber as expressões, o olhar do paciente, e assim direcionar melhor o tratamento. Então, esse contato direto é indispensável”, ressaltou.

Fonte e Foto: SECOM

Related posts

Feira de Santana: 240 carteiras de identificação para autistas já foram emitidas neste ano

Fulvio Bahia

Com estoque crítico, Hemoba se mobiliza para garantir reserva no feriado de Ano Novo

Fulvio Bahia

Caso local de cólera em Salvador acende alerta para saúde pública

Fulvio Bahia

1 comentário

Gabriela Oliveira Fevereiro 26, 2023 at 1:41 pm

Muito necessário essa temática em outros ambientes que trate de saúde mental. Parabéns por esta matéria 👏👏👏

Responder

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Nós assumimos que você concorda com isso, mas você pode desistir caso deseje. Aceitar Leia Mais