Câmara Municipal de SalvadorPolítica

Carlos Muniz repudia xenofobia de vereador de Caxias do Sul contra baianos

Presidente da Câmara designa Comissão de Reparação para acompanhar o caso.

O presidente da Câmara Municipal de Salvador, vereador Carlos Muniz (PTB), manifestou, nesta quarta-feira (1º), repúdio ao discurso xenofóbico do vereador Sandro Fantinel (Patriota), de Caxias do Sul (RS), contra baianos. Muniz determinou que a Comissão de Reparação, presidida pelo vereador Luiz Carlos Suíca (PT), acompanhe o caso e auxilie na tomada de medidas para que o vereador gaúcho responda e seja punido pelo crime.

“Repudiamos qualquer apologia à escravidão. Não podemos permitir que tratem os baianos com tanto preconceito ou rancor. É vergonhoso e inadmissível ver brasileiros defendendo a crueldade”, destacou Carlos Muniz.

Segundo o vereador Suíca, que também repudiou as declarações do parlamentar gaúcho, o episódio não é análogo, mas revive a própria escravidão e não se admite esse tipo de postura de um vereador. O petista disse que as ameaças são de quem está defendendo seus financiadores de campanha: “Defendem quem paga para eles estarem ali, representando essas empresas que lucram em cima do trabalho de exploração”. Para Suíca, as empresas acusadas devem responder na Justiça e o Ministério do Trabalho intervir e punir os patrões.

“Querem manter trabalhadores baianos em situação de trabalho análogo à escravidão para produzir vinhos para os ricos beberem. Isso é uma vergonha. É esse tipo de gente que queria comandar o Brasil. São pessoas assim que não consideram os diretos dos nordestinos”, diz.

O caso

O vereador Sandro Fantinel se manifestou no caso dos trabalhadores resgatados em situação de escravidão nas vinícolas da região. Ele pediu que empresas “não contratem mais aquela gente lá de cima”, em referência a trabalhadores baianos. Disse também que “a única cultura que os baianos têm é viver na praia tocando tambor”. Mais de 200 pessoas foram resgatadas de um alojamento em Bento Gonçalves, onde eram submetidas a trabalho análogo à escravidão na colheita de uva para vinícolas e produtores rurais locais. Eles relatam extorsões, ameaças, agressões e até tortura com choques elétricos e spray de pimenta. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, 194 dos resgatados retornaram à Bahia.

Fonte / Foto: ASCOM CMS

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