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Pedidos de seguro-desemprego começam o ano com alta de 16%

Foram registrados em janeiro deste ano 614.085 requerimentos, ante 529.826 do mesmo mês do ano passado

O número de pedidos de seguro-desemprego voltou a subir no começo deste ano. Foram registrados 614.085 requerimentos em janeiro, um aumento de 16% em relação ao mesmo mês de 2022, em que houve 529.826 solicitações, e também a dezembro, com 533.028. O total pago foi de R$ 3,1 bilhões no primeiro mês deste ano.

No acumulado do ano passado, as solicitações dispararam 9,9%, com 6,689 milhões de requerimentos, depois de recuar 10,25% no ano de 2021, de acordo com o Painel de Informações do Seguro-Desemprego, do Ministério do Trabalho Social.

Ao longo de todo o ano passado, o governo repassou 23,978 milhões de parcelas do benefício destinado aos trabalhadores que perdem o emprego, totalizando desembolsos de R$ 35,969 bilhões. O montante distribuído é 16,5% superior ao repassado em 2021: R$ 30,872 bilhões.

Mas o recorde de requerimentos foi registrado em maio de 2020, com 960.308, a maior marca da série histórica, no começo da pandemia de coronavírus.

Para Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador sênior da área de Economia Aplicada do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), a alta do número absoluto tem muito mais a ver com o aumento de formalização do ano anterior. “O número de pessoas elegíveis ao seguro-desemprego aumentou, porque no ano passado teve uma forte formalização do emprego no Brasil”, explica o pesquisador.

Todo final de ano tem um ajuste no número de empregos. A empresas contratam temporários, alguns são efetivados, mas grande parte não, e nesse processo tem o ajuste que é sazonal. Com isso, tem aumento do percentual de pessoas com acesso ao seguro-desemprego.

“Vejo como algo muito mais cíclico, e não um sinal de que a economia está despencando. Tem mais gente neste ano, porque o emprego formal subiu, e todo final de ano tem essa demissão. Por exemplo, no ano da pandemia não teve demissão em dezembro, porque não teve emrpego. Vejo a demissão centrada mais forte no seguro-desemprego como outro lado dessa moeda de maior formalização ao longo do ano”, acrescenta. Barbosa Filho.

A taxa de desemprego fechou o ano de 2022 em 9,3%. É o menor valor desde 2015, segundo os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No último trimestre do ano passado, de outubro a dezembro, 7,9% da população do país estava procurando emprego. O número indica um recuo de 0,8 pontos percentuais em relação aos três meses anteriores, entre julho e setembro, quando o índice de desocupação registrado pelo instituto foi de 8,3%.

Já o Caged (Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho Social, mostrou que o país abriu 2.037.982 vagas de trabalho com carteira assinada ao longo de 2022, mas com desaceleração em dezembro. Os números de janeiro de 2023 serão divulgados nesta quinta-feira (09).

Outro índice que antecipa os rumos do mercado de trabalho, o IAEmp (Indicador Antecedente de Emprego do Brasil) avançou 0,8 ponto em fevereiro, a 74,7 pontos, compensando queda que havia sido registrada em janeiro. O indicador havia recuado 0,8 ponto no mês anterior. Apesar da recuperação do terreno perdido, o índice segue em níveis historicamente baixos, segundo a FGV).

Mas a tendência para este ano é de desaceleração. “O próprio PIB (Produto Interno Bruto) que saiu recentemente mostrou que o último trimestre do ano já foi bem mais fraco. Por isso, a tendência é um mercado de trabalho mais fraco que dos anos anteriores. Além da política monetária apertada, com a briga do governo Lula com o presidente do Banco Central por causa dos juros, para colocar a inflação nos eixos. Isso tende a desaquecer a economia. Portanto, neste ano o mercado de trabalho não deve ter desempenho tão bom”, avalia Barbosa Filho.

Fonte: Reprodução R7 | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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