Por Fulvio Bahia
Após 5 anos do atentado que matou Marielle Franco e Anderson Gomes, a vereadora Laina Crisóstomo (PSOL), usou o plenário da CMS para cobrar respostas sobre o crime.
“Hoje falamos aqui sobre como a política é um espaço violento para mulheres, especialmente mulheres pretas. O que a gente tem debatido é como combater a violência política de gênero todos os dias. O Golpe sofrido por Dilma, a morte de Marielle, inúmeros outros casos de companheiras que são agredidas, violentadas e desrespeitadas no exercício do seu mandato”.
Para a edil, garantir que mais mulheres acessem a política é um fator determinante na mudança desse quadro.
“Temos exemplos claros. A companheira Áurea, a companheira Sâmia Bonfim, a companheira Talita que pariram no último ano e foram consideradas as deputadas mais faltosas porque não reconheceram nem a existência da licença maternidade. Então quando a gente debate justiça por Marielle a gente também está dizendo que a política precisa ser um espaço mais acolhedor para as mulheres, pra que a gente consiga continuar a tentar acessar esse espaço e se manter nele”.
Ainda segundo Laina, quando uma mulher eleita com quarenta e seis mil votos é assassinada brutalmente, existe um recado nisso aí. “Alguém tá querendo dizer, não venha não. Porque se eu fiz tombar uma mulher com quarenta e seis mil votos que tem visibilidade eu posso matar qualquer pessoa, eu posso derrubar qualquer pessoa, eu posso impedir que qualquer pessoa acesse a política”.
Hoje, as mulheres representam 15% de todo o parlamento do país, número que vem gerando debates em várias frentes, trazendo discussões e inciativas para a maior participação feminina na política.
“Mas o que a gente está dizendo é que a gente precisa transformar o espaço da política em um espaço acolhedor, que seja projetado também para nós. Lutando por isso, a gente consegue fazer uma transformação real na política, somando forças e ficando cada vez mais fortes”.
Para finalizar, a vereadora pontuou que os partidos políticos tem um papel importantíssimo na mudança desse quadro. “Então eu acho que o grande processo é cobrar dos partidos investimentos reais pra que as mulheres não sejam apenas candidatas nem que cumpram cotas apenas, mas que verdadeiramente as mulheres estejam preparadas e que seus mandatos sejam valorizados e respeitados”.
Foto: Derlei Correia