Estudar fora é um sonho que parece distante demais para muitos brasileiros. Para a serrinhense Anna Carolina Stein, de 18 anos, a dificuldade se transformou em motivação: após três anos de preparação, foi aprovada em 15 universidades no exterior, incluindo uma bolsa de 98% na University of Evansville, no estado de Indiana, nos Estados Unidos.
Com Evansville, foram 13 faculdades nos Estados Unidos, incluindo nomes como a University of Michigan, Florida Institute of Technology e Loyola Universityin Chicago. Além das universidades americanas, Stein foi aceita na Middlesex University in Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e na Griffith College, na Irlanda.
Foi apenas ao entrar no ensino médio que a estudante começou a procurar por oportunidades e traçar o caminho rumo ao estrangeiro. Para isso, a The Dream School, escola preparatória feita para auxiliar estudantes nas inscrições, foi sua maior parceira. Ela começou no programa como aluna em novembro de 2020 e logo conseguiu uma bolsa de 100% para um curso remoto de duas semanas da Wake Forest University. Depois disso, virou embaixadora e hoje é mentora do programa, que tem mais de 1.200 alunos.
Morando numa cidade com pouco mais de 80 mil habitantes, ela precisou procurar seu próprio jeito de cumprir os requisitos de aplicação das universidades com as quais sonhava. Entre os essenciais da inscrição, estão a carta de admissão do candidato, cartas de recomendações de professores e o currículo com notas e honrarias.
“Eu sou a primeira da cidade inteira a conseguir essas oportunidades. Então imagina eu explicar para os meus professores o que é a carta recomendação, o que é uma atividade extracurricular. [A minha escola] não oferece nenhuma extracurricular, eu tive que procurar o que eu ia fazer para engajar”, diz Anna Carolina
E assim ela fez: durante o ensino médio, fundou o projeto Relendo Sonhos, em que, junto com a família, doava livros e materiais didáticos para crianças da zona rural de Serrinha e de cidades próximas, e foi coordenadoras da comissão de formatura de sua escola, ajudando em ações para juntar dinheiro para a formatura. Além disso, ter mentorado mais de 500 alunos do ensino médio pela The Dream School e ter mais de 200 deles aprovados em oportunidades de estudos no exterior também teve peso entre as atividades extras.
Para a jovem, o essencial para quem quer estudar fora é causar impacto na vida das outras pessoas. Segundo ela, isso não precisa acontecer em níveis extraordinários, e é bem mais relevante que o candidato realmente se importe com a causa que levanta na aplicação.
“As faculdades dificilmente querem alguém que vá descobrir a cura do câncer ou chegar na NASA. É muito legal se você conseguir, mas eles querem pessoas que têm uma causa pela qual elas são apaixonadas”, afirma. “Eu sou apaixonada por educação, e é a isso que eu venho me dedicando nos últimos 4 anos com trabalho com voluntariado. Escolha algo que você realmente goste e que você realmente faz para melhorar sua comunidade”.
O custo do sonho
Apesar de ter conseguido uma bolsa de estudos de quase 100%, o valor de se manter em outro país, incluindo a anuidade do curso, acomodação e alimentação, pode chegar a 22 mil dólares, quantia que ainda está acima do que ela e a família conseguem arcar. Para conseguir o dinheiro necessário para custear as despesas, Stein começou uma campanha de arrecadação nas redes sociais. Segundo ela, além de ajudá-la a realizar um sonho, a vaquinha faz com que seu caso tenha visibilidade e inspire outras pessoas da região a acreditar que também é possível para eles.
Para ajudar Anna Carolina a embarcar no sonho de estudar fora, as arrecadações estão sendo feitas através do PIX da estudante: annacstein.edu@gmail.com
Fonte: Alô Alô Bahia | Foto: Arquivo pessoal