No Extremo Sul do estado, estão ocorrendo uma série de oficinas voltadas para a formação, monitoramento e avaliação em Educação Ambiental na APA Ponta da Baleia/Abrolhos. O evento começou, na quinta-feira (6), no município de Caravelas, e segue até esta sexta. Em seguida, as atividades serão realizadas em Alcobaça, na próxima segunda-feira (10), e em Prado na quinta-feira (13). As oficinas são realizadas pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), com o apoio do Projeto GEF Mar e do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).
“A Bahia está empenhada em implementar políticas públicas de educação ambiental. O estado já possui regulamentação legal referente ao programa de Educação Ambiental, e agora estamos executando o Projeto Político Pedagógico da Zona Costeira e Marinha na APA Ponta da Baleia/Abrolhos. Esse projeto abrange os municípios que fazem parte da área delimitada da unidade”, destacou o coordenador de Gestão de Unidades de Conservação do Inema, Mateus Camilo.
Camilo ressalta que o projeto busca identificar as iniciativas em andamento no território e sintetizá-las em uma plataforma chamada MonitoraEA-PPPZCM. Essa plataforma visa promover a participação e o compartilhamento de informações, permitindo ao Estado conhecer a situação atual e direcionar seus recursos e ações para a execução da educação ambiental, preservação e conservação da biodiversidade.
Segundo a gestora da APA Ponta da Baleia/Abrolhos, Francieli Nascimento, o PPPZCM desempenha um papel fundamental na implementação das políticas públicas de educação ambiental na APA. Ele oferece uma estrutura para monitorar e avaliar as iniciativas realizadas nesse território. “Esse processo participativo contribui para fortalecer as ações de educação ambiental já em andamento na região. Ele apoia a gestão da APA por meio do fortalecimento das ações de educação ambiental e do estímulo ao uso sustentável e conservação da biodiversidade nos municípios da APA”.
O PPPZCM é um instrumento de gestão de processos educativos na Zona Costeira e Marinha do Brasil. Sua elaboração ocorreu de maneira participativa e dialógica, envolvendo diversos segmentos da sociedade. Com um potencial mobilizador de atores e iniciativas, o PPPZCM é uma ferramenta estratégica para a implementação de políticas públicas de educação ambiental. Ele propõe diretrizes pedagógicas e institucionais que contribuem para o desenvolvimento de processos educativos focados no uso sustentável e conservação da biodiversidade na Zona Costeira e Marinha do Brasil.
Troca de experiências
Em Caravelas, foram apresentadas iniciativas relacionadas ao setor público, principalmente da Secretaria de Meio Ambiente e da Prefeitura Municipal. Houve também a apresentação de iniciativas vinculadas ao ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, com destaque para o Centro de Visitantes, que realiza diversas atividades de educação ambiental. Um exemplo é o projeto Abrolhos 360, que oferece aos participantes a oportunidade de explorar o território por meio de experiências de realidade virtual.
Além disso, foram apresentadas iniciativas do terceiro setor, com destaque para o Movimento Cultural Artimanha. Esse movimento desenvolve uma série de oficinas e atividades envolvendo arte, música, dança e educação ambiental, direcionadas a jovens, crianças e adultos do município. Outra iniciativa mencionada foi a Escola do Mar, da Instituto MOV, que trabalha com meninas, adolescentes e mulheres, oferecendo informações e educação ambiental específicas para esse público.
“Durante as oficinas, estamos utilizando métodos participativos e dialógicos. O foco é construir de forma coletiva, aproveitando o conhecimento e a vasta experiência dos participantes em iniciativas de educação ambiental. Trabalhamos com dinâmicas, apresentações dialogadas e utilizamos a plataforma MonitoraEA-PPPZCM para realizar o processo de cadastro, monitoramento e avaliação das iniciativas. As oficinas são bastante dinâmicas, com dois dias de atividades em cada ciclo, permitindo um envolvimento ativo dos participantes nesse processo”, explicou a consultora ambiental, Rachel Trovarelli.
Para o chefe do Núcleo de Gestão Integrada de Abrolho, Erismar Rocha, é evidente que o território enfrenta fraturas e conflitos que precisam ser superados. Podemos constatar isso a partir de nossa Reserva Extrativista (Resex) de Casumrubá ao olhar para as atividades nas quais é possível conciliar o uso da biodiversidade com a conservação. “É fundamental pensarmos em superar esses ‘falsos conflitos’, pois acredito que todos reconhecem a importância da conservação. Ao mesmo tempo, devemos ser sensíveis ao que pode ser conciliado com atividades sociais, culturais e econômicas nos espaços dessas áreas protegidas”, finaliza.
Fonte / Foto: Ascom/Inema