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Jolivaldo Freitas lança livro sobre a saga de soldados negros na Guerra do Paraguai

Lançamento da obra integra as comemorações dos 93 anos de fundação da ABI.

O Oeste, o Velho Chico, o Império, a escravidão, a política dos coronéis e a luta insana. O novo romance do jornalista e escritor Jolivaldo Freitas coloca ficção e realidade na mesma trilha, para contar a saga dos Zuavos Baianos, um batalhão de soldados negros e mestiços que lutou na Guerra do Paraguai. O livro “A Peleja dos Zuavos Baianos contra Dom Pedro, os Gaúchos e o Satanás” será lançado nesta quinta-feira (24/08), a partir das 17h30, na Associação Bahiana de Imprensa, na Praça da Sé, em Salvador. O lançamento integra as comemorações dos 93 anos da instituição. (Saiba como foi a abertura da celebração!).

A obra foi editada pela Fundação Pedro Calmon, unidade da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, dentro da programação dos 188 anos da Revolta dos Malês e dos 200 anos da Independência da Bahia.

De acordo com Jolivaldo Freitas, que é membro do Conselho Consultivo da ABI, os Zuavos Baianos foi um batalhão de soldados negros e mestiços que se alistou nos Voluntários da Pátria e lutou na Guerra do Paraguai, conflito que ocorreu entre os anos de 1864 e 1870. A guerra envolveu o Paraguai e uma aliança formada por Brasil, Argentina e Uruguai.

O termo “zuavo” deriva das unidades de infantaria ligeira do exército francês, caracterizadas pelo uso de uniformes exóticos e coloridos, inspirados nas vestimentas dos soldados norte da África e do Oriente Médio. No caso dos Zuavos Baianos, eles adotaram esse nome em referência aos zuavos franceses, mas adaptaram seus uniformes ao contexto e clima do Brasil.

O batalhão Zuavos Baianos se formou com negros livres e escravizados. “Muitos desses homens enxergaram na oportunidade de servir ao exército uma chance de alcançar liberdade e conquistar algum bem”, ressalta o autor. Jolivaldo explica que, juntamente com outras tropas brasileiras, o batalhão enfrentou inúmeras dificuldades ao longo da guerra, como doenças, fome e condições precárias em campo. Os Zuavos participaram de batalhas importantes, como a Batalha de Tuiuti, e tiveram um papel significativo no conflito.

Segundo Jolivaldo Freitas, a participação dos Zuavos Baianos e de outros negros na Guerra do Paraguai é frequentemente negligenciada ou esquecida na história oficial do Brasil.

Ao contar a saga dos Zuavos Baianos, Freitas traz à tona a importância de resgatar e valorizar essas histórias esquecidas, bem como a luta dos afrodescendentes brasileiros por liberdade e igualdade ao longo dos séculos. O livro é um misto de drama, humor, realismo e fantasia e um importante registro histórico de grande beleza literária.

A trama, embora mergulhada na realidade histórica, ganha toques de fantasia que envolvem o leitor em uma narrativa cheia de reviravoltas. O autor entrelaça a história com elementos mágicos e mitológicos. Ao tratar de temas como identidade, liberdade, coragem e resistência, o romance se torna uma reflexão profunda sobre a luta dos afrodescendentes na busca por seus direitos e reconhecimento em uma sociedade historicamente marcada por desigualdades.

Para o lançamento o estacionamento no Viaduto da Sé foi liberado pela Transalvador a partir das 17 horas até às 23 horas.

Sobre o autor

Jolivaldo Freitas começou a carreira aos 17 anos, quando despertou para o jornalismo, depois de ler o jornal O Pasquim, no ano de 1971. Atuou no Jornal da Cidade, A Tarde, Tribuna da Bahia, Veja, Jornal do Brasil e jornal Correio da Bahia. Foi chefe de reportagem da TVBahia. Entre 2007 e 2008, Jolivaldo esteve em Angola, atuando na formação para jornalistas e na modernização estética e de conteúdo do Jornal de Angola. Atualmente, é diretor de jornalismo do portal NotíciaCapital.

Com informações da Fundação Pedro Calmon e do Portal dos Jornalistas.

Fonte: ABI
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