Ferramenta do Governo do Estado traz autonomia e empoderamento para mulheres agricultoras.
As Cadernetas Agroecológicas executadas pela chamada Ater Mulher da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater) são um exemplo de como as mulheres agricultoras familiares estão desafiando a invisibilidade e a submissão que historicamente enfrentaram no campo. Não são apenas ferramentas de registro, mas símbolos de autodeterminação e compromisso com os princípios da agroecologia, dando voz a essas agricultoras familiares que desempenham um papel estratégico na produção de alimentos saudáveis e no cultivo de hortaliças, frutas, raízes, plantas medicinais, ornamentais e animais por toda a Bahia.
Em Santa Bárbara, no quintal de dona Alzira Lima, as práticas agroecológicas fazem parte da rotina, através do cuidado com o meio ambiente, com a terra, a água, as plantas, os animais e, principalmente, a família e seus clientes. Hoje, com o controle do que produz, ela consegue preparar seus famosos temperos com 90% daquilo que planta na propriedade.
“Sem essa caderneta a gente não entendia como a gente podia economizar com as coisas que tinha no quintal. Foi depois dela que eu vi o que produzo. Foi aí que eu entendi como valorizou a gente”, explicou Alzira.
Para a técnica de Ater Katiane Pereira, a ferramenta revela a diversidade da terra. “A importância da caderneta agroecológica é dar visibilidade aos quintais produtivos das mulheres agricultoras porque muitas vezes elas ficam presas achando que a produção delas é só o milho e o feijão. Só que não é. Os quintais produtivos são muito ricos. Quando a gente pergunta qual é a fonte de renda delas, elas sempre frisam milho e o feijão, só que muitas vezes o milho e o feijão não chegam nem a 30% da renda dessas propriedades”.
Na cidade vizinha, Santanópolis, a agricultora familiar Roseane Miranda também viu sua realidade mudar. Ela conta que “a implantação da caderneta foi o suficiente para saber um pouco da renda: como economizava, o que vendia, quanto tinha no final do mês. Não sabia nada disso. Com a chegada do Ater mulher, a mulher do campo pode se empoderar. Minha independência foi fundamental”.
Em Santa Bárbara, Santanópolis e outros municípios do Portal do Sertão, a SDR, por meio da Bahiater, presta serviços de Assistência técnica e Extensão Rural (Ater) em parceria com a Comissão Ecumênica dos Direitos da Terra (Cediter).
Fonte: Ascom/SDR