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Grupo Galpão chega a Salvador com o novo espetáculo “Cabaré Coragem”

Em cartaz nos dias 27 e 28 de outubro, no Teatro Vila Velha, no Campo Grande, nova peça da Companhia  mescla dramaturgia, música ao vivo e dança como forma de reafirmar a arte como identidade, permanência e crítica social. Ingressos a partir de R$ 25 (meia). 

Ao percorrer o universo do cabaré, de Brecht à contemporaneidade, o novo espetáculo do Grupo Galpão, que chega a Salvador, apresenta uma trupe envelhecida e decadente que, apesar das intempéries e dos revezes, reafirma a arte como lugar de identidade e permanência. Ao mesclar um repertório de músicas interpretadas ao vivo com números de variedades e danças, fragmentos de textos da obra de Brecht e cenas de dramaturgia própria, o Cabaré Coragem convida o público a uma viagem sonora e visual. Fiel às suas origens de teatro popular e de rua, o Grupo Galpão busca, na nova montagem, a ocupação de espaços alternativos, ao romper, uma vez mais, com a relação entre palco e plateia, numa encenação que incorpora, radicalmente, a presença do público, sempre convidado a compartilhar da encenação. As apresentações serão realizadas nos dias 27 e 28 de outubro, sexta-feira e sábado, às 20h, no Teatro Vila Velha, no Campo Grande. Os ingressos R$ 50 (inteira) e  R$ 25 (meia), estão à venda na www.sympla.com.br/vilavelha ou na bilheteria do teatro, 1h antes da apresentação.

A Turnê Nordeste do Grupo Galpão é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura com patrocínio do Instituto Cultural Vale e Petrobras.

Com direção de um de seus integrantes, o ator e diretor Júlio Maciel, o espetáculo conta com direção musical, trilha e arranjos de Luiz Rocha, dramaturgia coletiva com supervisão de Vinicius de Souza, cenários e figurinos de Márcio Medina, iluminação de Rodrigo Marçal e, no elenco, os atores Antonio Edson, Eduardo Moreira, Inês Peixoto, Luiz Rocha, Lydia del Picchia, Simone Ordones e Teuda Bara. 

Júlio Maciel, ator do Grupo Galpão e diretor do espetáculo, conta que “já se passaram muitos meses desde que nos sentamos ao redor de nossa mesa de trabalho na busca por um novo espetáculo. Como sempre, vieram muitas ideias, uma enxurrada de sonhos e vontades. Líamos Bertolt Brecht à procura de inspiração e para entender o caos político e social que vivíamos, enquanto uma persistente pandemia nos assombrava. Lembro-me de que, num desses encontros, às vezes acalorados, alguém disse a palavra ‘Cabaré’. Naquele instante, conta o artista, os olhos se acenderam: “Logo depois, fomos inundados por indagações. Um Cabaré Brecht? Um Cabaré Brasileiro? Um Clássico? Jovem? Contemporâneo?  Político? Feroz? Drag? Vedete? Teatro de Revista? E o teatro? O que diferencia o Cabaré do Teatro? Seria uma peça sobre um Cabaré de Beira de Estrada? Um Inferninho, com tipos excêntricos? Ou um show, uma festa de reencontro com o público?”  

“Todos queriam tudo pois estávamos famintos de gente”, explica Júlio. “Queríamos juntar as pessoas, tínhamos saudade. A partir de desejos pessoais, começamos a preparar canções, números de variedades. Reativamos nossa banda e convidamos muitos amigos criadores, que, corajosamente, aceitaram embarcar nessa nau para o desconhecido”, diz. Tais artistas levaram o Grupo por diversas rotas, de forma a que conhecessem várias paisagens. “Entre tempestades e luares, criamos nosso show. Finalmente, chegamos aqui. As portas do nosso ‘Cabaré Coragem’ estão abertas. Divirtam-se”, convida. 

Responsável pela supervisão dramatúrgica, Vinicius de Souza explica que “Cabaré Coragem” – cujo nome faz menção à icônica personagem de Brecht, Mãe Coragem – é um espetáculo que, por meio da música e do humor, permite que as pessoas pensem no velho sistema em que vivem, no qual alguns poucos levam uma vida de privilégios, enquanto a maioria sente fome. “O espetáculo nasceu de uma série de experimentos cênicos realizados pelo Grupo Galpão nos últimos meses. Eles se deram a partir de pesquisa sobre a linguagem do cabaré – que mistura música, teatro, dança – e a obra poética e musical de Bertold Brecht, o famoso diretor teatral alemão”, destaca. 

A mistura de experimentos resultou em um divertido e irônico show de variedades. Os atores e atrizes encarnam figuras de um decadente cabaré, onde apresentam números de canto, dança, acrobacia e outros entretenimentos. “Todos eles misturados à plateia, que também é convidada a beber e a cantar. No entanto, ao modo das personagens de Brecht, as figuras desse cabaré são extremamente carentes, vítimas da guerra e da exploração, esquecidas ou marginalizadas, mas cheias de sonhos e pulsões de vida”, conta Vinicius. 

Para a atriz Inês Peixoto, “a estreia de Cabaré Coragem na turnê nordeste tem muitos motivos para ser festejada. Esse foi o nosso primeiro processo de criação presencial após a pandemia. Que alegria! Um processo que teve várias etapas de compartilhamento com o público, nos colocando num jogo vivo para borrar as fronteiras entre ator e espectador. Minha personagem, num certo momento da peça, diz: ‘Sejam bem-vindxs ao Cabaré Coragem, este buraco quente, onde nossas paixões e nossos tormentos são colocados sobre a mesa, temperados no caldo da ironia, do deboche, do delírio e da música! Ninguém sairá ileso daqui!’. Está feito o convite! Esperamos vocês!”, reforça Inês.

OFICINAS PETROBRAS COM O GRUPO GALPÃO

No dia 26 de outubro, das 14h às 18h, no Teatro Vila Velha, em Salvador (BA) será realizada a “Oficina Petrobras Diálogos Clássicos – Jogo de Cena”, com a atriz do Grupo Galpão, Inês Peixoto. Já no dia 28 de outubro, das 9h às 13h, também no Teatro Vila Velha, será realizada a “Oficina Petrobras Tecnologia da Cena” com Rodrigo Marçal e Beatriz Radicchi. As inscrições podem ser feitas pelo link: sympla.com.br/grupogalpao

Oficina Petrobras Diálogos Clássicos – Jogo de Cena, com Inês Peixoto 

Sinopse: Abordando diálogos pinçados de textos da dramaturgia clássica do teatro, de diferentes gêneros, épocas e tradições, a oficina propõe um exercício de imersão no jogo da cena. A presença, a escuta e a emissão da palavra, serão estimuladas a partir de exercícios experimentados em processos criativos vivenciados pelo Grupo Galpão durante sua trajetória de 40 anos. 

Data: 26 de outubro, das 14h às 18h

Carga horária: 4 horas

Público-alvo: Estudantes em fase iniciante e pessoas interessadas em conhecer a prática teatral.

Vagas: 30

Local: Teatro Vila Velha

Oficina Petrobras Tecnologia da Cena com Rodrigo Marçal e Beatriz Radicchi 

Sinopse:  A Oficina de Formação: Tecnologia da Cena é uma ação formativa que visa apresentar o universo dos bastidores do teatro através de quatro das inúmeras áreas que envolvem o backstage: iluminação, sonorização, cenotécnica e produção técnica. Ministrada pelo ator e iluminador Rodrigo Marçal e pela jornalista e produtora Beatriz Radicchi, o curso tem por objetivo apresentar elementos introdutórios e essenciais da prática profissional dos bastidores do teatro, a partir dos processos de trabalho desenvolvidos pelo Grupo Galpão.

Data: 28 de outubro, das 9h às 13h
Carga Horária:
4 horas.
Público alvo: Artistas independentes, produtores, técnicos e público em geral, interessados nos processos internos de gestão do Grupo Galpão, aprimorados ao longo dos seus quase 40 anos de história.
Vagas: 30
Local: Teatro Vila Velha

Fonte: Assessoria de Imprensa – Doris Pinheiro
Foto: Mateus Lustosa

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