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Judô supera melhor campanha em Pan e fecha Santiago com 15 medalhas individuais

Recorde de pódios teve sete ouros, duas pratas e seis bronzes. Competição por equipes fecha programação nesta terça-feira (31).

O judô brasileiro subiu ao pódio mais cinco vezes, nesta segunda-feira, 30, último dia de disputas individuais dos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023 e fechou a campanha com 15 medalhas. Samanta Soares (78kg) foi o grande destaque do dia, conquistando seu primeiro ouro em Pan-Americanos. Rafael Macedo (90kg) ainda ficou com a prata, enquanto Kayo Santos (100kg), Rafael Silva Baby (+100kg) e Beatriz Souza (+78kg) faturaram bronzes. 

Ao todo, o Brasil fechou a campanha individual com sete ouros, duas pratas e seis bronzes, liderando o quadro geral de medalhas do judô. Cuba, com cinco ouros e um bronze, ficou em segundo lugar geral. Os atletas retornam ao tatame nesta terça-feira, 31, para a inédita competição por equipes mistas. 

O resultado, que já superou a melhor campanha do Brasil em Pan (Guadalajara 2011, com 6 ouros, 3 pratas e 4 bronzes) pode ficar ainda melhor se vier mais um pódio para os brasileiros nas equipes. 

Samanta brilha e fatura sétimo ouro da campanha brasileira 

A medalha que fez o Brasil superar sua melhor campanha em Pan veio com a meio-pesado Samanta Soares (78kg), que derrotou a porto-riquenha Sairy Colon com um waza-ari na grande final. 

No caminho para o pódio, a brasileira superou Lianet Cardona, de Cuba, por ippon, e virou o placar sobre Vanessa Chala, do Equador, com um ipponzaço após sofrer um waza-ari. 

“É meu primeiro Pan-americano, estou muito feliz por estar aqui, fiquei muito feliz quando conquistei a vaga porque não foi fácil chegar aqui, vindo de lesão, voltando a competir. Chorei quando saiu a convocação e quando chegamos aqui de fato, na segunda, vi que virou realidade uma coisa que não esperava”, conta. “E na final, eu nunca tinha lutado num ginásio com as pessoas chamando o meu nome, gritaria. E, ao mesmo tempo em que você quer focar na luta, você fica ouvindo as pessoas e pensa – meu deus! É surreal, mas consegui focar e minha técnica falava para ter calma que iria dar certo e foi muito legal. Estou muito feliz.”

Após frustração em Lima 2029, Macedo faz boa campanha e leva prata

Outro finalista do Brasil foi o peso médio Rafael Macedo, que brilhou nas preliminares vencendo Carlos Paez, da Colômbia, e Robert Florentino, da República Dominicana, com dois ipponzaços. 

Na decisão, o brasileiro encarou o cubano Ivan Felipe Silva Morales e chegou a forçar duas punições ao adversário. Mas, em uma tentativa de entrada, apoiou a cabeça no chão em movimento interpretado pela arbitragem como irregular e foi punido com a desclassificação da luta. 

“Eu senti minha cabeça encostando ali e realmente esta rolando bastante desclassificação em lances assim, mas achei que não foi pra tanto, mas acredito que os árbitros têm o vídeo replay e com certeza eles analisaram o vídeo mais de uma vez, então eu confio na decisão deles, mas quero olhar depois o lance para ter a minha opinião”, disse. 

A prata deixou o gostinho de que ele poderia mais. Porém, Macedo considerou o resultado como uma volta por cima depois de passar em branco no Pan de Lima, há quatro anos. 

“Foi uma competição em que me preparei bastante, eu tive uma lesão na costela um pouco antes, então foi uma superação mesmo, me preparei bem, queria ter levado o ouro, mas fico feliz por ter saído com uma medalha, até porque no Pan de 2019 eu fiquei em quinto. Então, isso foi um título que eu queria e ainda tem a chance de ganhar uma de ouro na equipe na terça”, concluiu. 

Novato de Cali, Kayo Santos surpreende e leva bronze nos 100kg 

A primeira medalha de bronze do dia veio com o novato Kayo Santos, um dos campeões do Pan Júnior de Cali, que também fez bonito no Pan adulto. Ele venceu o cubano Liester Cardona com um ippon relâmpago em vinte segundo de combate na disputa pelo bronze. 

Antes, havia superado Alexis Esquivel, do México, e Francisco Balanta, da Colômbia, perdendo apenas na semifinal para o chileno Thomas Briceño. 

“Foi uma mistura de emoções, foi uma competição que comecei bem e naquela semifinal acabei errando por um detalhe contra o chileno e minha cabeça ficou uma bagunça por eu saber que tinha chance de estar na final, mas dai fui concentrei, esqueci aquela luta e vim com tudo para conquista o bronze”, explicou. 

Na mesma categoria, Leonardo Gonçalves (100kg) também chegou à disputa pelo bronze, mas foi superado por Francisco Balanta, que conseguiu um waza-ari. O brasileiro chegou a ter um waza-ari de empate anotado nos segundos finais, mas a arbitragem de vídeo retirou o ponto do brasileiro e ele terminou em quinto lugar. 

Pesados fazem finais antecipadas nas quartas e fecham com dobradinha de bronze

No peso pesado, o Brasil conquistou uma dobradinha de bronze com Rafael Silva e Beatriz Souza. Os dois enfrentaram seus principais adversários ainda nas quartas-de-final e levaram a pior naquelas que foram consideradas finais antecipadas das duas categorias. 

Bia caiu para a cubana Idalys Ortiz, nas punições, e Baby parou no ippon de Andy Granda. 

Na repescagem, ela venceu a peruana Yuliana Bolivar por ippon e, na disputa pelo bronze, não teve muitas dificuldades para vencer Amarantha Urdaneta, da Venezuela, por ippon. 

“Estou feliz com o resultado. Não era o que eu queria, mas fico feliz com a entrega que eu tive hoje, em cada luta dei tudo de mim, consegui fazer a transferência dos treinos do dia a dia para a competição. Amanhã é mais um dia de luta, então é concentrar para uma nova competição. E, depois ir para casa, arrumar o que precisa e focar nas outras competições. Encaro esse Pan como mais um degrau. Claro, que o foco total são as Olimpíadas”, afirmou Beatriz.

Baby, por outro lado, precisou vencer o mexicano Sergio del Sol, na repescagem, e o canadense Marc Deschenes, na disputa pelo bronze, para voltar ao pódio e despedir-se dos Jogos Pan-Americanos com sua segunda medalha de bronze. 

“É uma competição que eu queria muito ver, mas é uma pena que eu não consegui trazer a medalha de ouro, mas judô é isso, esporte é isso. O cubano acabou me surpreendendo nas quartas-de-final, foi melhor, mais inteligente, paciência, mas estou feliz em tá competindo em alto nível com 36 anos, conseguindo disputar com essa galera, estar nessa caminhada pensando nas Olimpíadas também, nessa classificação e chegar bem lá em Paris. É isso, me sinto privilegiado em estar nessa jornada olímpica”, avaliou. 

QUADRO GERAL DE MEDALHAS DO JUDÔ

Fonte: CBJ
Foto: Anderson Neves/CBJ

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