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Ataques diminuem, mas casos de assédio judicial contra jornalistas sobem, aponta Fenaj

Lançado na semana passada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Relatório Anual de Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil indicou um aumento, entre os anos de 2022 e 2023, de mais de 50% no número de casos de ataques contra profissionais da imprensa. Ao todo, foram registradas 181 agressões a jornalistas e ataques à liberdade de imprensa no período. Embora destaque que o resultado não signifique que o Brasil consolidou um ambiente seguro para jornalistas, Samira de Castro, presidente da Fenaj, atribuiu a queda ao fim do governo Bolsonaro, que reforçou um movimento que ela chama de “descredibilização da imprensa”. “Além disso, caíram os casos de censura que contabilizávamos pelo Dossiê de Censura da Empresa Brasil de Comunicação”, complementa Samira.

Descredibilização
O levantamento aponta que ações de descredibilização e censura da imprensa ganharam força ao longo da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria adotado tais estratégias a fim de desqualificar a informação jornalística.Crédito: Reprodução

Ainda de acordo com o relatório, os chamados ataques genéricos, isto é, não direcionados a um alvo específico, diminuíram mais de 90% no primeiro ano do governo Lula, passando de 87 para 7 casos. 

Por sua vez, o assédio judicial a profissionais de empresários ganhou força em 2023, quando o número de casos do gênero pulou de 13 para 25.

“Essa situação é muito preocupante, porque mostra o uso do Judiciário para calar os jornalistas. E o efeito dessa prática, mais à frente, certamente será uma autocensura de profissionais e veículos de mídia”, vislumbra Samira. Ainda de acordo com o dirigente, os profissionais de imprensa, quando acusados ​​de crimes contra a honra, por exemplo, são afetados emocional e financeiramente, num processo cujo objetivo seria impedir a livre circulação de informação jornalística.

Outro gênero de ataque que, na lupa na Fenaj, sofreu aumento foi a violência contra entidades sindicais. No corte por região, o Sudeste concentrou o maior número de casos de ataques contra jornalistas e a liberdade de imprensa (47), seguidos por Nordeste (45) e Centro-Oeste (40). 

Políticas são apontadas como os responsáveis ​​por 44 dos 181 ataques a jornalistas contabilizados. Depois deles apareceram apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, pessoas comuns, juízes e desembargadores, policiais, dirigentes/jogadores/torcedores de futebol, internautas e hackers.

Fonte: Portal Imprensa
Foto: Divulgação

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