Bienal do Livro 2024CulturaSalvador

Tiganá Santana, Vanderson Nascimento e Babi Dewet foram algumas das atraçõesdo 4º dia de Bienal do Livro Bahia

O quarto dia de Bienal do Livro Bahia recebeu atrações como Tiganá Santana, Babi Dewet, Tiago Valente, Hugo Canuto, Patrick Torres e outros nomes da literatura nacional, além de Vanderson Nascimento, Luana Oliveira e Muller Nunes, jornalistas da TV Bahia. Os temas de destaque desta segunda-feira (29) foram os hábitos de consumo de leitura, negritudes em ascensão na televisão e cosmologias afro diaspóricas em criações artísticas.

Na Arena Jovem, que é um dos espaços da Bienal, a autora Babi Dewet, e os criadores de conteúdo Tiago Valente e Patrick Torres participaram do painel “As @ que norteiam as nossas leituras”, no qual conversaram sobre estratégias para incentivar a leitura pelas redes sociais. Com 37 anos, Babi Dewet lembrou que, anos atrás, blogs e fóruns, como o Galera Record, eram algumas das principais plataformas de trocas de indicações e informações sobre livros na internet. Ela contou como tem recebido e se adaptado ao fenômeno Tik Tok.

“Hoje sei que os autores nacionais vendem muito mais quando são sucesso no Tiktok e até hoje eu não sei mexer no Tik Tok. Aprendi que preciso fazer, pelo menos, uns 200 vídeos sobre o meu próprio livro toda semana”, brincou ela.

Influenciador digital com mais de 500 mil seguidores, o ‘booktoker’ Tiago Valente conta que só aos 24 anos descobriu que o seu gênero literário favorito tem um nome: cozy mystery ou, em português, mistério aconchegante. “Tem morte, mas não tem sangue exatamente. Eu entrei num vórtex de só querer ler isso e minhas referências são nomes como a própria Agatha Christie, Raphael Montes”, disse.

Já no espaço Café Literário, na mesa “Negritudes em ascensão”, o jornalista Vanderson Nascimento recordou a sua trajetória até se tornar um dos primeiros homens negros a atuar como apresentador na TV Bahia. Ele contou que nunca chegou a pensar em trabalhar em televisão porque o racismo estrutural não possibilitou que se enxergasse nesse lugar antes.

“Estamos caminhando, mas é uma caminhada mais lenta do que eu gostaria. A redação da TV hoje também é diferente de oito anos atrás. A cor também está na redação porque não basta só colocar preto na tela. Quando olho a redação, penso: Agora, sim, essa redação tem a cara dessa cidade. O racismo é muito cruel com a gente. Tenho uma característica de fazer um jornalismo com leveza, mas com muita responsabilidade com a informação”, disse.

Luana Souza, por sua vez, defendeu que a representatividade racial é como uma espécie de combustível para que jovens se vejam nos locais que hoje eles ocupam na televisão. “O nosso tempo é agora e a gente precisa dar continuidade. Somos muitos dentro da emissora, mas ainda precisamos de mais para ter equidade”, completou.


Também no Café Literário, na mesa de encerramento do dia, voltada a culturas “Banto e Yorubá”, o compositor Tiganá Santana relatou como aconteceu o seu contato com línguas africanas e de que forma elas passaram a integrar o seu trabalho artístico. Santana relatou que aos cinco anos de idade acompanhava a mãe em aulas de kikongo no Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA.

“Quando fui fazer arte, a compor, havia uma coisa interna que solicitava a expressão destas palavras em línguas africanas que já estavam comigo desde os cinco anos. A criação a partir dessas línguas têm uma dimensão que é propriamente estética, que conjura um tipo de sonoridade, e tem uma dimensão política, no sentido de trazer ao público brasileiro canções em línguas cuja relação foi cortada devido ao colonialismo”, contou.

O artista argumentou ainda, que o lugar da identidade negra é importante, trata-se de uma disputa política fundamental. “Na medida em que não se deve corresponder esse lugar que nos colocam, fazer arte é reavivar a multiplicidade de possibilidades de ser”, completa.

Fonte: Via Press
Foto: Divulgação

Related posts

Ana Celia da Silva lança autobiografia nesta quinta-feira (31)

Fulvio Bahia

Agibank abre 170 vagas de empregos na Bahia e em mais 12 estados; confira

Fulvio Bahia

Trabalhadores realizam assembleias nas duas maiores garagens do sistema urbano

Fulvio Bahia

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Nós assumimos que você concorda com isso, mas você pode desistir caso deseje. Aceitar Leia Mais