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Pós-graduação em Teatro do Oprimido da UFBA celebra dia 18 de julho a poética criada por Augusto Boal

Idealizado pelo GESTO, o evento de livros, contações de histórias indígenas e cenas teatrais

O Grupo de Estudos em Teatro do Oprimido (GESTO), coletivo de pesquisadores criado em 2011, sediado atualmente na Escola de Teatro da UFBA, por meio da “Pós-Graduação Lato Sensu em Teatro do Oprimido: Práticas Político-Pedagógicas”, realiza no próximo dia 18 de julho, a partir das 18h, na Cooperativa Baiana de Teatro (Pelourinho), uma grande celebração artística e literária ao Teatro do Oprimido (TO), método criado pelo brasileiro Augusto Boal, com lançamentos de livros, contações de histórias indígenas e cenas baseadas no TO.

O evento integra a programação de atividades da segunda etapa da Pós-Graduação, realizada de 15 a 27 de julho, com estudantes vindos de todas as regiões do Brasil, que estarão em Salvador para aulas e compartilhamentos de suas pesquisas artísticas e educativas em Teatro do Oprimido desenvolvidas em cidades e comunidades brasileiras, a exemplo de Santa Catarina e da Amazônia.

A celebração iniciará com o lançamento de sete livros que trazem a leitura do Augusto Boal sobre o Teatro do Oprimido, teorias sobre a práxis do TO, a metodologia aplicada em processos com a comunidade LGBTQIAP+ e um romance sobre mitos e tabus em torno da sexualidade. Os títulos são “Teatro do Oprimido e Outros Babados”, de Flávio Conceição e Helen Sarapeck; “A Estética de Boal” e o romance “Nada Mais do Que Isso”, ambos de Flávio Conceição; e “Teatro do Oprimido e Negritude”, de autoria de Licko Turle, fundador do GESTO.

Este livro é a tentativa de sistematizar e disponibilizar a docentes e discentes de teatro os conhecimentos contidos na experiência do processo de montagem de O pregador, que tem como tema o racismo na sociedade brasileira, de maneira que possa servir de subsídio teórico para diretores, atores e alunos – negros ou não – dos diversos cursos de teatro, pois sabemos que tanto as práticas artísticas quanto os estudos das performances afro-brasileiras não encontram aceitação fácil dentro dos meios teatrais e acadêmicos ortodoxos. Daí, a intenção de contribuir concretamente para o desenvolvimento da pesquisa, da documentação, da divulgação e da valorização dessas performances artísticas em suas diversas formas.

Ocorrerá ainda o lançamento das coletâneas: “Teatro do Oprimido e Universidade: Experimentos, Ensaios e Investigações – Vol 1”, organizado pelos pesquisadores do Teatro do Oprimido – Cachalote Mattos, Flavio da Conceição, Helen Sarapeck, Jussara Trindade; Licko Turle e Zeca Ligiéro; “Teatro do Oprimido e Universidade: Vol 2”, composto por textos escritos por Antônia Pereira, Cachalote Mattos, César Augusto, Helen Sarapeck, Licko Turle e Luzirene do Rego Leite; por fim, “Arte na Educação Básica – Experiências, Processos, Práticas Contemporâneas”, escrito pelo doutor em artes cênicas Daniel Santos Costa.

A noite de lançamento contará com uma roda de conversa com es autores Helen Sarapeck – com experiência de 33 anos com o Teatro do Oprimido, atua no CTO e no GESTO – e Flávio da Conceição, doutor em teatro e Já ministrou cursos teatrais em diversos países da Europa e na América Latina. Importante pontuar que, todos os livros convidam os leitores a um mergulho na prática e na teoria do método, a partir do ponto de vista de pesquisadores que, de formas e tempos diferentes, tiveram contato direto com Boal. Tenha acesso a sinopses dos livros neste link – https://drive.google.com/file/d/12EJYBrb3AGkab_-3EQWKvR2KusG2jdtb/view?usp=drivesdk.

Em seguida, a artista indígena Anhangá, da etnia Tupinambá (Bahia) e estudante do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal de Sergipe, fará a contação de histórias indígenas. O terceiro momento é o lançamento da coletânea de poemas“Da Natureza à Arte Ancestral, de uma aluna da especialização”, da Jackeline dos Santos, estudante da pós-graduação em TO da UFBA, que traz escritos que permeiam o cotidiano e a realidade da autora, temáticas como da mulher negra, afro-indígena, a ancestralidade, a natureza, a arte e o racismo.

A penúltima apresentação da noite é uma cena elaborada por Helen Sarapeck, professora da pós-graduação que estará ministrando um módulo nesta segunda etapa com o título “A COPA DO TEATRO DO OPRIMIDO”, na Praça da Tieta. O encerramento do evento de lançamento contará com a “Celebração Gastronômico do Teatro do Oprimido”, em que os participantes da pós-graduação irão partilhar a culinária de sua região.

O público poderá experienciar a Gastronomia da Agrofloresta, idealizada pela Fazenda Boa Sorte (Vereda , Cruzeiro do Sul – Ba); degustação de mel da flora da Mata Atlântica, do Grupo de Estudos de Abelhas do Instituto Federal de Sergipe (GEA); a riqueza da Agroecologia Sergipana do Grupo de Estudos e Pesquisa em Meio Ambiente e Sociedade vinculado ao IFS – Campus São Cristóvão (GEPMAS). Além da exposição de comidas e produtos da Feira Agroecológica da UFBA.

Vale pontuar que, a pós-graduação em Teatro do Oprimido – que tem como coordenadora a professora e pesquisadora da Escola de Teatro, Antonia Pereira, destina-se a proporcionar uma sólida formação, que não apenas instrumentalize os diferentes profissionais das humanidades com a metodologia, mas que contribua para produzir estudos e ferramentas sociais para o combate de problemas como o racismo, a homofobia, a pobreza, mediante o fortalecimento do potencial artístico-cultural.

Especialização
A “Pós-Graduação Lato Sensu em Teatro do Oprimido: Práticas Político-Pedagógicas” é fruto direto das ações do projeto “Estruturante de Formação em Teatro do Oprimido” – contemplado no Edital Pró-Humanidades (nº 40/2022 – Linha 3B – Projetos em Rede – Políticas públicas para o desenvolvimento humano e social), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.

Nesta segunda etapa, que ocorre entre os dias 15 e 27 de julho, a especialização contará com três módulos práticos-teóricos. Um dos traz o título “A copa do Teatro do Oprimido”, com experimentos, demonstrações e vivências sobre o Teatro Legislativo, Teatro Jornal, Teatro Invisível e Arco-Íris do Desejo, com a docência de Fernando Leão (professor na UFSB, é doutorando em Educação (UFC), na linha de movimentos sociais, educação popular e escolar, tendo como referências Paulo Freire e Augusto Boal), Helen Sarapeck (Doutoranda e mestre em artes Cênicas pela UNIRIO) e Virgínia Machado.

Os professores Cilene Canda, Flávio da Conceição (professor do curso de Teatro e do PPGAC da UFAC) e Luzirene Rego (arte-educadora e professora colaboradora no ProfArtes/Universidade de Brasília) ministram o módulo “Os passarinhos do Teatro do Oprimido”, com aulas e experimentos que abordam a sistematização do Teatro do Oprimido e o sistema curinga.

O terceiro módulo é “Os frutos do Teatro do Oprimido: reflexões e práticas sobre sociedade, gênero, raça e meio ambiente”, vivências sobre a prática do TO e as questões de gênero, raça e meio ambiente, ministrada pelo docentes César Paro (vice-líder do GESTO, ator e performer, possuindo experiência em palhaçaria e performance urbana), Kelly Hsieh (representante de GESTO na Ásia e PhD de teatro do oprimido, diplomado em Taipei University of Arts) e Vica Hamad (professora do PPGAC/UFBA).

A especialização conta ainda com a parceria de instituições associadas: Universidades Federal do Acre -UFAC; Federal do Sul e Sudoeste do Pará – UNIFESSPA; Federal do Sul da Bahia – UFSB e Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. A pós-graduação tem uma duração de 18 meses e a terceira e última etapa ocorrerá de 20 a 25 de janeiro de 2025, com a realização de uma mostra artística que ocupará três grandes espaços culturais Cooperativa Baiana de Teatro (Pelourinho), Escola de Teatro da UFBA (Canela) e Escola de Dança da UFBA (Ondina).

Fonte / Foto: ASCOM GESTO

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