Os touros não conseguiram manter o ímpeto de alta esbarrando na resistência de US$ 68 mil e, com isso, o preço do BTC recua cerca de 1%
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin – BTC está cotada na manhã desta terça-feira (23) em R$ 371.696,69. Os touros não conseguiram manter o ímpeto de alta esbarrando na resistência de US$ 68 mil, com isso, o preço do BTC recua cerca de 1%.
“Hoje o dia começa com Bitcoin recuando 1,37% e sendo negociado nos 66 mil dólares. O ether sobe 0,5% e é negociado nos 3400 dólares. A expectativa fica por conta do início das negociações dos ETFs de ETH nos EUA hoje. Nos dados on-chain tivemos o acúmulo de 10 mil Bitcoins por parte dos investidores de longo prazo (LTH). No Ethereum 50 mil ETH colocados em staking. Nos ETFs de Bitcoin tivemos a entrada líquida de 533 milhões de dólares”, disse André Franco, especialista do MB Research do Mercado Bitcoin.
Já Fernando Pereira, gerente de conteúdo da Bitget, destaca que mesmo com o lançamento do ETF de ETH no dia de hoje, 23 de julho, o gráfico do ativo mostra sinais de queda, com a formação de uma deriva em topo.
“Não aconselho realizar compras de ETH no dia de hoje visando uma alta de curtíssimo prazo, pode ser perigoso”, destaca.
.Beto Fernandes, analista da Foxbit, aponta que era esperado que o mercado reduzisse a pequena euforia da noite de domingo, após a desistência das eleições por Joe Biden. O Bitcoin até buscou a região dos US$ 68 mil, mas não teve forças para se manter acima deste nível.
“Fato é que o movimento foi uma breve especulação de alguns traders cripto. Mas investidores mais experientes provavelmente tiveram uma leitura diferente do cenário. No caso, a desistência de Joe Biden não só não confirma a vitória de Trump, como ainda deixa uma indecisão forte no ar sobre como Kamala Harris vai enfrentar a campanha e os debates contra o ex-presidente”, disse.
Fernandes também aponta que fora os fundamentos macroeconômicos, o Bitcoin está vendo uma mudança de comportamento. De um lado, os mineradores estão dando sinais de redução das vendas, enquanto os investidores institucionais parecem bem fortalecidos. Os ETFs de BTC à vista estão com 11 dias consecutivos de fluxo de capital positivo, sendo que na última sexta-feira viu a entrada de mais de US$ 427 milhões.
“Ou seja, a oferta e demanda, pelo menos nesse recorte temporário, sugere um choque favorável aos bulls. Porém, tivemos três fortes altas na última semana. Isso também aponta a possibilidade de uma realização de lucros no processo”, destacou.
Julio Andreoni, especialista em criptomoedas do Bitybank, aponta que esta semana promete ser agitada no mercado de criptomoedas. “Primeiramente, o Bitcoin atingiu um valor recorde de mais de 380 mil reais, refletindo os eventos recentes, como a falha cibernética que destacou os riscos da centralização. O Bitcoin, por outro lado, continuou operando sem problemas, reafirmando sua robustez”, aponta.
Ele destaca também que a saída de Biden da corrida eleitoral também pode trazer oportunidades para o mercado de criptoativos. Agora, os democratas têm a chance de indicar pessoas pró-cripto para agências reguladoras, o que pode beneficiar o setor. Trump, conhecido por ser favorável às criptomoedas, continua impulsionando essa tese e participará da conferência Bitcoin 2024 esta semana, um evento de grande impacto para o mercado.
“Outro ponto relevante é o início das negociações dos ETFs de Ethereum pela CBOE, uma das maiores bolsas de opções do mundo, que começará amanhã. Isso pode atrair um grande fluxo de capital institucional, aumentando a credibilidade do mercado e beneficiando outros criptoativos, especialmente o Bitcoin”, destaca.
Ainda segundo o analista, no âmbito macroeconômico, será divulgado na sexta-feira o Núcleo de Despesa de Consumo Pessoal (PCEI), que indicará a trajetória da inflação e da política monetária do Fed. Esse é um indicador importante para o mercado.
“Também nesta semana, serão divulgados os resultados trimestrais de grandes empresas de tecnologia como Google e Tesla. As big techs têm sido responsáveis pelo bom desempenho do S&P 500 e da Nasdaq este ano, e seus resultados podem influenciar a volatilidade do mercado de criptomoedas. Notamos também que Elon Musk trocou sua foto de perfil para o meme “Laser Eyes” no Twitter, o que pode indicar novidades relacionadas ao Bitcoin. É importante acompanhar esses desenvolvimentos”, finaliza.
Pedro Gutierrez, Diretor Regional Latam da CoinEx, destaca que o Bitcoin demonstrou uma recuperação notável, sendo atualmente negociado a US$ 68.412,34.
“Esta recuperação ocorre após um período de volatilidade e pressão descendente influenciado por eventos macroeconômicos e vendas significativas no mercado, incluindo mais de 2.000 BTC pelo governo alemão e a liquidação contínua pela Mt Gox. Apesar destes ventos contrários, o Bitcoin conseguiu recuperar a sua posição solidamente acima da média móvel de 200 dias, um indicador técnico crucial que sugere uma possível reversão de alta”, afirma.
Segundo ele, do ponto de vista técnico, a recente ação do preço indica um forte suporte em torno do nível de US$ 65.000, conforme evidenciado pela recuperação desta área. O preço subiu de forma convincente acima da Nuvem Ichimoku, reforçando uma perspectiva de alta. A análise de volume também mostra um aumento na atividade de compra, que normalmente precede a continuação da dinâmica de alta.
“Os principais níveis de resistência a serem monitorados esta semana incluem US$ 71.645,02 e US$ 73.234,47. Um rompimento bem-sucedido acima desses níveis pode indicar uma tendência de alta mais forte, visando potencialmente a marca de US$ 75.000”, afirma.
Além disso, ele aponta que a incerteza mais ampla em torno da política monetária dos EUA, incluindo potenciais aumentos das taxas de juro, continua a impactar a dinâmica do mercado.
Portanto, o preço do Bitcoin em 23 de julho de 2024 é de R$ 372.543,35. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0027 BTC e R$ 1 compram 0,0000027 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 23 de julho de 2024, são: Ethereum Name Service (ENS), Starknet (STRK) e Ethereum Classic (ETC) com altas de 12%, 5% e 4% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 23 de julho de 2024, são: Bonk (BONK), Notcoin (NOT) e Injective (INJ) com quedas de -8%, -7 e -6% respectivamente.
Biden e CrowdStrike
Ana de Mattos, Analista Técnica e Trader Parceira da Ripio, destaca que após a mínima de US$ 62.375 no dia 16 de julho, o preço do Bitcoin iniciou um movimento de alta e atingiu a máxima de US$ 68.474, rompendo a resistência dos US$ 67.580 com bastante fluxo comprador.
“Se houver correção no preço do Bitcoin, as áreas de valor dos US$ 64.630 e US$ 58.830 servirão como suporte de curto e médio prazo. No entanto, se o preço do Bitcoin continuar com fluxo comprador, a principal criptomoeda do mercado poderá buscar sua ATH como alvo da alta, nos US$ 73.777”, afirma.
Sobre o Ethereum ela aponta que o preço do Ethereum atingiu, precisamente, a resistência comentada em nossa análise anterior, na faixa de preço de US$ 3.520. Após atingir a resistência, o preço do ativo voltou a ser negociado, até o momento desta publicação, por US$ 3.459 por unidade.
“Apesar da queda de curto prazo, o Ethereum continua com força compradora, o que sugere, a longo prazo, continuidade da alta. Portanto, os próximos alvos da alta estão nas faixas de preços de US$ 3.680 e US$ 3.900. Se houver fluxo vendedor revertendo o movimento, os suportes de curto e médio prazo estão nas regiões de liquidez dos US$ 3.330 e US$ 2.899”, disse.
Porém a analista afirma que o destaque da semana vai para a memecoin WIF, que entre os períodos de 11 a 21 de julho teve uma valorização de 91.11%. Essa valorização fez com o que o preço do ativo saísse de US$ 1.49 e atingisse a máxima de US$ 2.85 até o momento desta publicação, 22 de julho.
Para Ana, as memecoins ao mesmo tempo que oferecem uma alta volatilidade, oferecem, proporcionalmente, um alto risco, portanto, é importante preservar seu capital quando se trata desse nicho no mercado de criptomoedas.
Nesse momento em que escrevo essa publicação, o preço da WIF está testando uma resistência de médio prazo, portanto, é preciso que entre muito mais volume comprador para a continuidade da alta.
“Se entrar volume comprador, os próximos alvos de curto e médio prazo que servirão como resistência, estão nas faixas de preços de US$ 3.05 e US$ 3.24. Mas, caso ocorra correção no preço da WIF, os suportes estão nas áreas de valor dos US$ 2.44 e US$ 2.19”, disse.
Ana também analisou os recentes acontecimentos do mercado como a renuncia de Biden e ao apagão cibernético da CrowdStrike e como estes dois eventos impactam o mercado cripto.
“A notícia de que Joe Biden desistiu oficialmente da corrida presidencial de 2024 causou impactos diretos no mercado das criptomoedas. O Bitcoin iniciou uma breve queda até os US$ 65.833. Mais de US$ 67 milhões foram liquidados em cerca de 30 minutos após a notícia. No entanto, o mercado rapidamente absorveu essa queda. Horas depois, o Bitcoin atingiu a máxima do dia nos US$ 68.366. A diferença percentual entre a mínima e a máxima foi de 3.8%. No mercado cripto, a volatilidade costuma ser vista como positiva”, disse.
Segundo ela, a saída de Biden favoreceu Donald Trump, candidato republicano pró-Bitcoin que já expressou diversas vezes sua postura favorável às criptomoedas. Se Trump vencer, a especulação é que os EUA se tornará um país pró-cripto, que adotará a tecnologia em massa nos próximos anos.
“Se houver correção no preço do Bitcoin, as áreas de valor dos US$ 64.630 e US$ 58.830 servirão como suporte de curto e médio prazo. No entanto, se o preço do Bitcoin continuar com fluxo comprador, a principal criptomoeda do mercado poderá buscar sua máxima histórica (ATH) como alvo da alta, nos US$ 73.777”, disse.
Além disso ela aponta que o mercado cripto está otimista (ou “bullish”) sobre o futuro do Bitcoin. Um evento recente reforçou a importância do BTC no mercado financeiro: uma grave falha de segurança na empresa CrowdStrike deixou 1 bilhão de computadores inoperantes por um tempo.
As interrupções globais prejudicaram bancos, sistemas de pagamentos e canais de comunicação, causando prejuízos e afetando, mais uma vez, a confiança em empresas centralizadas. Isso joga luz à importância e valor da descentralização – uma das características da tecnologia nativa das criptomoedas, a rede blockchain.
“Redes descentralizadas como o Bitcoin e Ethereum foram criadas para promover um meio de governança compartilhada, onde o funcionamento da tecnologia não está centralizada apenas em uma entidade, mas sim em diversos participantes. Isso elimina falhas de segurança e oferece uma tecnologia que funciona continuamente, sem bugs ou quebra de confiança. Ssomados, esses são excelentes motivos para estarmos cada vez mais otimistas com o Bitcoin”, finaliza.
Fonte: CoinTelegraph
Foto: Kozik