O modelo de jogo do Bahia se tornou, para muitos, previsível neste Brasileirão, mas não foi esse o problema para o Tricolor apenas empatar com o Internacional, por 1 a 1, no último sábado, e chegar ao quarto jogo sem vencer. Depois de um primeiro tempo com variação de jogo pela esquerda e maior dinâmica, o Esquadrão construiu vantagem no placar, mas caiu de produção e permitiu gol adversário aos 43 minutos do segundo tempo, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova.
Com os desfalques de Kanu, Víctor Cuesta, Rezende e Jean Lucas, o técnico Rogério Ceni promoveu seis mudanças em relação ao time que jogou mal e empatou com o Atlético-GO. O jogo da Copa do Brasil contra o Botafogo, na próxima terça-feira, também pesou para os laterais Santiago Arias e Iago Borduchi, e o meia Everton Ribeiro, ficarem no banco.
Enquanto isso, Gilberto, David Duarte, Luciano Juba, Carlos de Pena e Biel foram titulares, assim como Caio Alexandre, de volta após cumprir suspensão.
De Pena fez a função de Everton Ribeiro pelo lado direito, enquanto Thaciano jogou na posição de Jean Lucas. A diferença é que o camisa 16 entrou na área e manteve sua função de atacante na fase ofensiva. Enquanto isso, Biel posicionou-se na ponta e repetiu alguns comportamentos de Jean no setor.
Com essa pequena novidade tática, além de Cauly, Thaciano e Biel inspirados pelo lado esquerdo, o Bahia explorou bem os espaços deixados pelo Colorado neste setor e marcou um gol a partir de falta perto da área sofrida por Cauly. De Pena cobrou na cabeça de David Duarte, que abriu o placar aos 12 minutos.
Os desfalques e as novas escolhas de Rogério Ceni deixaram o Bahia mais energizado, mas isso não se transformou em finalizações perigosas após o gol de bola parada.
Além disso, o Esquadrão não manteve o ritmo inicial e cedeu mais campo ao adversário. Mesmo assim, soube se compactar com os recuos de Biel, Thaciano e Everaldo para formar uma linha de cinco jogadores no meio-campo.
O Tricolor diminuiu o ritmo, mas não deixou de atacar o adversário com trocas de passes pelos lados do campo combinadas com inversões. Faltou, no entanto, acertar o último passe ou a tomada de decisão, algo que tem andado lado a lado com o time neste Brasileiro.
Na reta final do primeiro tempo, o Tricolor ainda balançou as redes com Thaciano em posição de impedimento (gol foi anulado), após rebote gerado de cobrança de escanteio, e viu o Inter levar perigo em duas ocasiões. Uma delas teve finalização de Borré em impedimento; a outra aconteceu após bola perdida por Caio Alexandre e teve finalização na trave de Enner Valencia.
Placar magro custou caro
No segundo tempo, o Bahia passou dez minutos flertando com o perigo e em dificuldade para sair com a bola da defesa. A rotação da equipe, que já estava abaixo na reta final dos 45 minutos iniciais, ficou ainda pior.
Com isso, Rogério Ceni substituiu Carlos de Pena, Thaciano e Biel por Everton Ribeiro, Iago Borduchi e Rafael Ratão, respectivamente. Com isso, o Bahia passou a ter o lateral Iago improvisado no meio-campo.
Dez minutos depois e com o Bahia ainda sofrendo para ficar com a bola e vendo Enner Valencia finalizar com perigo da esquerda (ganhou a jogada em profundidade de Gabriel Xavier), o treinador promoveu a estreia de Lucho Rodríguez no lugar de Everaldo.
As mudanças, mesmo que de forma lenta, tiraram o Bahia do campo de defesa em muitos momentos do segundo tempo, mas a pouca inspiração no último terço foi tão evidente que o time terminou a partida com menos finalizações que o adversário (10 x 13). Apenas três do Esquadrão foram no alvo.
Nos minutos finais, com o Inter lançado ao ataque, uma falha de Marcos Felipe gerou o gol de Borré [assista no vídeo abaixo]. Mas a queda de produção ofensiva também merece destaque.
Um empate que eleva para quatro partidas o jejum do Bahia na temporada e faz a equipe descer um novo degrau na busca pela retomada da sua melhor forma. Algo que parece cada vez mais distante.
E quem sabe a pausa pelo Brasileirão pode trazer novos ares para a equipe, que encara o Botafogo, pela Copa do Brasil, nesta terça. O Bahia só volta a campo pela Série A no dia 4 de agosto, contra o Fluminense.
Fonte: GE
Foto: Letícia Martins/EC Bahia