Os touros estão conseguindo sustentar o BTC acima de US$ 60 mil, mas ainda há pouco otimismo para o final de semana, quando o volume de negociações cai e, muitas vezes, leva o preço do Bitcoin consigo
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin – BTC está cotada na manhã desta sexta-feira (23) em R$ 338.804,32. Os touros estão conseguindo sustentar o BTC acima de US$ 60 mil, mas ainda há pouco otimismo para o final de semana, quando o volume de negociações cai e, muitas vezes, leva o preço do Bitcoin consigo.
“Hoje o dia começa com Bitcoin novamente acima dos 61 mil dólares com uma subida de 1,28%. O ETH sobe 1,9% e se aproxima dos 2700 dólares. Nos dados on-chain tivemos 14 mil Bitcoins acumulados pelos investidores de longo prazo (LTH). No Ethereum foram 27 mil ETH colocados em staking. Nos ETFs de Bitcoin tivemos 64 milhões de dólares de entrada. Nos ETFs de ether foram 800 mil dólares de saída”, destaca André Franco, especialista do MB Research do Mercado Bitcoin.
Beto Fernandes, analista da Foxbit, aponta que mesmo com um dia mais cauteloso, o Bitcoin vem se mantendo acima dos US$ 60 mil. A euforia com a ata do FOMC dá espaço agora à expectativa sobre como Jerome Powell vai pavimentar esse possível corte de juros nos Estados Unidos e potencialmente trazer mais força para o mercado de risco.
“Apesar do FED ainda não ter oficializado nenhuma posição sobre sua política monetária, há alguns sinais de que os investidores já estejam começando a precificar este movimento para o Bitcoin. No caso, a gente observa uma queda de 11% no número de BTCs disponíveis nas exchanges. Com isso, há menos tokens em uma circulação fácil, o que acaba reduzindo a pressão de venda imediata. Afinal, a negociação passa a ficar mais restrita nas transações P2P entre carteiras”, disse.
Segundo ele, outro ponto importante que corrobora com essa construção de preços é que as baleias continuam acumulando, enquanto os ETFs spot mostram certa “fraqueza”, mas não uma negatividade, “ou seja, de pouco em pouco, as sessões vão acumulando seus US$ 50 milhões diários”, finaliza.
Taiamã Demanan, líder de research da Coinext, destaca que apesar de alguns falsos rompimentos e testes de Fibonacci, com previsões de queda até U$ 56.176, o Bitcoin manteve-se dentro da faixa de US$ 58.200 a US$ 61.500 por mais essa semana.
“Essa estabilidade preserva os principais gatilhos semanais intactos, o que gera altos níveis de ansiedade entre investidores impacientes e desconsiderando formações de triângulo provenientes de tendências intradiárias e diárias. Nesse cenário é crucial respeitar essa faixa de preço e os gatilhos que ainda não foram acionados”, reforça Demaman.
Com isso, o especialista elenca três possíveis cenários:
- Em caso de alta, a ascensão é confirmada com a quebra e sustentação dos níveis entre US$ 61.5 e US$ 62.5 mil dólares, e com ainda mais confiança, se alcançar US$ 66.6 mil dólares ao fechar o dia. Os alvos podem se estender até US$ 75 mil dólares.
- No cenário de indecisão, a manutenção dentro do intervalo, com o limite superior até US$ 61.5 mil dólares ou o inferior na região de 60 mil dólares, provocará gatilhos relevantes, que serão confirmados apenas após um rompimento para cima ou para baixo.
- Já em caso de queda, o suporte situado entre US$ 57.3 e US$ 58.2 mil dólares está se fortalecendo, e uma possível quebra só ocorrerá com influências macroeconômicas significativas, visando um patamar de US$ 46.2 mil dólares.
As criptomoedas com maior alta no dia 23 de agosto de 2024, são: Bittensor (TAO), Avalanche (AVAX) e Core (CORE) com altas de 13%, 12% e 10% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 23 de agosto de 2024, são: Fasttoken (FTN), Bittorrent (BTT) e Helium (HNT) com quedas de -4%, -3% e -1% respectivamente.
Mercado cripto cresce além do preço no curto prazo
Guilherme Nazar, VP da Binance para América Latina, aponta que até meados de agosto, oito dos nove fundos de ETH spot de ETH, lançados no final de julho, registraram entradas positivas, atraindo coletivamente mais de US$ 2 bilhões, enquanto as saídas foram impulsionadas principalmente por saques do Ethereum Trust da Grayscale e causados por razões específicas para este produto.
“O que impressiona nesse número é que o período entre sua estreia até agora inclui uma desaceleração nos mercados globais que afetou negativamente os preços da maioria das classes de ativos. Isso significa que os ETFs ETH tiveram um bom desempenho mesmo em condições macro difícil, e há evidências sugerindo que o crescente interesse institucional é o principal impulsionador dessa dinâmica”, destaca.
Segundo ele, a expectativa, na Binance, é que esse interesse continuará sendo um dos fatores determinantes para apoiar o desempenho do ETH no médio prazo.
Nazar destaca ainda que gigantes das finanças tradicionais, Goldman Sachs e Morgan Stanley compraram mais de US$ 600 milhões, juntos, em ETFs spot de BTC durante o segundo trimestre deste ano. Esses dados, combinados, pintam um quadro de expansão sustentada da presença das principais instituições financeiras no espaço de ativos digitais.
Segundo ele, essa tendência contínua significa mais capital fluindo para o espaço cripto, mais liquidez nos mercados de criptomoedas, bem como maior conscientização e adoção chegando a novas categorias de investidores.
“No mercado de capitais brasileiro, vale destacar que a CVM já aprovou dois ETFs de Solana, sendo o primeiro regulador das Américas a tomar tal decisão. E isso contribuiu para o otimismo da adoção institucional de criptomoedas também no país, um dos mercados com grande potencial de crescimento no mundo”, finaliza.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão.
Fonte: CoinTelegraph
Imagem de Benjamin Nelan por Pixabay