O prefeito de Salvador e candidato à reeleição, Bruno Reis (União Brasil), explicou nesta quarta-feira (4) a renaturalização da Bacia do Rio Camarajipe, um dos três projetos especiais do seu plano de governo.
Segundo o gestor municipal, a renaturalização do Camarajipe estará atrelada à concessão do sistema de água e esgoto na capital baiana.
“A origem dos recursos será da negociação que a gente venha a fazer em relação à concessão do sistema de água e esgoto. Vai estar condicionado garantir a renaturalizaçao do Rio Camarajipe”, explicou o prefeito, em sabatina na rádio Salvador FM.
De acordo com o gestor municipal, há dois caminhos possíveis: a concessão do sistema de água e esgoto para a iniciativa privada ou a renovação do contrato de programa com a Embasa, recusada pelo governo do Estado no ano passado.
“Se a gente decidir fazer a concessão para o privado, os recursos pagos de outorga, assim como os investimentos que o privado precisará fazer, vão ter que garantir a renaturalização do rio. Se a gente decidir voltar a firmar qualquer tipo de entendimento com a Embasa, também terá que garantir a renaturalização do Camarajipe”, apontou o candidato à reeleição.
Embasa – Bruno Reis relatou que, mesmo com os inúmeros problemas na prestação do serviço da Embasa, iniciou as conversas ainda com o então governador Rui Costa para a renovação do contrato. As negociações continuaram com o atual governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
“Porque eu entendia que este era o caminho mais prático e rápido para ajudar a melhorar a vida das pessoas, que sofrem constantemente com a falta de água nos bairros. Além disso, infelizmente a cobertura do saneamento básico em nossa cidade, que já chegou a mais de 90%, vem diminuindo nos últimos anos”, disse o prefeito, ao classificar a Embasa como a pior concessionária de serviço público da Bahia.
“Na hora de assinar, o governador, colocando a política à frente dos interesses da população, resolveu não assinar a renovação do contrato de programa”, acrescentou Bruno Reis.
Diante da negativa do governo, a Prefeitura resolveu autorizar uma Manifestação de Interesse Privado (MIP) para uma eventual concessão do sistema de água e esgoto ao setor privado.
“Já elaboramos o Plano Municipal de Saneamento e estamos nos preparando para assumir o sistema. E aí sim prestar um serviço de melhor qualidade, com uma tarifa de água e esgoto mais barata, garantindo a universalização e a saúde. Porque o que mais me incomoda é ver as pessoas morando sobre córregos e canais, que a prefeitura está tendo que fazer a urbanização para tirar as pessoas de cima do esgoto”, afirmou o prefeito.
Mané Dendê – A renaturalização da Bacia do Camarajipe ocorrerá nos moldes do que a gestão municipal tem feito com o Rio Mané Dendê, na região do. Subúrbio, detalhou Bruno Reis. “O Mané Dendê virou um esgoto porque as casas estavam entroncadas e jogando o esgoto dentro do rio. Com a implantação do esgotamento sanitário, o Mané Dendê está voltando a ser um rio”, destacou
Além do saneamento básico, a renaturalização envolverá outras ações, como, por exemplo, intervenções de macro e microdrenagem, recuperação de nascentes, preservação e replantio da mata ciliar e criação de áreas de preservação permanentes – inclusive com um parque linear ao longo do curso do rio.
Além disso, em algumas regiões, como na Jaqueira do Carneiro, haverá ações habitacionais, para oferecer moradia digna às pessoas.
O Rio Camarajipe tem nascentes nos bairros de Marechal Rondon, Boa Vista de São Caetano, Calabetão e Mata Escura e deságua na praia do Costa Azul. Fonte de abastecimento da cidade até a década de 1970, virou um rio de esgoto depois de décadas de dejetos e lixo jogados no seu leito.
Foto: Reprodução