Cerca de 83% da população de Salvador é negra, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a capital baiana também é a pior cidade quando o assunto é igualdade racial, conforme índice divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo. Essa foi a realidade abordada pelo programa eleitoral da coligação “Salvador Pra Toda Gente” veiculado na última terça-feira (1º).
“Quando o assunto é pobreza, Salvador está dando um mau exemplo. Entre todas as capitais do país, é a que tem o maior índice de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Salvador está em último lugar entre as capitais. Teve o pior retrocesso entre 2012 e 2022, justamente nas gestões de ACM Neto e Bruno Reis”, destacou o candidato a prefeito Geraldo Júnior (MDB).
Para a candidata a vice-prefeita, Fabya Reis (PT), a injustiça racial em Salvador é gritante e é um retrato da atual gestão, que não teria produzido políticas públicas para combater a desigualdade racial e também socioeconômica. “Não dá pra esconder também que nossa cidade é ainda mais injusta e desigual com a população negra. No ranking que mede especificamente a renda, Salvador volta a aparecer em último lugar. A capital mais negra do país é a que tem a maior diferença de renda entre brancos e negros”, lamentou a petista.
A desigualdade racial e o reflexo no racismo na geração de renda pode ser comprovada a partir do depoimento da catadora de materiais recicláveis, Celina Silva, que mora com o neto Samuel, e que trabalha há 20 anos na Cooperbrava. “Quando tenho condição, eu vou para o Carnaval, eu vou para o Festival de Verão, aí a gente ganha um trocado a mais. No inverno, dinheiro menos, o negócio fica micho, tudo pouco, o trocado é pouco, tem que dividir pra tudo: remédio, gás, tudo. Se não souber administrar e não controlar, não dá pra nada”, contou Dona Celina, afirmando que deseja um futuro diferente para seu neto.
Geraldo lembrou que os governos federal, com o presidente Lula (PT), e estadual, com Jerônimo Rodrigues (PT), ambos seus aliados, já deram início a ações de enfrentamento das desigualdades, o que não foi adotado pelo atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil). “O Brasil e a Bahia voltaram a avançar no combate à pobreza. E Salvador não tem por que ficar para trás, só porque o prefeito prefere fazer oposição. Vamos trabalhar juntos com o presidente Lula e o governador Jerônimo Rodrigues, colocando as pessoas no centro da nossa gestão. A prefeitura pode fazer muito no combate à pobreza e à desigualdade”, finalizou.
Fonte: OffNEws
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