O BTC vem caindo principalmente depois que as tensões no Oriente Médio cresceram no final de semana e na segunda-feira (1º)
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin – BTC está cotada na manhã desta quarta-feira (2) em R$ 335.613,62. Beto Fernandes, analista da Foxbit, afirma que o Bitcoin e as ações caíram, enquanto o DXY subiu, puxando a procura do investidor por mais segurança, principalmente depois que as tensões no Oriente Médio cresceram no final de semana.
Segundo ele, os dados macroeconômicos também não ajudaram muito. Powell até sinalizou um possível corte duplo dos juros nos Estados Unidos até o final do ano, mas também deixou o discurso meio em aberto.
O analista afirma que com o avanço das ofertas de emprego e o crescimento do setor industrial no país, não fica tão claros os próximos passos do FED para os investidores, isso, evidentemente, traz mais aversão ao risco, como é o caso do BTC.
“Além disso, o mercado de criptomoedas passou por uma desalavancagem dos especuladores. Foram liquidados mais de US$ 530 milhões em contratos futuros nas últimas 24 horas, o que colocou a taxa de financiamento dessas posições de volta ao neutro de 0,01%. Esse movimento intensifica a queda, já que esses contratos são vendidos de forma forçada, injetando mais capital do que o esperado para o momento”, destaca.
Em contrapartida, Fernandes aponta que os ETFs de Bitcoin continuam acumulando entradas, somando oito dias consecutivos de fluxos de capital positivo. Um desempenho que chama a atenção, já que os fundos de ETH até registraram aplicações no mesmo período, mas de forma bem mais tímida.
Já Fernando Pereira, gerente de conteúdo da Bitget, aponta que com a alta volatilidade vista no mercado devido ao bombardeio que teve início no Oriente Médio, há uma formação de cunha ascendente aparecer no S&P500.
“Devemos ficar antenados dia após dia nessa formação. Caso essa cunha seja rompida para baixo em algum momento, significa a fuga dos investidores para o dólar e quedas mais agressivas em todos os mercados, incluindo o mercado cripto”, disse.
Pereira também aponta que a POL, a antiga MATIC, é uma moeda que vem passando por um momento difícil em sua existência, visto que diversas opções as layers de segunda camada surgiram no mercado com propostas muito mais agressivas e que fizeram o interesse pela rede cair.
“Porém, como podemos observar o gráfico acima (que unifica o histórico de MATIC com POL) podemos ver que o ativo está em uma zona de preço histórica bastante barata, e que facilmente pode voltar para sua região de preço justo (próxima de US$0,50). Buscar regiões acima de US$1,00 é muito difícil no médio prazo para POL, mas isso não impede os investidores que entrarem hoje na moeda buscarem por 50% de valorização nos próximos meses”, destacou.
Rodrigo Miranda, criador da Universidade do Bitcoin, destaca que o índice do medo teve uma grande alta, e o mercado está sob uma pressão. Com isso, as commodities subiram bastante, principalmente o petróleo registrou uma grande alta
“O BTC sentiu bastante. Esse movimento fez com que outras altcoins também corrigissem. Como sabemos, geralmente, quando o Bitcoin cai, as demais altcoins caem bem mais – elas são mais voláteis. Bitcoin vem enfrentando uma resistência muito forte, que é um canal de baixa que vem desde março. Então, o topo do canal está entre US$ 65.800 mil a US$ 66.500 mais ou menos. Foi exatamente onde o preço parou e começou a corrigir”, disse.
Ainda segundo Miranda, o Bitcoin vem enfrentando uma resistência muito forte que é um canal de baixa que ele está enfrentando desde março. Então o topo do canal está entre meia cinco e oitocentos até meia quinhentos mais ou menos.
“No geral, o mês de outubro tende a ser bom pro mercado cripto. Estamos no último trimestre do ano, outro fator que, estatisticamente, é positivo para renda variável. Nos próximos, o mercado vai ficar atento sobre a escalada da guerra entre Irã X Israel, e se isso vai se tornar uma guerra regional ou não. E como isso pode afetar outros países e também o mercado de renda variável no todo”, finalizou.
Portanto, o preço do Bitcoin em 02 de outubro de 2024 é de R$ 335.613,62. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0030 BTC e R$ 1 compram 0,0000030 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 02 de outubro de 2024, são: Wormhole (W), Mantra (OM) e Conflux (CFX) com altas de 16%, 2% e 0,1% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 02 de outubro de 2024, são: Arweave (AR), Starknet (STRK) e Notcoin (NOT) com quedas de -16%, -15% e -14% respectivamente.
Como conflitos como o de Irã e Israel afetam os mercados?
Luciana Berriel, economista e planejadora financeira, destaca ao Cointelegraph Brasil que conflitos entre países do Oriente Médio, como Irã e Israel, têm um impacto significativo sobre o ânimo dos investidores por várias razões, ligadas à geopolítica, à economia global e ao mercado de commodities.
No caso do Irã e Israel, as nações estão próximas ao Golfo Pérsico e ao Estreito de Ormuz (rota por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial), e geram preocupação sobre a segurança do fornecimento de energia, que por sua vez, a incerteza em relação ao fornecimento provoca a alta dos preços do petróleo, já que qualquer interrupção pode causar um desequilíbrio entre oferta e demanda. Isso aumenta os custos de energia globalmente, afetando a lucratividade de empresas e pressionando a inflação.
“O risco geopolítico é uma das principais preocupações dos investidores. Quando há tensão entre potências regionais como Irã e Israel, o risco de escalada militar ou de um conflito mais amplo pode desestabilizar a região. Investidores tendem a reagir negativamente a essas incertezas, retirando capital de mercados considerados mais arriscados.
Além disso, outros países e atores envolvidos, como Estados Unidos, Rússia e países europeus, muitas vezes têm interesses diretos ou indiretos nesses conflitos, o que torna o cenário ainda mais complexo e volátil. O aumento da tensão política global afeta os investimentos e reduz a confiança”, disse.
Desta forma, Berriel explica que os investidores tendem a adotar uma postura mais defensiva, buscando ativos mais seguros, como ouro, títulos do Tesouro dos EUA e moedas fortes (dólar americano, franco suíço). Isso reduz a liquidez e eleva os spreads de risco em ativos mais arriscados, como ações, criptomoedas e títulos corporativos.
Além disso, ela aponta que a volatilidade excessiva também prejudica o comportamento dos investidores institucionais, que preferem estabilidade para avaliar as condições econômicas de longo prazo.
“Em momentos de tensão geopolítica elevada, a percepção de risco dos investidores muda, afetando a alocação de recursos. Em geral, há uma maior procura por ativos de refúgio e menor disposição para investimentos em ativos de risco, como criptoativos e em mercados emergentes, que são considerados mais vulneráveis a choques externos”, finaliza.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil e do Caderno Baiano. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão.
Fonte: CoinTelegraph
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