O mercado vem subindo desde o início desta quinta-feira, recuperando-se fortemente da liquidação do final da tarde de quarta-feira na esteira dos mercados financeiros globais
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin BTC está cotada na manhã desta quinta-feira (24) em R$ 380.447,17. O mercado vem subindo desde o início desta quinta-feira, recuperando-se fortemente da liquidação do final da tarde de quarta-feira na esteira dos mercados financeiros globais.
Em seu ponto mais baixo, a capitalização de mercado caiu para US$ 2,23 trilhões, recuperando posteriormente seu valor para a faixa de US$ 2,32 trilhões.
“A movimentação intradiária do Bitcoin mostra sinais de otimismo. As mínimas observadas no final da quarta-feira resultaram em uma rápida queda abaixo de US$ 65,5 mil, atingindo um recuo de 61,8% conforme o nível de Fibonacci, após o rali ocorrido entre 10 e 21 de outubro. Caso o preço suba rapidamente em direção às recentes máximas de US$ 69,5 mil, há potencial para uma extensão no lado positivo, podendo atingir a marca de US$ 76 mil antes de uma nova fase de consolidação”, destaca Pauline Shangett, CMO da ChangeNOW
Beto Fernandes, analista da Foxbit, aponta que o Bitcoin acompanhou o sentimento mais avesso ao risco do mercado tradicional e consolidou o processo de correção, com uma queda, até o momento, na casa dos 3% na semana.
Ele destaca que apesar disso ser frustrante para alguns investidores, o BTC vem de uma alta desde do último dia 12, em que acumulou mais de 18% de valorização. Então, parece ser um comportamento natural de realização de lucros, do que uma debandada do ativo.
“Essa aversão ao risco hoje não carrega fundamentos muito claros. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Livro Bege indicou que a economia norte-americana está bem, e a inflação caindo – ou pelo menos acelerando bem devagar – na maioria dos estados.
Em contrapartida, a comemoração virou preocupação na Europa. Christine Lagarde e alguns formuladores de política monetária pediram calma em relação ao corte de juros, já que uma flexibilização poderia colocar a inflação muito abaixo da meta de 2%, o que também não é bem visto pelas autoridades”, disse.
Então, como aponta o analista, há um jogo de fundamentos bastante complexos e distintos para lidar, assim como o mercado espera os dados de seguro-desemprego e PMIs nos Estados Unidos hoje. Esse cenário de mais incerteza manteve o DXY em sua tendência de alta, freando, naturalmente, muitos ativos de risco.
O que serve de ponto de equilíbrio é que os investidores institucionais retiraram parte de seus investimentos dos ETFs de Bitcoin. Foi o primeiro fluxo negativo dos últimos oito dias. Mesmo assim, o volume foi bastante tímido: “apenas” US$ 79 milhões. Comparado com os mais de US$ 2 bilhões injetados nas últimas duas semanas, o volume é bem singelo.
Portanto, não há sinais de que a demanda esteja sendo reduzida. Ao contrário, há mais indícios, pelo menos por enquanto – de que a pressão vendedora é branda e situacional”, afirma.
Portanto, o preço do Bitcoin em 24 de outubro de 2024 é de R$ 380.447,17. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0026 BTC e R$ 1 compram 0,0000026 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 24 de outubro de 2024, são: Goatseus Maximus (GOAT), Popcat (POPCAT) e cat in a dogs world (MEW), com altas de 25%, 15% e 14% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 24 de outubro de 2024, são: Apecoin (APE), Cardano (ADA) e Cosmos HUB (ATOM), com quedas de -9%, -5% e -4% respectivamente.
Halving impactando o Bitcoin
Segundo João Canhada, fundador do Grupo Foxbit, o impacto do halving no preço da BTC pode ser mais expressivo nos próximos meses. “Estamos começando a ver sinais mais claros de um desenvolvimento de mercado que promete trazer novos patamares para o Bitcoin”, afirma o analista.
O ciclo de halving tem sido um fator determinante na valorização do Bitcoin ao longo dos anos. Segundo Canhada, as máximas históricas anteriores do Bitcoin foram sempre renovadas após os halvings.
“Em 2012, vimos o Bitcoin chegar a US$ 1.163,00. Em 2016, alcançamos a marca de US$ 19.666,00 e, em 2020, atingimos US$ 69.000,00. Agora, em 2024, já vimos o BTC bater US$ 73.800,00, e acredito que ainda não terminamos esse ciclo de valorização.”
O que chama atenção em 2024, segundo Canhada, é que a máxima histórica foi atingida um mês antes do halving, o que sugere outros fatores em jogo.
“Dois movimentos merecem destaque: a aprovação dos ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos e a especulação de parte do mercado que antecipou a precificação do halving. Os ETFs trouxeram mais segurança para investidores institucionais, injetando capital no mercado. Já a especulação levou alguns a realizarem lucros antes de ver o potencial completo do halving.”
Embora o halving por si só tenha mostrado pouca influência imediata no preço do Bitcoin este ano, Canhada acredita que o cenário está mudando.
“Os impactos do halving na estrutura econômica do Bitcoin são profundos e inevitáveis. Vamos sentir esses efeitos até o último BTC ser minerado. Até lá, os investidores precisam ter resiliência para enfrentar a volatilidade.”
Para o executivo, o desempenho do Bitcoin em 2024 ainda reserva surpresas.
“Acredito que a máxima de US$ 73.800,00 ainda está muito abaixo do que veremos nos próximos meses. O choque entre oferta e demanda, combinado com os fatores macroeconômicos e a entrada de grandes investidores, pode levar o Bitcoin a patamares ainda mais elevados”, conclui o especialista.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil e do Caderno Baiano. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão.
Fonte: CoinTelegraph
iImagem: Vecteezy