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“Porto de Origem”: filme de cineasta baiano-francês sobre o Porto de Salvador chega aos cinemas em dezembro

Com produção da Santa Luzia Filmes, o longa de Bernard Attal propõe um diálogo entre passado e futuro, sonhando com uma revitalização do bairro portuário da capital baiana.

Ao longo dos séculos, o Porto de Salvador vem carregando uma rica história quando era o maior porto do Brasil e do Atlântico do Sul. Hoje, contudo, a região portuária da cidade, o “Comércio”, não carrega o mesmo brilho de outrora, vivendo entre o declínio do presente e a esperança de um futuro melhor. Pensando nisso, o cineasta Bernard Attal, junto a Santa Luzia Filmes, lança em dezembro, “Porto de Origem”, um filme documentário sobre a região que hoje se tornou quase uma “cidade fantasma” da capital baiana.

O longa, que é uma ode à valorização do patrimônio histórico da cidade, busca retratar o Comércio, bairro que mesmo com tentativas de revitalização, ainda se encontra esvaziado. Essa “cidade abandonada”, contudo, inspirou o cineasta após ele encontrar em arquivos legados por sua avó francesa um velho título de investimento no Porto de Salvador, incentivando-o a buscar os segredos do antigo “Porto do Brasil”. 

Assim, Bernard Attal espera que o documentário possa sensibilizar a população e os órgãos públicos sobre a importância da região para a cidade. “‘Porto de Origem’ é um filme que eu tinha interesse em fazer há muitos anos. O processo de pesquisa já vínhamos fazendo por conta do Trapiche Barnabé, que estamos reformando. Nessa busca, a importância histórica, sociológica e cultural do Comércio, não só pela Bahia mas pelo país todo, ficou cada vez mais clara.

Ao todo, o projeto levou cinco anos para ser concluído, tendo início antes da pandemia. No longa, passeando na região portuária, o cineasta observa os traços da sua história, sua arquitetura esplêndida, suas obras de arte, seus negócios tradicionais, suas empresas e a coragem de uma população eclética que resiste. Neste universo rico, o conflito é latente entre um declínio angustiante e um futuro promissor, porém incerto.

O filme se constrói a partir de dois eixos narrativos. O primeiro deles parte do fascínio do Bernard pelo antigo “Porto do Brasil”, sua glória passada e também as cicatrizes da escravidão até o declínio que começou na segunda metade do século passado. O interesse de Attal também carrega um tom sentimental, uma vez que o cineasta trabalha na região e está envolvido na reforma do Trapiche Barnabé, localizado no Comércio, um importante espaço cultural de Salvador edificado no século XVIII.

Já o segundo eixo se concentra em olhar para o futuro, no que o Porto de Salvador pode vir a se tornar a partir de ações de revitalização, transformando-se novamente em um lugar vibrante. O filme, então, apresenta um olhar audacioso e imagético, projetando a região já reformada e novamente pulsante.

A condição precária de muitos prédios históricos no Comércio mostra que há muito trabalho a ser feito. A história do Porto de Salvador se inicia no período colonial, desde meados do século XVI, quando os Trapiches eram utilizados para comercializar mercadorias de Portugal e exportar a produção agrícola do Recôncavo. Esse patrimônio único que vai se constituindo ao longo de cinco séculos deve ser a raiz a partir de qual se pode construir um grande futuro, como foi feito em muitos outros portos no mundo, reforça Attal.

Com produção e distribuição da Santa Luzia Filmes, o longa tem 85 minutos de duração e entra em seu circuito comercial no começo de dezembro. Confira o trailer do longa – https://www.youtube.com/watch?v=AAsgbTGtkY0.

FICHA TÉCNICA

Roteiro e Direção: Bernard Attal

Produção: Gel Santana

Fotografia: Hamilton Oliveira

Montagem: Marcos Lé

Computação Gráfica: Guillaume Roignant

Música: Silvain Vanot

Desenho do som: Haydson Oliveira e Eduardo Ayrosa

SERVIÇO

Filme “Porto de Origem”

Produção e distribuição: Santa Luzia Filmes

SOBRE BERNARD ATTAL

Morando no Brasil desde 2005, Bernard Attal tem mestrado em literatura pela universidade de Harvard nos EUA e estudou cinema na New School de Nova Iorque. O cineasta dirigiu quatro curtas-metragens (29 Polegadas, Ilha do Rato, Passeio de Bicicleta, Dela) e um documentário para a televisão pública brasileira, “Os Magníficos”. Seu primeiro longa-metragem de ficção, “A Coleção Invisível”, adaptado de uma novela de Stefan Zweig, foi lançado nas salas comerciais em 2013, recebeu quinze prêmios no circuito internacional dos festivais, e foi licenciado para vários canais como HBO, Telecine, Canal Brasil, Netflix e In-flight Entertainment. Em 2017, Bernard finalizou uma comédia para televisão, “A Finada Mãe da Madame”. Em 2019, lançou “Sem Descanso”, um documentário sobre a violência policial, que venceu vários prêmios de melhor filme em festivais no Brasil e no exterior. Além das suas atividades como cineasta, Bernard é o fundador e coordenador do Trapiche Pequeno, o Centro de Economia Criativa da Bahia.

Fonte: Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação

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