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Marta Rodrigues sobre privatização de cemitérios em Salvador: “Prefeitura quer lucrar com a morte”

“Chegou ao nosso conhecimento que as empresas interessadas concluíram estudos e apresentaram à gestão municipal, indicando uma concessão de 20 anos. Não tivemos acesso e não sabemos de nenhuma contrapartida”, declarou a vereadora de Salvador

A presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia da Câmara de Salvador, vereadora Marta Rodrigues (PT), criticou, nesta segunda-feira (2), a tentativa da executivo municipal de privatizar os cemitérios públicos e disse que a mudança pode ter consequências graves para a população pobre da capital baiana, à medida em que encarece os serviços e dificulta o acesso aos direitos dos familiares de enterrarem seus mortos, conforme prevê a Constituição. Marta reclamou de falta de transparência e cobrou que sejam apresentados à Câmara os estudos das empresas interessadas nos espaços, assim como as possíveis contrapartidas.

“Chega ao nosso conhecimento que as empresas interessadas concluíram estudos e apresentaram à gestão municipal, indicando uma concessão de 20 anos. Isso é mais uma perversidade que a prefeitura comete contra o povo, pois não tivemos acesso e não sabemos nenhuma contrapartida decente. A privatização de cemitérios públicos foi problemática em diversas cidades do país e escancarou relações duvidosas entre gestões municipais e empresas privadas”, lembrou.

Segundo Marta Rodrigues, em diversos casos de privatização, muitas pessoas encontraram dificuldades de enterrar seus entes, adquiriram dívidas e transtornos de todos os tipos, para além da perda. “O que deveria ser um momento de conforto, se torna um dedo na ferida, um acréscimo da dor, pois os valores destoam das condições financeiras das pessoas. É uma questão de respeito à dignidade humana”, declarou a vereadora.

Marta lembra que Salvador é uma cidade de maioria pobre e quando uma pessoa morre, a família inteira se junta para conseguir custear o funeral. “Quando se privatiza, os preços praticados pelas concessionárias sobem consideravelmente.

Com cemitérios, os exemplos que temos beiram ao desrespeito. na capital baiana, algo que já foi R$ 200 pode passar para R$ 1,5 mil. Já não basta retirar a dignidade em vida, tira-se também em morte”.

A vereadora reclama, ainda, que não há sinalização da prefeitura para apresentação de um projeto robusto, com transparência e planilha de dados e valores. Ela disse que tem cobrado os estudos feitos por quatro empresas sobre o interesse n a gestão dos cemitérios. “Vai privatizar porque? Qual a justificativa? Vai melhorar no que? Como temos certeza que este serviço será garantido com qualidade e com custo acessível? Queremos acesso total aos documentos e aos estudos que devem ser apresentados À Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop)”, disse.

Cemitérios – Sob a responsabilidade da Semop, Salvador possui dez cemitérios Seis em: Brotas, Itapuã, Paripe, Periperi, Pirajá e Plataforma. Os outros quatro situam-se nas ilhas da capital, incluindo Bom Jesus dos Passos, Ilha de Maré, Paramana e Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe, ambos na Ilha dos Frades.

Fonte / Foto: Ascom ver Marta Rodrigues – PT

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