Para a vereadora de Salvador pelo PT, o projeto da orla aconteceu a toque de caixa, sem a realização de audiências para ouvir antigos permissionários das barracas de praia e desrespeitando critérios ambientais ao desmatar vegetação nativa; consulta pública realizada teve apenas 44 interações e edital fica aberto até dia 22 de janeiro
A vereadora Marta Rodrigues (PT) cobrou da prefeitura, nesta sexta-feira (6), explicações sobre as denúncias que circulam nas redes sociais sobre a retirada da vegetação nativa da Orla de Salvador e a falta de acessibilidade à praia para pessoas com deficiência. Marta criticou também processo de licitação que prevê a concessão de 34 quiosques e 70 tendas a uma única empresa por 30 anos.
Segundo a petista, nos vídeos publicados, um deles pelo movimento SOS Buracão, é possível ver o avanço do concreto em áreas de restinga que compunham as praias da faixa litorânea. “É lamentável que mesmo com tanta evidência sobre a Emergência Climática, a prefeitura tenha soterrado restingas, concretado áreas verdes e destruído a vegetação nativa”, disse.
Marta Rodrigues questionou a prefeitura sobre a transparência do projeto e repudiou a falta de participação popular. O edital de licitação para a Orla de Salvador está aberto até o dia 22 de janeiro, no entanto, a vereadora disse que a prefeitura não explanou quais os critérios de escolha. “A quem o prefeito quer beneficiar? É uma crueldade com quem sobreviveu anos da praia e esperou tanto por essa reforma”, disse.
“A orla de Salvador vai ficar 30 anos com uma única empresa, a troco de quê e dialogado com quem? Não sabemos de nenhuma contrapartida. Não houve nenhuma audiência pública para discutir os rumos desse espaço importante da cidade. É um absurdo que esta faixa litorânea, outrora essencial para a sobrevivência de dezenas de permissionários e centenas de trabalhadores, agora seja usada para gerar lucro a única empresa”, acrescentou.
Para Marta, a reforma priorizou o concreto no lugar de áreas verdes. “Imagens de drone mostram como é um mar de concreto. Não é a toa que ambientalistas de toda a cidade tecem críticas ao resultado. Para quem o prefeito está querendo dar nossa orla?”, questionou.
Consulta – A petista chamou de ‘cortina de fumaça’ a consulta pública feita pela Prefeitura sobre o projeto da Orla de Salvador. “Ficou pouco mais de um mês no ar e teve apenas 44 considerações, de uma cidade com quase três milhões de habitantes. Obviamente que a prefeitura não tinha interesse em saber o que a população pensava a respeito, por isso fez tudo rapidamente”.
Fonte: Ascom ver Marta Rodrigues – PT
Foto: Fulvio Bahia