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Psilocibina mostra potencial terapêutico para redução de depressão em profissionais de saúde pós-pandemia

Um estudo recentemente publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) revelou que a terapia assistida com psilocibina ajudou a reduzir significativamente os sintomas de depressão em clínicos da linha de frente durante a pandemia de COVID-19. O estudo de clínica randomizada investigou se a terapia com psilocibina poderia aliviar sintomas de depressão, burnout e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) em profissionais que desenvolveram esses problemas devido ao estresse do trabalho durante a crise sanitária.

A pesquisa envolveu 30 clínicos, que foram divididos em dois grupos: um recebeu uma dose de 25 mg de psilocibina, e o outro tomou 100 mg de niacina. Todos os participantes passaram por várias sessões de acompanhamento, incluindo visitas preparatórias, uma sessão de medicação e visitas de integração. Os pesquisadores avaliaram a evolução dos sintomas de depressão e burnout, observando uma diminuição dos sintomas no grupo da psilocibina, com uma redução estatisticamente significativa na depressão, enquanto o grupo que tomou niacina apresentou uma diminuição mais modesta.

Os resultados indicaram que os participantes que tomaram psilocibina apresentaram uma queda de 21,33 pontos na escala de avaliação da depressão (MADRS), enquanto o grupo da niacina teve uma redução de apenas 12 pontos. A pesquisa também encontrou uma diminuição significativa dos sintomas de TEPT no grupo da psilocibina, embora a mudança em relação ao burnout não tenha sido estatisticamente significativa, o que pode ser devido ao pequeno tamanho da amostra.

Anthony Back, líder do estudo e médico da Universidade de Washington, comentou que a terapia com psilocibina pode ser uma alternativa segura e eficaz para ajudar os profissionais de saúde a lidarem com o esgotamento e as dificuldades emocionais resultantes do trabalho durante a pandemia. “A psilocibina ofereceu uma nova perspectiva sobre seus sentimentos e situações, permitindo maior compaixão e compreensão”, afirmou Back.

Apesar dos resultados positivos, o estudo reconhece limitações, como o tamanho reduzido da amostra e a possibilidade de vieses no recrutamento. Além disso, embora a pesquisa tenha sido cegada, 100% dos participantes conseguiram identificar se haviam recebido psilocibina ou niacina após duas horas da administração da substância.

Além deste estudo, a psilocibina tem sido explorada em outras pesquisas sobre depressão, transtornos bipolares e até no tratamento de dor crônica. O governo dos EUA, por meio do National Center for Complementary and Integrative Health (NCCIH), também está financiando investigações sobre os potenciais benefícios terapêuticos da psilocibina, incluindo o tratamento de distúrbios de ansiedade, depressão e uso de substâncias.

Este estudo marca um avanço no uso da psilocibina para tratar profissionais de saúde que enfrentam os impactos psicológicos do trabalho durante uma pandemia global, colocando a terapia com psilocibina como uma possível solução no tratamento de condições psicológicas associadas ao burnout e à saúde mental.

Fonte: Sechat
Imagem de Andreas por Pixabay

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