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CBD pode ser ingrediente promissor de dermocosméticos

Estudo sugere que CBD pode ser um complemento útil em dermocosméticos, como protetor solar, cuidados com cabelos e cicatrização de feridas

A busca por alternativas naturais e eficazes nos cuidados com a pele tem crescido nos últimos anos. Consumidores, cada vez mais conscientes, procuram produtos que ofereçam resultados visíveis e que também sejam seguros para a pele e sustentáveis.

Nesse contexto, o canabidiol (CBD), um dos compostos da planta Cannabis, tem ganhado destaque na Dermatologia devido às suas propriedades terapêuticas. Um estudo recente investigou os efeitos do CBD e mostrou que ele tem potencial para ser utilizado em produtos dermocosméticos, principalmente para uso tópico.

Os efeitos antioxidantes, antienvelhecimento e de cicatrização de feridas do CBD podem impulsionar o desenvolvimento de produtos inovadores, unindo ciência e natureza.

O que são dermocosméticos

Produtos dermocosméticos — também chamados de cosmecêuticos — são produtos que combinam características de cosméticos e medicamentos. Eles contêm ingredientes ativos que penetram nas camadas mais profundas da pele, proporcionando benefícios que vão além da estética.

Exemplos comuns de dermocosméticos:

  • Protetores solares
  • Cremes hidratantes
  • Séruns faciais
  • Máscaras de tratamento

Esses produtos estão disponíveis em farmácias, drogarias e lojas especializadas em produtos de beleza. No entanto, é essencial consultar um dermatologista antes de incluí-los na rotina, para garantir a escolha ideal para seu tipo de pele.

CBD e pele: uma conexão natural

As propriedades terapêuticas do canabidiol estão diretamente relacionadas à sua capacidade de interagir com o sistema endocanabinoide.

A pele possui seu próprio sistema endocanabinoide, que regula processos como inflamação, proliferação celular e manutenção da barreira cutânea. O CBD interage com esse sistema, principalmente nos receptores CB1 e CB2, envolvidos na modulação de respostas inflamatórias e regeneração das células.

Nesse sentido, essa interação faz do CBD um candidato com potencial para o desenvolvimento de novos produtos dermocosméticos mais eficazes e personalizados.

Primeiramente, a segurança

Antes de explorar os benefícios do CBD, os pesquisadores avaliaram sua segurança. Em baixas concentrações (0,625 – 2,6 µg/mL), o canabidiol não apresentou toxicidade para as células da pele, tanto no curto quanto no longo prazo.

Além disso, o composto estimulou o crescimento de queratinócitos (células da camada externa da pele) e fibroblastos (células responsáveis pela produção de colágeno), indicando segurança para o uso tópico.

Em seguida, os pesquisadores analisaram em células no laboratório como o CBD pode ser aplicado em produtos dermocosméticos para maximizar seus benefícios.

Benefícios do CBD em dermocosméticos

1. Ação antioxidante

Os radicais livres — moléculas instáveis geradas pela poluição e radiação ultravioleta (UV) — aceleram o envelhecimento da pele e causam danos celulares. O CBD demonstrou reduzir os níveis de espécies reativas de oxigênio, protegendo as células da pele contra agentes externos prejudiciais.

No estudo, o CBD reduziu o estresse oxidativo em fibroblastos e queratinócitos, as principais células da pele.

2. Combate ao envelhecimento precoce

O envelhecimento da pele está diretamente ligado à redução da produção de colágeno e elastina, proteínas essenciais para manter a firmeza e a elasticidade cutânea.

O estudo mostrou que o CBD estimulou a produção de colágeno, aumentando a expressão de genes, como o COL1A2, e de reduzir marcadores de envelhecimento celular, como a beta-galactosidase. Isso sugere que o composto poderia ajudar a manter a pele jovem e saudável, prevenindo rugas e flacidez.

3. Cicatrização de feridas

Outro benefício promissor do CBD é sua capacidade de acelerar a cicatrização de feridas. Nos testes com fibroblastos, o canabidiol promoveu a expressão de fatores de crescimento como TGC-β1 e VEGF, essenciais para a regeneração celular e a formação de novos vasos sanguíneos.

Além disso, o CBD estimulou a proliferação celular, uma etapa importante para a reparação da pele.

Com base nesses achados, os pesquisadores indicam que o CBD tem potencial para ser incorporado em diversos dermocosméticos de uso tópico já conhecidos do público.

“Sugerimos que o CBD exibe muitas características potenciais que podem ser usadas para desenvolver produtos cosmecêuticos tópicos, como produtos de proteção solar, produtos para o cabelo ou produtos para cicatrização de feridas.”

Desafios e estudos futuros

Apesar dos resultados promissores, ainda há desafios na incorporação do CBD em dermocosméticos. O canabinoide é sensível à luz, ao calor e a variações de pH, fatores que podem acelerar sua degradação e reduzir sua eficácia.

Para contornar esse problema, os pesquisadores sugerem o uso de tecnologias de encapsulamento, que protegem as moléculas de CBD e garantem sua liberação controlada na pele.

Além disso, são necessários mais estudos para confirmar os benefícios do canabidiol com análises mais complexas, como pele 3D ou estudos clínicos. Esses avanços ajudarão a entender melhor como o CBD pode ser incorporado a produtos dermocosméticos de forma segura e eficaz.

Fonte: Gregorio Ventura / Cannabis e Saúde
Foto: Angela Roma / Pexels

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