Eles estão por todos os Circuitos do Carnaval e garantem que a folia aconteça.Sem os mais de mil e seiscentos trabalhadores a festa estaria comprometida diante de toneladas de resíduos que são descartados nas ruas pelos foliões. Os profissionais, que se abaixam mais de 60 vezes para recolher o material e conseguir juntar um quilo de latinha, são os principais responsáveis por deixar o Carnaval mais sustentável.
Se não fosse retirado de circulação os resíduos poderiam entupir bueiros. O cenário ficaria mais complicado após as fortes chuvas que caem em Salvador. Neste Carnaval, as sete Centrais instaladas nos percursos dos desfiles recebem apoio da Prefeitura de Salvador e do Governo do Estado, MPT-BA, MPBA, da AMBEV e da FIEB, mas as iniciativas já acontecem há 20 anos. “A ação também uma forma de promover a conscientização sobre a importancia da reciclagem e da preservação ambiental”, afirma Ana Carine-diretora executiva do CAMA
Os investimentos de mais de quatro milhões garantem dignidade e renda aos catadores. Os projetos são desenvolvidos pelas Cooperativas de Catadores(as) de materiais da capital, junto com ONG CAMA (Centro de Arte e Meio Ambiente). “O processo de valorização e fortalecimento dos catadores de materiais reciclaveis é o que move a ONG CAMA junto com os cooperativos a estar iniciando essa ação a duas décadas. Isso para que eles tenham uma atenção durante seu labor na maior festa de rua do planeta. Entendemos que precisa precisamos enfrentar vários desafios mas avançamos ao longo deste periodo na garantia de direitos desses profissionais.”, explica Joilson Santana – Coordenador Executivo do CAMA.
Os catadores(as) atuam o ano inteiro ajudando a cidade a manter o ciclo da economia circular que é um modelo econômico que reduz o desperdício e prolonga a vida útil dos produtos. Segundo o Panorama da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente, em média, são coletados no país cerca de 207 mil toneladas de materiais recicláveis. No Carnaval de Salvador, os profissionais já retiraram de circulação mais de 60 toneladas, são cerca de 15 toneladas de resíduos por dia. Os catadores atuam diretamente com as cooperativas em 4 projetos, entre eles o CoopRede que está em sua primeira edição.
Nos quatro dias de folia os profissionais retiraram de circulação um pouco mais de 32 toneladas de materiais recicláveis. A ação conta com a participação de 400 catadores cooperativados e autônomos e acontece no Circuito Barra Ondina. Lá foram montadas três centrais de coleta para receber o material recolhido.
A Cooprede é formada pelas cooperativas: COOPERBARI, CRUN, COOCREJA e COOPCICLA, junto com a COOPERBRAVA e a ONG CAMA. São cerca de 400 catadores de materiais recicláveis autônomos e cooperativados apoiados nas Centrais localizadas na Barra na Rua Miguel Burnier de na Rua Marques de Leão e outra na Ladeira da Montanha.
O projeto nasce este ano e tem a participação de uma das cooperativas mais antiga da cidade a COOPCICLA que durante todo o ano faz a coleta seletiva em shoppings, hospitais, mercados e órgãos públicos. “O projeto garante mais dignidade aos trabalhadores autônomos que tem ponto de apoio para comercializar os resíduos com valores acima do mercado. Além disto recebem fardamento e trabalham diretamente com cooperativas sem atravessadores”, afirma Elias Junior,responsável pelo projeto Cooprede.
Nas Centrais, o quilo da latinha está sendo comercializado por R$ 8,00, o de garrafas PETs sai por R$ 2,00 e o do plástico por R$1,00. Além disso, se baterem a meta e recolherem 10 quilos de PET e plástico, o catador recebe R$ 50,00 de bonificação.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação
