Os touros estão cansados e mesmo com dados positivos vindos do cenário econômico americano, não conseguiram elevar o preço acima de US$ 83 mil, mantendo o BTC preso dentro da resistência de US$ 85 mil
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin – BTC está cotada na manhã desta quinta-feira (13) em R$ 486.493,48. Os touros estão cansados e mesmo com dados positivos vindos do cenário econômico americano, não conseguiram elevar o preço acima de US$ 83 mil, mantendo o BTC preso dentro da resistência de US$ 85 mil.

Para Brett Reeves, Head de Go Network & Vendas Europeias na BitGo, as quedas recentes nos preços das criptomoedas reacenderam o discurso dos céticos, mas não alteram a trajetória de crescimento do setor. Ele lembra que esse tipo de oscilação já ocorreu diversas vezes no passado e não impediu que a indústria seguisse inovando.
O analista também reforçou que a recente turbulência nas criptomoedas não ocorre de forma isolada, mas dentro de um contexto mais amplo de incertezas no mercado financeiro global.
“Os principais índices sofreram quedas significativas nas últimas duas semanas. Empresas de tecnologia, conhecidas como as ‘Magnificent Seven’, registraram perdas de dois dígitos. Isso se deve a fatores como incertezas sobre tarifas comerciais, tensões geopolíticas, o conflito na Ucrânia e preocupações com o setor imobiliário chinês”, apontou.
Porém, mesmo diante dos desafios de curto prazo, Reeves ressaltou que o setor tem registrado avanços importantes, como a criação de reservas estratégicas para ativos digitais nos Estados Unidos e a autorização para bancos trabalharem com criptoativos.
“Entre os marcos recentes, podemos destacar o estabelecimento da Reserva Estratégica de Criptomoedas dos EUA, a criação de um estoque oficial de ativos digitais, o reconhecimento das stablecoins e dos Ativos do Mundo Real (RWA), além da introdução da regulamentação MiCA na União Europeia”, elencou o executivo.
Para Reeves, o que antes parecia distante agora se torna realidade no mercado financeiro global. “Esses avanços, que há apenas um ano pareciam aspiracionais, mostram o quanto o setor está evoluindo. Então, apesar da queda nos preços no curto prazo, é essencial lembrar o progresso que fizemos em tão pouco tempo e o potencial que esse setor ainda tem para os próximos anos”, concluiu.
Bitcoin vai cair ou subir?
Já Beto Fernandes, analista da Foxbit destaca que há um esforço grande para que o Bitcoin reverta o momento baixista atual. Isso porque os investidores, por enquanto, ainda não estão convictos de que a inflação está retornando à meta de 2%.
“Quando a gente observa o movimento do CPI, o recuo para 2,4%, em setembro do ano passado, foi revertido para um avanço para os 3%, em janeiro. A queda deste mês, apesar de relevante, não necessariamente indica que a alta dos preços está acabando. É preciso mais confiança para que o jogo mude. Isso exige, então, a análise de pelo menos mais um período de dados inflacionários, isso sem considerar quais efeitos o tarifaço de Trump pode trazer aos preços.
Todo esse receio macroeconômico, claro, assusta os investidores, que optam por correr menos risco neste momento. E isso é visto nos ETFs, que seguem registrando saídas de capital expressivas diariamente. Em contrapartida, há um comportamento mais agressivo das baleias, que estão sinalizando uma possível onda de acumulação da criptomoeda. Caso isso se consolide e os fundamentos econômicos se reorganizem, é possível uma nova rebatida para alta”, destaca.
Olhando para os gráficos, Rafael Bonventi, analista da Bitget, destaca que o Bitcoin está atualmente negociando dentro de uma zona de resistência crítica, tentando confirmar um possível fundo após reagir ao suporte micro em US$ 77.780. O preço recuperou terreno, mas para uma verdadeira reversão de tendência, precisamos ver um movimento impulsivo de cinco ondas acima dos principais níveis de resistência.
Segundo ele, a primeira grande resistência está em US$ 83.718, seguida por US$ 84.000 e a extensão de Fibonacci de 100% em US$ 84.200, que é um ponto-chave de decisão. Um rompimento acima de US$ 85.470 seria o primeiro sinal de que o momentum comprador está ganhando força, mas uma confirmação completa exigiria uma quebra acima de US$ 86.700, o que indicaria uma tendência de alta mais sustentável.
“No entanto, a recuperação atual ainda parece corretiva, possivelmente formando uma onda 4, o que sugere que uma última perna de queda (onda 5) ainda pode estar no radar. Caso os vendedores retomem o controle, os próximos suportes chave estão em US$ 75.320, US$ 72.600 e US$ 72.000”, disse.
Diante disso, ele aponta que o Bitcoin segue em uma zona decisiva, onde tanto touros quanto ursos aguardam confirmação. Se o preço não conseguir romper as resistências e formar apenas um movimento de três ondas, poderemos ver uma correção mais complexa ou um novo movimento de queda.
“Por outro lado, se houver um rompimento sólido em cinco ondas acima de US$ 86.700, isso aumentaria significativamente as chances de um fundo confirmado e mudaria o viés para uma continuação de alta. Até lá, o cenário permanece incerto, e um novo teste de mínimas ainda está em jogo, a menos que a resistência seja quebrada com convicção”, finalizou.
Mercado pode lateralizar antes de retomada de alta
Segundo Rodrigo Miranda, criador da Universidade do Bitcoin, o BTC está formando um possível suporte entre US$ 78 mil e US$ 80 mil, sugerindo uma zona de smart money.
Miranda destacou que o mercado tem protegido essa faixa de preço e que houve uma quebra de estrutura de baixa no curto prazo. “Se o mercado voltar a trabalhar acima de US$ 84.500 a US$ 85 mil, devemos entrar em uma lateralização entre US$ 80 mil e US$ 90 mil“, afirmou.
Ele também explicou que o Bitcoin precisa superar os US$ 92 mil e se manter acima desse valor para buscar patamares entre US$ 92 mil e US$ 100 mil. “Caso ele atinja US$ 92 mil e volte a cair, o ativo pode entrar novamente na fase de acumulação entre US$ 92 mil e US$ 80 mil“, analisou.

O analista comparou o momento atual com fases de acumulação e correção anteriores, como as de 2023 e 2024, quando o mercado atingiu a faixa de US$ 34 mil a US$ 35 mil em um cenário de medo extremo. “Neste momento, estamos abaixo de 20% no índice de medo, o que historicamente representa uma oportunidade de compra”, explicou.
Ele citou um jargão do mercado financeiro para ilustrar sua visão. “Compramos no som dos canhões e vendemos no som dos violinos“, disse, reforçando que momentos de pânico podem representar boas oportunidades para investidores experientes.

Miranda também destacou que o desempenho do S&P 500 e a situação fiscal nos EUA podem influenciar o preço do Bitcoin. “Se o S&P 500 conseguir uma recuperação, e houver um alívio na tensão sobre a taxação do governo Trump, o mercado pode voltar a se acalmar”, afirmou.
Ele alertou os investidores para monitorarem de perto a faixa de preço entre US$ 78 mil e US$ 92 mil, que pode determinar os próximos movimentos do ativo. “Precisamos observar como o mercado irá reagir nesses níveis para confirmar se o Bitcoin continuará sua tendência de alta”, concluiu.
Portanto, o preço do Bitcoin em 13 de março de 2025 é de R$ 486.493,48. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0020 BTC e R$ 1 compram 0,0000020 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 13 de março de 2025, são: Pepe (PEPE), Story IP (IP) e Celestia (TIA), com altas de 16%, 10% e 9% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 13 de março de 2025, são: Movement (MOVE), Bittensor (TAO) e Hyperliquid (HYPE), com quedas de -4%, -3% e -2% respectivamente.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil e do Caderno Baiano. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão.
Fonte: CoinTelegraph
Imagem: Bitcoin Stock photos by Vecteezy