A Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (Secis) está apoiando o projeto CoastSnap, uma iniciativa global de monitoramento costeiro participativo que acompanha a erosão, a dinâmica das praias e os impactos das mudanças climáticas. Desenvolvido originalmente na Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, em 2017, o CoastSnap transforma fotos tiradas por cidadãos em dados científicos sobre a evolução da linha de costa.
Em Salvador, quatro estações já foram instaladas para registrar as transformações das praias, em Stella Maris (12°56’11,352”S, 38°19’37,578”O); Jaguaribe/Piatã (12°57’28,212”S, 38°23’26,76”O); Armação/Jardim de Alah (12°59’43,848”S, 38°26’28,86”O) e na praia do Reloginho/Forte Santo Antônio da Barra (13°00’36,66”S, 38°31’58,94”O).
A participação da capital baiana no projeto é resultado da parceria entre a Universidade Federal da Bahia (Ufba), por meio do Laboratório de Oceanografia Operacional (Loop), e o Dipartimento di Ingegneria Civile, Chimica e Ambientale (Dicca) – Departamento de Engenharia Civil, Química e Ambiental – da Universidade de Gênova (UniGe), na Itália, para extrair informações valiosas sobre a linha de costa e questões ambientais críticas. O estudo também conta com o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e coordenação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Com a instalação dos totens do CoastSnap, qualquer pessoa pode contribuir para o monitoramento ambiental ao posicionar o celular no suporte e registrar uma imagem da paisagem. As fotos serão analisadas por pesquisadores para mapear processos como erosão costeira, impactos de tempestades e a elevação do nível do mar, ajudando a entender e mitigar os desafios ambientais enfrentados pelo litoral baiano.
Metodologia – De acordo com o secretário da Secis, Ivan Euler, o CoastSnap é uma ferramenta inovadora e essencial para o monitoramento costeiro, que contribui significativamente para o estudo das mudanças ambientais ao longo das praias da cidade. O gestor explica que o projeto global, realizado em parceria com a Ufba, oferece uma metodologia simples e eficaz para coletar dados valiosos sobre a dinâmica da linha de costa, erosão e os impactos das mudanças climáticas.
“Em Salvador, já contamos com estações instaladas em pontos estratégicos, onde as imagens coletadas pelos cidadãos se transformam em dados científicos. Este tipo de monitoramento participativo é fundamental para desenvolver estratégias de preservação ambiental, além de contribuir com o conhecimento necessário para o planejamento urbano e a proteção da nossa costa diante dos desafios impostos pelas tempestades e pela subida do nível do mar”, conta.
Para o professor da Ufba e gestor do Loop, Arthur Antônio Machado, a ideia é mostrar esse resultado ao longo do tempo, das tendências das costas locais para a Prefeitura, fornecendo dados para tomada de decisões que sejam as melhores para a cidade. “Acho importante e fundamental para a nossa sociedade (ações como essa), porque auxilia a tomar as melhores decisões para a cidade, e a academia tem que ter essas parcerias. É um papel nosso, assessorar os tomadores de decisões e veio esse projeto, sem custo nenhum, que nos dá uma resposta significativa”.
Machado reforça que a iniciativa também é importante pois faz a sociedade se sentir parte do projeto. “O cidadão tira a foto, colabora. Em Stella Maris nós recebemos muitas imagens, muito retorno da população porque eles sentiram que é algo para eles, um monitoramento comunitário. Quando vamos nas estações, as pessoas conversam, perguntam para que serve e se interessam de verdade. Temos uma ideia de colocar um ponto no topo do Farol da Barra, para pegar a praia da Barra como um todo (até o Morro do Cristo), pois essas imagens nos dão um histórico importante, com custo baixo”.
Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas no site https://coastsnapnordeste.
Fonte: Secom PMS
Foto: Bruno Concha