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“Não confunda: CBA não é CBD”

A médica dermatologista Dra. Thayla Ferrari explicou que a principal diferença entre os compostos é que o CBA não tem como origem a Cannabis, já o CBD sim.

Você sabe qual é a relação entre o CBA e o CBD? Se a sua resposta foi nenhuma, acertou. Mas não se preocupe, a confusão, de fato, acontece. Já que a crescente proliferação de produtos contendo CBA (Cannabinoid Active System) no mercado tem gerado considerável mistura, frequentemente associada à similaridade fonética e visual com o renomado CBD (Canabidiol), molécula proveniente da Cannabis e com potencial efeito terapêutico.

 “A confusão é uma estratégia. As embalagens e colorações levam a crer que têm relação com a Cannabis, mas não, e, inclusive, o CBA não tem efeito medicinal”. É assim que a Dra. Thayla Ferrari Machado explica a crescente utilização de publicidade nos produtos com CBA relacionando-os com CBD.

Porém, o CBA, diferentemente do CBD, não vem da planta Cannabis. Basicamente, ele é um ativo natural produzido a partir de óleos com origens principalmente da Amazônia.

“O CBA, ou seja, os óleos amazônicos tem terpenos com efeitos relaxantes e até muscular, nos cabelos, por exemplo, diminui a aparência do frizz realmente. Mas o apelo do marketing envolvendo a Cannabis ilude o consumidor”, pontua a médica.

Mas, por que o CBA leva o Cannabinoide no nome, não é mesmo? Bom, a resposta está na sua interação com o sistema endocanabinoide. “São produtos que agem em sinergia com o sistema endocanabinoide, mas que não necessariamente é parecido com o CBD, nem com o mesmo potencial”.  Ou seja, o CBA age em sinergia com esse sistema, compartilhando a capacidade de influenciar processos fisiológicos. No entanto, a médica enfatiza que sua atuação e potencial diferem do CBD.

Semelhanças entre o CBA e o CBD

Apesar das divergências, o CBA demonstra potencial terapêutico, especialmente em aplicações tópicas. Condições dermatológicas podem encontrar alívio com o uso do CBA,. Todavia, o alcance terapêutico do CBD permanece mais amplo. “As dermatites, por exemplo, podem se beneficiar, mas o alcance do uso do CBD é bem maior”, pontua. 

“O Canabidiol não é nem coadjuvante, o CBD é complementar à terapia tradicional que já existe”

A busca pelo bem-estar é crescente. E neste cenário o CBD vive uma ascensão como uma alternativa terapêutica com potencial benefícios para a saúde da pele. Segundo a médica, o CBD é uma alternativa promissora, com potencial para beneficiar a saúde da pele. Para ela, longe de ser um mero coadjuvante, o CBD assume um papel complementar às terapias tradicionais já estabelecidas.

E não apenas o CBD. Dra. Thayla entende que os fitocanabinoides, como o CBG, demonstram um leque de benefícios para a pele. Essa complementariedade reside na capacidade do CBD de atuar em sinergia com os tratamentos convencionais, otimizando os resultados e, possivelmente, minimizando os efeitos colaterais associados.

E os produtos de CBA querem apenas seguir este hype.  “O marketing evoca a Cannabis, o que, pode induzir o consumidor ao erro”, alerta.

“Todos deveriam ter a oportunidade de realizar tratamentos com Cannabis”

Para a médica, a Cannabis traz uma transformação completa ao tratamento dos seus pacientes. Além de tratar questoes como a psoríase, através de mecanismos multifacetados, o CBD demonstra a capacidade de impactar positivamente diversas condições como a qualidade do sono e dos pensamentos.

“A razão inicial é o tratamento dermatológico. Mas a gente sabe que os benefícios vão muito além da pele, do cabelo, das mucosas. Justamente pelo sistema endocanabinoide e seus receptores no corpo inteiro”.

Portanto, uma das principais vantagens do CBD reside nas suas propriedades anti-inflamatórias. O CBD atua na modulação da resposta inflamatória da pele, atenuando os sintomas de condições como a acne e a psoríase, reduzindo edema e eritema. No contexto da cicatrização, o CBD estimula a apoptose de células sebáceas danificadas e promove a síntese de colágeno e elastina, componentes cruciais para a reparação tecidual. 

Estudos preliminares sugerem que o CBD pode atenuar os sintomas de dermatites, aliviando prurido e irritação, através do controle da inflamação local. Finalmente, a atividade antioxidante do CBD contribui para a neutralização de radicais livres, combatendo o envelhecimento cutâneo e promovendo a vitalidade da pele.

Em suma, o CBD apresenta-se como um candidato terapêutico relevante na dermatologia, com mecanismos de ação diversos e promissores. Contudo, pesquisas adicionais são imprescindíveis para elucidar completamente o seu potencial e otimizar a sua aplicação clínica no tratamento de patologias cutâneas.

Fonte: Cannabis & Saúde
Foto: Reprodução Cannabis & Saúde

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