Atualização da NR-1 exige atenção imediata das empresas à saúde mental dos colaboradores
Nova exigência do Ministério do Trabalho inclui riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos e marca avanço na proteção ao trabalhador brasileiro. Especialista explica como empresas devem agir e alerta: ignorar essa mudança pode gerar passivos invisíveis e graves prejuízos.
A partir de 25 de maio de 2025, entra em vigor a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), determinada pela Portaria nº 1.419 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A medida estabelece que todas as empresas devem, obrigatoriamente, identificar e gerenciar riscos psicossociais – como estresse crônico, assédio moral, jornadas exaustivas e fatores que afetam diretamente a saúde mental dos colaboradores – dentro do seu Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
A nova exigência coloca a saúde mental como pauta prioritária e legal nas políticas internas de segurança e saúde do trabalho. Segundo o médico Dr. Walter Viterbo, especialista com mais de 30 anos de atuação no tratamento da dor e do estresse, essa mudança representa um marco inédito na legislação brasileira. “O bem-estar no trabalho deixou de ser apenas uma tendência ou diferencial competitivo. Agora é uma obrigação legal. Estamos falando de uma transformação real na forma como o Brasil lida com o sofrimento mental no ambiente corporativo”, afirma o médico, que também é autor do livro Semear Sempre: Um Guia para Prevenção e Tratamento do Estresse e fundador da rede de Clínicas Viterbo.
Com mais de 63 colaboradores em seis unidades, o especialista também fala com propriedade sobre gestão de equipes. Segundo ele, empresas que não se adaptarem a tempo podem sofrer consequências sérias, como ações trabalhistas, afastamentos frequentes, queda na produtividade e na retenção de talentos.
Para Dr. Walter, a mudança é também um chamado para que as empresas invistam em ações estruturadas e sustentáveis. “Não basta colocar uma palestra ou massagem no cronograma. É preciso criar uma cultura de saúde integral, com ações contínuas e comprometimento das lideranças”, defende. Ele alerta que muitas empresas ainda enxergam a saúde mental como um tema subjetivo, quando na verdade ela impacta diretamente a produtividade, a rentabilidade e o engajamento dos times.
Estudos reforçam a urgência do tema. Segundo a OMS, os transtornos mentais custam à economia global cerca de US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade. Um levantamento da Harvard Business Review mostrou que 89% dos colaboradores em empresas que promovem bem-estar relatam maior satisfação no trabalho, e 30% são mais produtivos.
No Brasil, o desafio é grande: muitas empresas ainda não sabem como mapear e mitigar fatores como sobrecarga de trabalho, assédio moral, ambientes tóxicos e jornadas exaustivas. Para o Dr. Viterbo, a solução passa por ações estruturadas, com envolvimento da liderança, recursos humanos e serviços especializados.
“Saúde mental exige um olhar 360º. É preciso semear o bem-estar no dia a dia da organização, com políticas claras, apoio psicológico e ambiente saudável”, explica o médico, que desenvolveu um protocolo próprio com base em suas três décadas de experiência clínica.
O que muda com a atualização da NR-1
• O PGR das empresas deve incluir riscos psicossociais em seu inventário de riscos.
• RH e lideranças devem participar ativamente da prevenção, identificando sinais de esgotamento, sobrecarga ou ambientes tóxicos.
• A gestão de saúde e segurança passa a exigir ações integradas de apoio emocional, com programas permanentes de suporte psicológico, capacitação e políticas humanizadas.
• A nova NR-1 reforça a conexão com a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT), incluindo transtornos mentais como depressão, burnout e ansiedade.
Sobre o especialista
Dr. Walter Viterbo é médico acupunturiatra, algologista e anestesiologista. Fundador da rede de Clínicas Viterbo, é referência em tratamentos para dor e estresse. Com mais de três décadas de atuação, lançou em 2023 o livro Semear Sempre, que reúne estratégias práticas para o enfrentamento do estresse. O método SEMEAR é utilizado nas clínicas e em programas corporativos de saúde e qualidade de vida.
Instagram @drwalterviterbo.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação