Apesar dos dados ruins na economia americana, o preço do BTC quase não se moveu nas últimas 24h e, com isso, os touros conseguiram segurar o nível de US$ 84 mil, fato que pode fortalecer um possível retorno para US$ 87 mil.
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin BTC está cotada na manhã desta quinta-feira (17) em R$ 495.721,67. Apesar dos dados ruins na economia americana,o preço do BTC quase não se moveu nas últimas 24h e, com isso, os touros conseguiram segurar o nível de US$ 84 mil, fato que pode fortalecer um possível retorno para US$ 87 mil.
Bitcoin: análise macroeconômica
Para André Franco, CEO da Boost Research, o cenário é positivo. Ele destaca que os mercados futuros dos EUA iniciam o dia em recuperação, acompanhando o movimento de alta observado no mercado asiático. O ouro segue renovando máximas históricas, impulsionado pelo ambiente de incerteza gerado pelas tensões comerciais e pela postura levemente hawkish do Jerome Powell durante seu discurso.

Além disso, o petróleo também avança, reagindo às sanções dos EUA contra as exportações de energia do Irã. Ao mesmo tempo, as negociações tarifárias com o Japão adicionam mais um fator de instabilidade ao cenário, assim como a expectativa de uma possível saída de US$ 800 bilhões em capital estrangeiro das ações chinesas, diante do risco de desacoplamento financeiro.
“No mercado de criptoativos, o Bitcoin permanece volátil no curto prazo, seguindo a dinâmica dos ativos de risco. No entanto, o contexto macroeconômico, apesar da turbulência atual, ainda sugere um cenário positivo no médio e longo prazo para o ativo”, afirma.
Beto Fernandes, analista da Foxbit, aponta que apesar do pessimismo visto no mercado norte-americano, o Bitcoin até está conseguindo se manter próximo de um zero a zero por enquanto, mostrando ainda mais aquela sensação de resiliência das últimas semanas.
“O que mais deixou o investidor angustiado e impediu novas altas da criptomoeda foi a postura de membros do Federal Reserve e também de Jerome Powell. Apesar de ninguém bater o martelo para uma estagflação, o discurso carrega uma preocupação com este cenário, em meio ao tarifaço e o aumento na deportação de imigrantes.
Outro ponto que não soou de forma positiva foi a imposição de novas restrições do governo norte-americano na exportação de chips. Isso não só derrubou as ações da NVIDIA, como a de outras empresas de tecnologia. E mesmo com a histórica correlação entre big techs e o BTC, a criptomoeda se manteve bem mais estável”, afirma.
Bitcoin: análise técnica
“A tendência de curto prazo continua neutra a levemente negativa, com o BTC ainda abaixo da zona de resistência crítica. Enquanto não houver rompimento consistente acima de US$ 86.300–88.500, as chances de um novo impulso de baixa seguem elevadas”, destaca Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin.
Do ponto de vista dos gráficos, Guilherme Prado, county manager da Bitget, mesmo com este cenário de leve otimismo e mesmo com o aumento da adoção institucional, como mostram os recentes movimentos da Metaplanet, Semler Scientific e Value Creation, o Bitcoin enfrenta um momento técnico delicado.
Segundo ele, atualmente em torno de 84.000 USDT, o ativo está em uma zona crítica: uma queda até 82.612 USDT pode desencadear mais de US$ 284 milhões em liquidações acumuladas de posições longas, enquanto uma alta para 84.612 USDT pode liquidar mais de US$ 112 milhões em posições curtas.
“Apesar do grande volume on-chain entre US$ 93.000 e US$ 98.000, possivelmente relacionado a transferências de exchanges, o BTC deve permanecer lateralizado e com baixa volatilidade no curto prazo, à espera de desdobramentos mais claros no ambiente macro. Ainda assim, o movimento de compra por parte de empresas listadas reforça a confiança de longo prazo no ativo”, destaca.
Já Valentin Fourner, analista da BRN, destaca que após o discurso de Jerome Powell, destacando a incerteza sobre os impactos das tarifas e uma possível retomada da inflação, a reação imediata do mercado incluiu novas saídas dos ETFs cripto
- BTC: –US$ 171 milhões, encerrando uma curta sequência de entradas
- ETH: –US$ 12 milhões, mantendo a tendência persistente de saídas
“Apesar da pressão dos ETFs, as vendas continuam limitadas e o volume total de negociação caiu, o que sinaliza que a volatilidade pode estar diminuindo. Seguimos acreditando que as entradas podem voltar rapidamente caso a tendência positiva ganhe consistência”, disse.
Segundo ele, os ativos digitais mostraram forte resiliência com o valor total do mercado cripto: +1,2%, o BTC subindo 1%, Ethereum subindo 2% e Solana 6%. Além disso, a dominância do Bitcoin continua crescendo, sugerindo que as altcoins podem continuar com desempenho inferior no curto prazo. Enquanto isso, os mercados tradicionais são mais afetados pelas tensões comerciais — como mostra a queda da Nvidia após novas restrições de exportação de chips para a China.
“Nosso cenário-base segue sendo de fase de acumulação, com quedas pontuais antes de uma possível quebra decisiva da resistência entre US$ 89 mil e US$ 90 mil. Diante desse cenário, mantemos uma postura moderadamente defensiva:
- Exposição relevante a ativos digitais, com 35% em caixa
- Peso acima da média em Bitcoin, pela resiliência macroeconômica
- Posição neutra em Solana, apostando em potencial de recuperação
- Posição neutra em Ethereum, reconhecendo potencial de alta a partir de níveis muito descontados”, recomenda
Cenários para operar no mercado
Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR, destaca que apesar dos dados macroeconômicos, o Bitcoin (BTC) tem se movimentado dentro de uma faixa de consolidação estreita, sinalizando indecisão do mercado, mas com viés baixista enquanto permanece abaixo de uma resistência importante.
Além disso, segundo ele, o gráfico de 4 horas mostra o BTC oscilando entre US$ 83.000 como suporte e US$ 86.300 como resistência imediata. A região marca uma área de congestão onde compradores e vendedores estão em disputa sem direção clara.
“Um ponto técnico relevante é a formação de uma barra de venda expressiva e um pin bar (sombra superior longa) próximo aos US$ 88.500 — sinal claro de rejeição nessa faixa. Isso reforça a tese de que, enquanto o preço estiver abaixo desse topo rejeitado, há espaço para quedas adicionais”, disse.
Diante disso, ele afirma que para quem considera uma entrada vendida (short) dentro da lateralização atual, uma boa zona de entrada seria na região de US$ 85.500 a US$ 86.000, com stop-loss técnico em torno de US$ 87.223.
“Caso ocorra o rompimento do suporte em US$ 83.000, o cenário se torna ainda mais favorável para venda. Nesse caso, um stop posicionado em US$ 85.475 e um alvo com risco-retorno de até 3,5 vezes o risco inicial é plausível, considerando a possível intensificação da pressão vendedora”, destaca.

Portanto, o preço do Bitcoin em 17 de abril de 2025 é de R$ 495.721,67. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0020 BTC e R$ 1 compram 0,0000020 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 17 de abril de 2025, são: Hyperliquid (HYPE), Solana (SOL) e Render (RNDR) com altas de 8%, 6,2% e 6% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 17 de abril de 2025, são: Tron (TRX). Official Trump (TRUMP) e Pi Network (PI), com quedas de -4%, -3% e -2% respectivamente.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil e do caderno Baiano. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão.
Fonte: CoinTelegraph
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