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Dia Mundial do Livro, autorias e eventos literários na Bahia

Qual a chama da memória neste 23 de abril? Nas lembranças de redes sociais, deparo-me com registros do período da pandemia, de participação em uma live comemorativa do Dia Mundial do Livro. Era o ano de 2021 e o “mote leitura do mundo, leitura da palavra” era o convite para participar com escritores do evento comemorativo, de uma biblioteca municipal, do interior da Bahia.

E, onde estaremos, não na memória, mas nos acontecimentos desta data, neste ano de 2025? No formato presencial, em um município da Bahia, será realizada a primeira Feira Literária, com a abertura para esta mesma data. A Feira literária é uma realidade, devido apoio do Programa Bahia Literária, que investiu a realização de três eventos, nos vinte e sete territórios do Estado, com recursos oriundos do Edital 001/2024.

E, se temos o livro, temos o autor e o leitor. Essa data expande-se aos direitos do autor e podemos ampliar como uma reverência aos leitores e demais profissionais do mercado do livro, como ilustradores, tradutores, editores, na compreensão de que o objeto cultural livro é um produto planejado, concebido por distintos operadores envolvidos no processo e sua criação, circulação e comercialização.

O histórico da data mundial recorda que neste dia três grandes escritores morreram. E, como tributo, Miguel de Cervantes, Inca Garcilaso de la Vega e William Shakespeare, são os nominados por esse dia. Também, a data conflui para o reconto da lenda de São Jorge e o Dragão, quando as damas são presenteadas pelos cavalheiros com rosas vermelhas, na tradição catalã e essas os presenteiam com um livro.

Institucionalmente, na Conferência Geral, ocorrida em 1995, a UNESCO declarou como data mundial e no discurso e foi destacado o poder do livro como o objeto cultural l impulsionador da difusão do conhecimento, independente de seus formatos. Ainda, como um objeto que resguarda e promove a promove a conservação do conhecimento, pois registra-se e garante os direitos do autor. A data, então, considera a confluência da criação autoral e celebra o autor como detentor de direitos legais sobre suas obras e o livro, como um direito a cidadania.

Quis os encontros da vida que neste dia inaugura-se a primeira festa literária, apoiada pelo Programa Bahia literária, a FLIMP – Festa Literária de Malhada de Pedras, de 23 a 26 de abril, com o tema Literatura Popular e Baianidades, com programação para crianças. Jovens e adultos, tendo como centralidade a obra, o escritor e seu público. Livros a mão cheia, mais dignidade e humanidade para todos os tempos! Toda essa movimentação, quer por meio de lives, quer por eventos presenciais, origina-se na capacidade mobilizadora de pessoas envolvidas com projetos de leitura, clubes de livro e da leitura, eventos literários, educadores, bibliotecários e agentes culturais, pois, sabe-se que o propósito não é o dia em si, mas o direito ao livro e o reconhecimento da produção autoral.

Como uma efeméride, o 23 de abril é, também, uma oportunidade de ampliar e garantir o direito ao acesso livro, a formação humana e o reconhecimento legal da autoria. A data, como as práticas de leitura e a participação nos eventos de formação leitora reafirmam a busca de uma convivência respeitosa, diversa como construção para uma sociedade inclusiva e amparada nas condições de igualdade e proteção.

Ester Figueiredo: Escritora, curadora, sócia diretora do Studio Palma. Autora do livro: Curadoria Literária, enfoque para eventos.

Fonte / Foto: Assessoria de Imprensa

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