O BTC estabilizou em US$ 94 mil, com touros e ursos aguardando um catalisador para um rompimento com chances do BTC subir acima de US$ 100 mil ou testar o suporte de US$ 90 mil.
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin BTC está cotada na manhã desta terça-feira (06) em R$ 536.769,86. O BTC estabilizou em US$ 94 mil, com touros e ursos aguardando um catalisador (como a reunião do FED), para um rompimento com chances do BTC subir acima de US$ 100 mil ou testar o suporte de US$ 90 mil.
Análise macroeconômica Bitcoin
Beto Fernandes, analista da Foxbit, afirma que o Bitcoin parece ter encontrado um terreno confortável na região dos US$ 94 mil, acompanhando uma baixa volatilidade durante o dia e uma sessão de sentimento misto para a maioria das bolsas norte-americanas.
“De fato, a gente não teve nenhum gatilho muito relevante nessa segunda-feira, a não ser os dados de PMI nos Estados Unidos, que vieram bem abaixo do esperado. Pode-se dizer que estes são alguns sinais das possíveis consequências do tarifaço de Trump na economia norte-americana. Isso faz com que os investidores fiquem muito cautelosos e evitem injetar uma quantidade de capital muito agressiva nos ativos de risco. Lembrando também que haverá a decisão monetária e falas de Jerome Powell na quarta-feira”, aponta.
Já André Franco, CEO da Boost Research, destaca que os mercados globais permaneceram estáveis, com o mercado americano encerrando o dia em leve queda e os mercados asiáticos iniciando a sessão em alta moderada, mesmo diante da recuperação parcial do dólar americano frente às moedas asiáticas.
“No mercado de commodities, o petróleo se estabilizou após uma queda acentuada, enquanto o ouro atingiu seu maior nível em duas semanas, impulsionado pela busca por ativos de segurança. No curto prazo, o impacto no Bitcoin tende a ser neutro inclinado levemente para o negativo, uma vez que o mercado segue cauteloso, aguardando os desdobramentos da reunião do Federal Reserve”, disse.
Na mesma linha, Pedro Gutiérrez, diretor Latam da CoinEx, afirma que os mercados globais iniciam a semana com mais estabilidade, após o arrefecimento das tensões comerciais entre os EUA e seus principais parceiros. O discurso recente sobre tarifas sinalizou uma abertura para renegociações bilaterais, o que ajudou a reduzir as ansiedades globais relacionadas ao comércio.
“Isso levou a uma leve queda no preço do ouro e a uma melhora nas condições de apetite por risco — algo que historicamente favorece o Bitcoin. Se esse cenário continuar, pode sustentar uma perspectiva moderadamente otimista para o BTC no curto prazo”, aponta
Análise técnica Bitcoin
Olhando para os gráficos, Gutiérrez aponta que o BTC apresenta sinais mistos no gráfico diário após atingir a região dos US$ 96.000, onde encontrou uma forte resistência que coincide com a faixa superior de um canal horizontal de consolidação. O recuo para a casa dos US$ 94.000, embora moderado, vem acompanhado de uma queda perceptível no volume, o que sugere uma pausa temporária no ímpeto de alta.
Segundo ele, tecnicamente, o preço permanece acima da nuvem de Ichimoku, o que ainda é um sinal de alta, e as médias móveis de 50 e 200 dias estão se aproximando de um possível cruzamento dourado (golden cross) — um sinal estruturalmente positivo, desde que acompanhado por aumento no volume.
“O histograma do MACD está começando a enfraquecer, indicando perda de força no movimento e abrindo possibilidade para uma correção mais profunda caso o suporte dos US$ 93.000 seja rompido. Se esse nível não se sustentar, o próximo grande suporte se encontra próximo aos US$ 89.000. Por outro lado, uma quebra decisiva acima da faixa dos US$ 96.000–97.000 abriria caminho para um avanço em direção à marca psicológica dos US$ 100.000”, disse.
Ryan Lee, analista chefe da Bitget Research, destaca que a recente alta do Bitcoin para a faixa de US$ 87.500 a US$ 97.500 é apoiada por um pico nos endereços ativos — agora em uma máxima de 6 meses — apontando para o aumento da demanda e a retomada da atividade da rede.
De acordo com ele, essa alta reforça um cenário otimista para um possível rompimento rumo aos US$ 100 mil, embora a confirmação dependa do alinhamento de múltiplos indicadores. Entradas sustentadas de ETFs, baixos fluxos líquidos em exchanges e taxas de financiamento estáveis serão cruciais para validar a tendência de alta.
“Os traders também devem ficar de olho nas condições macroeconômicas, na dominância do Bitcoin, atualmente próxima da marca de 55%, e no aumento das taxas de hash. Enquanto isso, o Ethereum é negociado em uma faixa mais estreita de US$ 1.600 a US$ 1.900, ainda atrás do momentum do BTC, com o sentimento mais contido em meio a menos catalisadores e à rotação cautelosa de capital para altcoins”, afirmou.
Sinais do mercado
Isac Honorato, CEO do Cointimes, destaca que o capital institucional não está apenas flertando com o Bitcoin, está mergulhando de cabeça. A narrativa de que a criptomoeda é “coisa de varejo” já virou passado. Hoje, são os gigantes de Wall Street que estão puxando o fluxo.
Para fundamentar sua análise, ele aponta que na última semana, os ETFs de Bitcoin nos EUA captaram impressionantes US$ 1,8 bilhão. Só na sexta-feira, 2 de maio, foram US$ 675 milhões, o sétimo maior volume de entrada de 2025.
“Enquanto o dinheiro corre para o BTC, o ouro perde espaço. Os ETFs do metal registraram saída de US$ 1,9 bilhão no mesmo período. O banco Standard Chartered aponta que o gap entre os dois ativos já chega a US$ 4 bilhões, o maior desde as eleições americanas de 2024. O recado é claro: o mercado está trocando o velho refúgio dourado pela nova reserva digital”, disse.
Para o analista, os dados são ainda mais significativos quando se olha quem está por trás do movimento. Segundo a BlackRock, os fluxos que antes vinham de investidores de varejo agora são liderados por grandes instituições e consultores financeiros. O ETF da própria BlackRock (iShares) captou sozinho US$ 2,56 bilhões em apenas uma semana. A dominância do Bitcoin também dispara: chegou a 64,89%, o maior nível desde janeiro de 2021.
Para Robert Mitchnick, Head de Ativos Digitais da BlackRock, o recado do mercado está dado:
“O Bitcoin está cada vez mais se posicionando como um ativo de proteção global, e o mercado está votando com dinheiro.”
Desse modo, segundo Honorato, mais do que um ativo de crescimento, o BTC começa a ser visto como um hedge eficiente frente à instabilidade dos ativos tradicionais dos EUA. Em um cenário de incertezas macroeconômicas e desconfiança crescente na política monetária global, a preferência por um ativo descentralizado, escasso e líquido faz todo sentido.
Valentin Fournier, analista chefe da BRN, também destaca que após uma semana marcada por entradas bilionárias em Bitcoin, o apetite institucional começa a mostrar sinais de fadiga, segundo analistas do mercado cripto. O volume de compras corporativas caiu significativamente nesta semana, abrindo espaço para uma possível correção mais profunda nos preços do BTC.
Na última semana, a Strategy adquiriu apenas 1.895 BTC, equivalente a cerca de US$ 198 milhões, enquanto a Semler Scientific adicionou 130 BTC, em torno de US$ 8 milhões. Para efeito de comparação, só a Strategy havia comprado US$ 1,5 bilhão em BTC na semana anterior.
“Esse recuo é um indicativo claro de que a força motriz corporativa está perdendo fôlego. Historicamente, esses momentos precedem viradas importantes no mercado”, explica Fournier.
Apesar disso, os ETFs voltaram a mostrar força nos últimos dois dias, com mais de US$ 1 bilhão em entradas líquidas. O Bitcoin concentrou a maior parte desses aportes, recebendo US$ 1,1 bilhão, enquanto o Ethereum atraiu apenas US$ 20 milhões no mesmo período.
Mesmo com o suporte dos ETFs, o BTC testou a resistência de US$ 97.500 na sexta-feira, atingindo o maior valor em dois meses, mas falhou em romper o patamar. Durante o fim de semana, os preços recuaram, refletindo a menor pressão de compra institucional e o esfriamento do entusiasmo dos investidores.
Desde sexta-feira, as variações foram as seguintes:
- Bitcoin (BTC): US$ 97.500 → US$ 94.500 (-3,1%)
- Ethereum (ETH): US$ 1.860 → US$ 1.800 (-3,2%)
- Solana (SOL): US$ 151 → US$ 145 (-4,0%)
Segundo Fournier, o movimento já era esperado:
“Esse recuo segue o nosso cenário base, que prevê uma correção mais acentuada com possível queda até a região dos US$ 85 mil. A diminuição da pressão compradora por parte das empresas e o fim do ciclo de recompras dos ETFs devem abrir espaço para novas entradas mais abaixo. Estamos preparados para aproveitar os próximos pontos de entrada. O momento é de cautela e reposicionamento estratégico
Posicionamento atual do portfólio da BRN: 50% em caixa: à espera de melhores oportunidades; 35% em Bitcoin: com expectativa de queda até US$ 85 mil; 8% em Solana: alta atividade, mas com volatilidade e 7% em Ethereum: preço atrativo, porém sem catalisadores claros
Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, aponta que dois sinais indicam uma grande alta para o Bitcoin nos próximos dias, o hashrate do BTC que explodiu e a dominância do USDT que vem caindo, indicando que o fluxo de stablecoins está voltando para a aquisição de criptomoedas
“Apesar do movimento lateral, novas máximas deve ocorrer ainda no primeiro semestre”, disse.

Principais eventos para a semana
A OKX destaca que na semana, dois grandes eventos devem impactar o mercado cripto, o primeiro deles,na quarta-feira, a declaração programada do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) dos EUA sobre as mudanças na política monetária e, no mesmo dia, a implementação na rede principal da atualização Pectra, no Ethereum.
“Já na quinta-feira, ocorre o relatório de política monetária do Banco da Inglaterra divulgação programada revela ações sobre taxas de juros e medidas econômicas. Movimentos macroeconômicos possíveis”, disse a exchange.
Portanto, o preço do Bitcoin em 06 de maio de 2025 é de R$ 536.769,86. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0018 BTC e R$ 1 compram 0,0000018 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 06 de maio de 2025, são: Monero (XMR), XDC Network (XDC) e DeXe (DEXE) com altas de 4%, 3% e 2% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 06 de maio de 2025, são: Flare (FLR), Ethena (ENA) e Litecoin (LTC), com quedas de -8%, -7,1 e -7% respectivamente.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil e do Caderno Baiano. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão.
Fonte: CoinTelegraph
Imagem de Petre Barlea por Pixabay