Os touros começam a semana prontos para testar o nível de US$ 105 mil já que EUA e China anunciaram uma pausa na guerra tarifária
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin BTC está cotada na manhã desta segunda-feira (12) em R$ 594.072,97. Os touros começam a semana prontos para testar o nível de US$ 105 mil já que EUA e China anunciaram uma pausa na guerra tarifária.

Bitcoin análise macroeconômica
“O que estamos vendo é uma clara separação entre ruído especulativo e fundamentos sólidos. O Bitcoin segue em uma trajetória de consolidação como ativo estratégico global, especialmente em momentos de incerteza econômica. As memecoins podem subir rápido, mas o BTC continua sendo o porto seguro do investidor cripto”, Bárbara Rocha do Bitybank.
André Franco, CEO da Boost Research, afirma que os mercados globais seguem em alta, impulsionados pelos avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, com ambos os lados destacando “progresso substancial” e um “consenso importante”. A redução das tensões geopolíticas em outras regiões, como o cessar-fogo entre Índia e Paquistão e as negociações previstas entre Ucrânia e Rússia, também contribuiu para o otimismo generalizado dos investidores, aumentando o apetite por ativos de risco.
“Esse cenário de maior confiança causou um recuo no preço do ouro, refletindo a diminuição da busca por proteção. No caso do Bitcoin, o impacto foi positivo e tende a continuar, com a valorização refletindo a confiança renovada dos investidores em um ambiente mais estável e previsível. No entanto, o restante da semana ainda será decisivo, com a expectativa pela divulgação de mais detalhes sobre o acordo entre China e EUA, além de novos dados sobre a inflação nos Estados Unidos, que podem influenciar a direção do mercado”, afirmou.
Para Sarah Uska, analista de criptoativos do Bitybank, além do acordo entre EUA e China, o acordo comercial entre Reino Unido e Estados Unidos, também trouxe alívio ao cenário geopolítico global e deu mais segurança aos investidores.
“Além disso, o anúncio do Federal Reserve que decidiu manter as taxas de juros estáveis. Essa sinalização foi positiva para o mercado, já que juros mais altos poderiam provocar uma queda nos criptoativos. Houve também um movimento relevante da Strategy, empresa que comprou cerca de 6.500 bitcoins, o que reforça o interesse institucional na criptomoeda e impacta de forma positiva o setor. Diante disso, o Bitcoin deve ter uma semana favorável e pode voltar a testar US$ 105 mil”, argumentou.
Bitcoin análise técnica
O Bitcoin está em um momento decisivo, de acordo com Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR. A criptomoeda está próxima da faixa de US$ 106 mil, considerada a última resistência para os touros antes de uma nova descoberta de preço. O ativo se encontra no topo de um intervalo de cinco meses, após uma alta expressiva de mais de 40%.
Ermolaev aponta que o potencial acordo comercial entre Estados Unidos e China — ou pelo menos o anúncio preliminar de um entendimento — pode desencadear um movimento de “venda na notícia”. Isso significa que os investidores podem realizar lucros assim que a confirmação do acordo vier a público, após um período de forte expectativa.
“Você poderia argumentar que podemos ver uma estagnação ou um recuo a partir daqui”, reflete o analista.
Por outro lado, Ermolaev enfatiza que o momento atual do Bitcoin é extremamente positivo e a força do ativo não deve ser subestimada.
“O BTC está com tanto ímpeto agora que eu entenderia quem quisesse se proteger, mas, no geral, nesse ambiente, comprar na queda é mais vantajoso do que apostar na queda”, observa. Ele reforça que é arriscado contrariar a tendência de alta antes de observar sinais claros de reversão.
O analista conclui que, caso o fechamento semanal se mantenha próximo das máximas recentes, ele não se surpreenderia ao ver o Bitcoin atingindo novas máximas históricas na próxima semana. Para Ermolaev, o cenário atual favorece uma postura otimista, mesmo com o risco de correções pontuais devido a possíveis realizações de lucro.

“Mais do que um novo topo de preço, estamos diante de uma das condições técnicas mais favoráveis dos últimos ciclos. A combinação entre oferta travada, confiança do investidor e apetite por risco forma a base para uma nova fase de alta”, analisa o time de research do MB.
Rodrigo Miranda, criador da Universidade do Bitcoin, aponta que o acordo comercial entre China e Estados Unidos animou o mercado e o S&P500 começa a semana em alta de 2%, o Bitcoin continua se mantendo acima da zona de US$ 102 mil/ US$ 103 mil.
“Os próximos alvos do BTC são a máxima histórica. Depois disso a gente tem alvos lá para 124, 126 mil. Em contrapartida, os altcoins que estavam bastante defasados, com os importantes suportes e fundos, começaram a reagir. Algumas já com altas de mais de 60% em 3 dias. Nós acreditamos que o BTC pode chegar a US$ 124 mil nas próximas semanas. E para o segundo semestre de 2025 a nossa análise é para US$ 154 mil a US$ 160”, disse.
Para Isac Honorato, CEO do Cointimes, o cenário atual traz uma combinação de fatores favoráveis, especialmente no campo geopolítico. Diante desse contexto, Honorato avalia que a diminuição da incerteza global favorece ativos de risco, incluindo as criptomoedas. Segundo ele, o mercado financeiro valoriza a previsibilidade, e os recentes avanços diplomáticos trazem justamente um alívio para os investidores.
“O mercado ama previsibilidade. Antes estávamos afogados em incertezas, agora tudo parece se alinhar. Com mais tranquilidade no cenário global, o apetite ao risco aumenta — tanto de investidores individuais quanto institucionais. E é aí que o mercado cripto ganha força”, afirma.
Ainda assim, Honorato faz um alerta para o excesso de otimismo. Ele acredita que parte desse movimento já está precificado e que, embora haja espaço para novas altas, uma explosão imediata não é esperada. O executivo pondera que o acordo entre EUA e China já foi parcialmente incorporado aos preços das criptomoedas.
Os indicadores técnicos também sustentam a perspectiva de continuidade na valorização. O MVRV-Z Score, um dos principais índices de ciclo, está em 2.48, indicando que o Bitcoin ainda não entrou em território de sobrecompra, que só se confirma quando o índice ultrapassa 3.5. Assim, o mercado ainda apresenta fôlego para novas movimentações.
Nem tudo é tão bom como parece
Porém, nem tudo é tão bom como parece e o CIO da TC Pandhora, Jorge Souto, alerta que o receio do mercado agora é que comecemos agora a ver dois movimentos simultâneos: o impacto das tarifas na inflação e, ao mesmo tempo, sinais de desaceleração econômica.
Segundo ele, caso o Fed se antecipasse com medidas, isso poderia ser interpretado como uma indicação de que uma recessão mais forte está a caminho — o que seria alarmante. Por outro lado, se adotasse uma postura mais agressiva (hawkish), poderia sinalizar que o efeito inflacionário das tarifas já exige intervenção. Nesse contexto, a decisão de não fazer nada foi considerada, por muitos, a melhor possível.
“Além disso, o mercado de capitais nos Estados Unidos segue relativamente estável. E como esse é considerado o terceiro mandato não oficial do Fed — o de manter a estabilidade dos mercados — não havia necessidade urgente de ação. Agora, o que se espera é que, entre maio e junho, comecem a surgir dados mais concretos (os chamados “hard data”) sobre os efeitos das tarifas. Será a partir desses números que o mercado, o governo e o Fed deverão calibrar suas respostas”, afirmou.
Kai Wawrzinek, cofundador da Impossible Cloud Network, também destaca que um acordo comercial temporário entre os EUA e a China não é suficiente para trazer a clareza e a certeza necessárias à indústria global de nuvem, que depende fortemente de hardware chinês, como semicondutores e chips de GPU, para operar.
Segundo ele, embora algumas concessões tenham sido feitas ao setor de tecnologia em abril, continua existindo uma enorme incerteza para os provedores, muitos dos quais – incluindo a Microsoft e a Amazon – suspenderam alguns gastos significativos em data centers para computação em nuvem em meio a esta guerra comercial.
“É improvável que os EUA e a China, pelo menos sob o atual governo, cheguem a um acordo sobre tarifas comerciais e, portanto, essa incerteza persistirá, com implicações de longo prazo para a nuvem global. Assim, a situação atual representa uma oportunidade oportuna para uma mudança no setor”, afirma.
Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, pondera que, teoricamente, se a incerteza comercial fosse realmente o fator que estava impulsionando o desempenho superior do Bitcoin, esse comportamento deveria cessar após a concretização do acordo mais importante, que inclui a China.
No entanto, se o Bitcoin continuar a mostrar um desempenho superior mesmo com a resolução da disputa comercial, isso pode indicar que as tarifas têm pouco impacto direto na forma como o ativo digital é tratado ou utilizado.
“Se o BTC continuar fazendo seu movimento e superando outros ativos, é seguro assumir que as tarifas provavelmente têm pouco impacto direto sobre seu uso ou aceitação”, conclui Aragão.
A análise sugere que, embora as tensões comerciais possam ter desempenhado algum papel na valorização recente, o desempenho robusto e constante do Bitcoin parece ser sustentado por outros fatores estruturais ou especulativos. A próxima etapa será observar como o mercado reage ao desfecho das negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

Ativos de risco estão de volta
Nic Puckrin, analista de criptoativos, investidor e fundador do The Coin Bureau, aponta que os ativos de risco estão de volta. Segundo ele, isso confirma que, em grande medida, as tarifas eram simplesmente uma moeda de troca para que os EUA renegociassem suas relações com parceiros comerciais importantes. Como resultado, os temores estão diminuindo e os investidores estão saindo de ativos de refúgio — principalmente o ouro, que caiu mais de 3% no momento desta análise.
“No entanto, o Bitcoin, que vinha se comportando de maneira semelhante ao ouro nas últimas semanas, rapidamente se desvinculou dessa narrativa de porto seguro e voltou a se mover em sintonia com os ativos de risco, com os futuros de ações dos EUA apontando para um dia de fortes ganhos. “Eu não ficaria surpreso se o BTC superar sua máxima histórica anterior de US$ 109.588 nos próximos dias”, afirma Puckrin.
Essa súbita “recoupling” do Bitcoin com as ações mostra que sua narrativa não é fixa — ela muda constantemente, o que permite que a criptomoeda mantenha uma relação risco/retorno muito mais alta do que o ouro a longo prazo.
“O BTC não é apenas um hedge contra risco quando os mercados estão em queda, mas também um jogo de beta adicional quando os ativos de risco estão em alta”, explica o analista.
Entretanto, embora o Bitcoin esteja mostrando força, o mesmo não pode ser dito sobre as altcoins. Embora estejam atualmente em alta devido às notícias sobre o acordo EUA-China, esse movimento está sendo impulsionado puramente por investimentos especulativos de traders nativos do mercado cripto.
“Os investidores de varejo ainda não entraram no mercado de forma significativa e, se isso não acontecer, nenhum lançamento de ETF conseguirá sustentar a alta das altcoins”, conclui Puckrin.
Portanto, o preço do Bitcoin em 12 de maio de 2025 é de R$ 594.072,97. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0016 BTC e R$ 1 compram 0,0000016 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 12 de maio de 2025, são: Pi Network (PI), dogwifhat (WIF) e Kaspa (KAS), com altas de 59%, 38% e 16%, respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 12 de maio de 2025, são: Flare (FLR), OKB (OKB) e Tokenize Xchange (TKX), com queda de -0,5%, -0,4% e -0,1% respectivamente.