Veja como o CBD estimula a neuroplasticidade no Alzheimer, restaurando conexões cerebrais e ajudando na recuperação cognitiva
A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de se adaptar e reorganizar suas conexões neurais — essencial para a memória, aprendizado e recuperação pós-lesões. No Alzheimer, essa função é comprometida, o que contribui para a perda de memória e outras funções cognitivas.
Um estudo de pesquisadores espanhóis revelou que o canabidiol (CBD) pode proteger os neurônios e, além disso, restaurar a neuroplasticidade — abrindo novas possibilidades no tratamento dessa doença neurodegenerativa.
Neuroplasticidade e Alzheimer: o que acontece no cérebro
A neuroplasticidade é essencial para o aprendizado, a memória e a recuperação após lesões. No Alzheimer, dois fatores principais prejudicam essa capacidade:
- Acúmulo de proteínas tóxicas: beta-amiloide e Tau formam placas e emaranhados que bloqueiam a comunicação entre neurônios.
- Inflamação crônica: acelera a morte das células cerebrais e impede a regeneração.
Sem neuroplasticidade, o cérebro perde sua capacidade de se adaptar, levando ao declínio cognitivo progressivo e irreversível.

CBD e neuroplasticidade: como o canabidiol age no cérebro
O estudo, que combinou modelos celulares e animais, trouxe dados importantes sobre como o CBD pode restaurar a neuroplasticidade:
- Regeneração de conexões neuronais:
• Neurônios tratados com CBD recuperaram até 65% de suas ramificações, mesmo após danos.
• O efeito foi observado no hipocampo e no córtex, regiões cruciais para memória e raciocínio. - Redução da propagação de proteínas tóxicas:
• O CBD diminuiu em 80% o transporte de proteínas TAU entre neurônios, freando a degeneração. - Ação dupla: proteção e reparo:
• O CBD não só protegeu os neurônios, como também estimulou a formação de novas conexões — algo raro em estudos sobre Alzheimer.
Como o CBD ativa o sistema que protege o cérebro
O CBD estimula a neuroplasticidade ao interagir com o sistema endocanabinoide — um sistema do corpo que regula funções como memória, humor e regeneração cerebral. O estudo observou que:
- Nos neurônios, o CBD interage parcialmente com o receptor CB1, essencial para formar novas conexões.
- Na microglia (células de defesa do cérebro), o CBD atua sobre os receptores CB2, reduzindo a inflamação e protegendo os neurônios.
Além disso, os pesquisadores destacaram que o tratamento com CBD não apresenta os riscos e efeitos colaterais de terapias convencionais, como hemorragias cerebrais associadas a alguns tratamentos anti-amiloide. No estudo, os autores destacaram o papel do composto da Cannabis na recuperação da comunicação entre neurônios.
“Este estudo fornece evidências robustas do potencial terapêutico do CBD na doença de Alzheimer, demonstrando sua capacidade de modular processos patológicos importantes e melhorar os resultados cognitivos.
As descobertas sobre a plasticidade neuronal são particularmente promissoras, sugerindo que o CBD pode não apenas retardar a progressão da doença, mas também promover o reparo neural.”

Apesar dos resultados promissores, os cientistas destacam que doses e vias de administração ainda precisam ser padronizadas. Além disso, ensaios clínicos estão em andamento para verificar se esses resultados também se repetem em pacientes humanos.
Ainda assim, esta pesquisa abre caminho para que, no futuro, o CBD seja usado não apenas para frear o Alzheimer, mas para recuperar funções cognitivas perdidas — um avanço que parecia impossível até pouco tempo.
Outros sintomas do Alzheimer que o CBD pode aliviar
Estudos anteriores já destacavam os benefícios da inclusão dos compostos da Cannabis no tratamento de pessoas com Alzheimer. Além da recuperação da neuroplasticidade, os canabinoides também podem ajudar a aliviar outros sintomas associados à doença, como:
- Insônia
- Irritabilidade
- Perda de memória
- Problemas alimentares
Para garantir segurança e eficácia, o tratamento com medicamentos à base de Cannabis deve sempre ter orientação médica especializada.
Fonte: Cannabis & Saúde
Fotos: Reprodução Cannabis & Saúde