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A Mídia é a “Boca do Capital”

Baiano de Itacaré, com mestrado em Economia e doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC São Paulo, o Professor Titular da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) situada nas terras de Jorge Amado, Fernando Oliveira está lançando na Bienal de São Paulo A Mídia e a Ordem Sancionada, livro crítico sobre as relações entre a Mídia e o Mercado e poder de fixação dos valores – valor simbólico e valor econômico – no imaginário da sociedade de consumidores, pelas narrativas das imagens que povoam os sonhos de consumo dos indivíduos, nesses tempos de incertezas, temores e turbulências generalizados pela disseminação da Inteligência Artificial e o capitalismo de plataformas em profusão.

Trata-se e um conjunto de ensaios e ousadias do autor, como prefacia Norval Baitello Jr. Doutor em Comunicação e Professor da PUC São Paulo, acrescentando serem os textos uma demonstração de lucidez do pesquisador sobre a Economia Política das Mídias. Genuíno pensador da contemporaneidade, para além da insigne trajetória acadêmica , o vulto de Oliveira o precede, como um dos pioneiros nas reflexões sobre uma economia política das mídias, em uma abordagem semiótica das redes sociais, quando previu se tratar de um poder global de amplo alcance, a par das promessas mirabolantes. Para Baitelllo Jr. , trata-se de “um dos mais lúcidos guias para os tempos de incerteza nos quais vivemos. Reúne rotas, mapas, pistas, autovias invisíveis aos olhos cansados dos viajantes que somos todos nós”, desvendando o mecanismo de produção e fixação das crenças, inclusive a disseminação dos discursos de ódio, marca da cultura de nosso tempo.

Fernando demonstra como a articulação mídia-mercado se transformou em uma poderosa máquina de produção social de riqueza, ao possibilitar a transformação de valor cultural e simbólico em valor econômico, confirmando aquela máxima de Muniz Sodré, quando afirma que “a mídia é a boca do capital”. Sim, a mídia é devoradora e exerce um papel crucial, em sua atuação cotidiana, ritualística e sistemática na fixação das crenças pelas imagens simbólicas, para a regulação da sociedade de consumidores e o encarceramento dos sujeitos submissos às ideologias da cultura do consumo e do mercado, concorrendo para a condensação da mentalidade submissa das massas, tal como assistimos em nossos dias.

Os mecanismos do mercado e da mídia atuam como instâncias de produção, circulação e consagração de valor – transformando o valor cultural e simbólico em valor econômico. Além disso, são espaços de luta por hegemonia dos agentes e atores sociais em disputas pela disseminação e validação das narrativas, para a reprodução do poder político, do poder econômico e do poder simbólico. O autor chama atenção para a habilidade com que as mídias manipulam a produção de sentido para o aprisionamento do imaginário dos sujeitos desejantes – consumidores consumidos pelas imagens do consumo – de modo a mantê-los submissos aos propósitos de geração de lucro pelo capital e o poder econômico.

Eis como o autor destrincha os mecanismos semióticos das culturas dos mercados e das mídias. As estratégias de “fixação das crenças” se dão, nesse contexto, como verdadeiro orquestramento de táticas midiáticas, que se valem das imagens simbólicas para nocautear o senso crítico dos consumidores e torná-los reféns da violência simbólica que o imaginário do consumo oferece como dádiva aos consumidores.

O sociólogo e educador francês, Edgar Morin, em artigo publicado do alto de seus 102 anos com plena lucidez, sonha e defende que a reforma do consumo seria de importância capital como condição para reduzir a intoxicação consumista da sociedade atual e para uma revolução de costumes, capitaneada pela mídia. Como num diálogo de complexidades, Fernando Oliveira aponta como as mídias se apropriam do imaginário social na condição de instância de produção de sentido, desejos e sonhos, para emoldurar as imagens simbólicas e regular a mentalidade submissa dos consumidores prisioneiros do desejo pelas mercadorias.

Pesquisador e palestrante em arenas de debates, Fernando Oliveira lembra que o livro foi escrito ao longo de 26 anos, entre Brasília, São Paulo, Salvador, Ilhéus e finalizado em Itacaré, no mês de novembro de 2023, somente agora vindo à público. “Como bom baiano, na virada do ano sempre jogava flores no mar pedindo forças para avançar na criação e conclusão desse livro. Na virada de 2023 para 2024 só agradeci pela colheita recebida, porque o livro agora está aqui”, declarou.

Leitura imperdível para qualquer estrategista e para aqueles que gostam de pensar e refletir sobre os tempos de incerteza e polarizações ideológicas presentes na sociedade capitalista em nossos dias.

Venha participar do lançamento do livro A mídia e a ordem sancionada com o próprio autor, no estande da Editora Conejo, no dia 12 de setembro a partir das 15h, na 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no Anhembi.

Contato:
Fernando Oliveira
fjrdeoliveira@gmail.com
@prof._fernando_oliveira
Youtube.com/@professorfernandooliveira
WhatsApp 73-999453756

Editora CONJETO
contato@studiopalma.com.br

Fonte: Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação

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