Vereadora alerta para o leilão de áreas verdes às vésperas da revisão do PDDU
Além de Rei das Taxas, segundo a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da Bancada da Oposição na Câmara Municipal, o prefeito Bruno Reis está se caracterizando também como o “Rei do Cimento”, transformando a Orla Atlântica de Salvador em “uma cortina de concreto”. O pronunciamento indignado foi feito da tribuna da Casa, questionando a intenção da administração em colocar 30 terrenos públicos para leilão, incluindo amplas áreas verdes em bairros valorizados, às vésperas do carnaval e da revisão do PDDU.
Ela destacou, entre o que chamou de “artifício para beneficiar a especulação imobiliária”, o terreno de 17,5 mil metros quadrados, em Patamares, ao lado do Circo Picolino, com lance inicial de R$19 milhões. A área teve sua vegetação suprimida recentemente para a obras de requalificação do trecho da Boca do Rio a Pituaçu.
Além disso, também na Orla Atlântica, estão à venda um terreno de quase 9 mil metros em Itapuã (R$13 milhões); outro de 3 mil metros na Avenida Orlando Gomes, em Piatã (R$5,89 milhões); uma área de encosta com 3.160 m na Barra, próximo ao Cristo (R$4,94 milhões); um terreno de 6 mil m em Piatã (R$3,66 milhões) e outro de 2,6 mil m em Stella Maris (R$3,2 milhões).
Espigões
“Agora ele é o Prefeito do Cimento, não é só o Prefeito das Taxas. Se a cidade já está quente, vai ficar mais quente ainda, e quem lucra com isso é a especulação imobiliária. É lamentável, eu sei que essa Casa não desafetou essas áreas com essa intenção, tenho certeza disso, mas o prefeito está vendendo nosso patrimônio para dar lugar a espigões, transformar a paisagem, o frontispício da nossa cidade, numa cortina de concreto”, declarou Aladilce.
Segundo ela, a gestão municipal está acelerando a “entrega” de áreas cobiçadas à iniciativa privada, para se antecipar à revisão do PDDU: “A Câmara tem este ano o papel de mobilizar a cidade para discutir a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e colocar um freio nessa verticalização desenfreada que está mudando o perfil da nossa cidade, vide os espigões já erguidos em Jaguaribe e Patamares, os projetos para a praia do Buracão e Stella Maris, que vão provocar, entre outros impactos ambientais, o sombreamento das praias”.
A líder da oposição classificou como ironia a declaração do prefeito negando a existência de áreas de proteção ambiental entre as desafetadas e colocadas em leilão. Segundo Bruno Reis, alguns terrenos são “classificados como áreas verdes, mas há muitos anos não têm mais vegetação nenhuma, não têm qualquer utilidade”.
Outros terrenos estão localizados em Alphaville I, Canela, Pituba, Brotas, Rio Vermelho, Mata Escura, São Rafael, Canabrava, Caminho das Árvores e Trobogy.
Fonte: Ascom ver Aladilce Souza – PCdoB
Foto: Antônio Queirós