Após uma alta meteórica de quase 10% com o recuo de Donald Trump na política tarifária, os touros do Bitcoin agora lutam para sustentar US$ 81 mil e US$ 80 mil, níveis fundamentais para apoiar uma recuperação.
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin BTC está cotada na manhã desta quinta-feira (10) em R$ 478.795,89. Após uma alta meteórica de quase 10% com o recuo de Donald Trump na política tarifária, os touros do Bitcoin agora lutam para sustentar US$ 81 mil e US$ 80 mil, níveis fundamentais para apoiar uma recuperação.

Beto Fernandes, analista da Foxbit, destaca que a recuperação no mercado ocorreu justamente depois que Trump anunciou uma pausa de 90 dias sobre o tarifaço para países que não fizeram retaliações aos Estados Unidos. Isso foi visto de forma tão positiva no curto prazo, que nem o aumento para 125% das taxas cobradas aos chineses tirou o ânimo do mercado.
De acordo com Fernandes, os dados de derivativos acompanham este movimento. Só nesta tarde, foram quase US$ 250 milhões liquidados em contratos futuros, sendo US$ 220 milhões de posições de venda, ou seja, o investidor que acreditava na queda foi pego de surpresa por este movimento, e foi obrigado a recomprar os ativos do mercado.
Mesmo que a compra spot tenha acontecido para puxar o preço pra cima, a magnitude dessa alta foi também afetada “artificialmente” pela liquidação desses contratos. Com as tensões no ar, fica difícil dizer o quão duradoura pode ser essa alta. Ainda mais que a ata do FOMC, destacou que, já em março, havia riscos de um aumento da inflação e um crescimento lento para a economia do país. Ou seja, os receios de estagflação para os EUA não podem ser descartados”, aponta.
Ainda segundo o analista, hoje, o mercado ainda vai fazer a leitura dos dados de inflação ao consumidor e esta avaliação deve impactar o mercado e, possivelmente, mais volatilidade para o BTC.
“O ressurgimento do protecionismo comercial está gerando uma volatilidade significativa nos mercados globais — e o mercado cripto não é exceção. No curto prazo, esse tipo de incerteza macroeconômica tende a provocar uma postura mais cautelosa, com os investidores recuando enquanto aguardam desdobramentos relacionados ao crescimento, às políticas e ao comércio.
No entanto, olhando mais adiante, esse ambiente também pode acelerar o interesse por cripto como uma reserva de valor não estatal. Muitos detentores de longo prazo continuam vendo o Bitcoin e outros ativos digitais como resilientes em períodos de estresse econômico e mudanças nas dinâmicas políticas”, aponta Richard Teng, CEO da Binance.
Comentando sobre o cenário macroeconômico, Innokenty Isers, CEO da Paybis, destacou que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, alertou que as tarifas recém-anunciadas pelo presidente Donald Trump são “maiores do que o esperado” e que as repercussões econômicas — que variam de inflação mais alta a crescimento mais lento — também devem exceder as previsões iniciais.
“Por um lado, os mercados financeiros estão cada vez mais precificando cortes nas taxas de juros para compensar o potencial impacto negativo sobre o crescimento. Por outro lado, os efeitos inflacionários esperados das tarifas complicam qualquer movimento em direção à flexibilização monetária. No momento, o FED está adotando uma abordagem de esperar para ver, já que Powell reiterou que o Fed não tem pressa em ajustar suas medidas de juros no curto prazo.
Porém, economistas, incluindo o Goldman Sachs, aumentaram as chances de recessão em 45%, classificando as tarifas como o maior aumento de impostos nos EUA desde 1968. O CEO da BlackRock, Larry Fink, aumentou a cautela, indicando que os mercados podem enfrentar uma correção de até 20% devido à incerteza política e ao impacto inflacionário das tarifas”, destacou.
Análise Bitcoin
André Franco, CEO da Boost Researchm Bitcoin, destaca que nas últimas 24h, oíndice Nikkei 225 subiu 8,19% e o S&P 500 avançou 9,52%, enquanto o preço do Bitcoin saltou de US$ 76.800 para até US$ 83.200.
“No entanto, isso não significa que os problemas foram resolvidos, nem que um acordo com a China tenha sido alcançado. Pelo contrário, as tarifas contra o país asiático foram elevadas para 125% após retaliações do governo chinês, o que pode, no curto prazo, provocar uma correção e devolver parte desse movimento eufórico”, afirmou.
Taiamã Demaman, analista-chefe da Coinext, destaca que o BTC, que iniciou abril cotado a US$82.367, recuou até o suporte técnico de US$74.145, agora luta com três cenários.
- No cenário otimista, o rompimento da faixa de US$81 mil e da resistência em US$85.962 pode levar o ativo até US$93.772 e, posteriormente, US$96.850 ainda em abril.
- Em um panorama moderado, o suporte atual se mantém, com o Bitcoin lateralizando entre US$74 mil e US$85 mil.
- Já no cenário pessimista, a perda definitiva dos US$74 mil pode levar o ativo a buscar US$70.300, se o fechamento mensal ocorrer abaixo desse nível, inicia-se uma tendência de baixa em períodos mais longos.
“O Ethereum também sofre com a pressão do mercado e, após rejeitar resistência, rompeu o suporte de US$1.730, testando a última banda de suporte entre US$1.518 e US$1.425, última fronteira até US$ 1.180 dólares por unidade. Em meio à incerteza política e geoeconômica, o mercado cripto segue lentamente buscando sinais mais claros de direção e reagindo com sensibilidade a cada novo desdobramento” disse.
Já Rodrigo Miranda, criador da Universidade do Bitcoin, destaca que para o BTC para voltar para uma tendência de alta, ele precisa fechar acima dos US$ 85 mil e, portanto, segundo ele, as melhores bases de compra para o BTC estão entre US$ 78 e até US$ 76 mil.
“Depois, o próximo ponto de suporte, a gente fala ali na base dos US$ 71 mil até US$ 70 mil, é o próximo ponto de suporte do BTC. O mercado nos últimos dias está num ritmo bem sano, um ritmo de alta volatilidade, então é indicado para que os novatos evitem de operar com alavancagem, usando alta margem e foque mais em operações focas, voltadas para longo prazo, um position trade ou então um hold, sem alavancagem”, disse.
O BTC demonstrou resiliência na queda e voltou a testar a média móvel de 200 períodos no gráfico de 4 horas, uma resistência que tem contido o preço nas últimas semanas, segundo aponta o analista e fundador da Outset PR, Mike Ermolaev.
“O intervalo entre US$ 83 mil e US$ 85 mil é um nível-chave para os compradores superarem. Abaixo disso, a região dos US$ 81,1 mil se mostra importante, pois concentra bastante atividade recente. É um ponto que vale atenção no curto prazo. Perder essa faixa pode virar uma armadilha, com desvio de preço e caça a stops”, alerta o analista.

Guilherme Prado, country manager da Bitget, destaca também que o Bitcoin tenta se estabilizar após um período de forte volatilidade e é negociado atualmente na faixa dos US$ 81.000. A crescente tensão comercial entre Estados Unidos e China, somada a dados econômicos norte-americanos, continua pressionando ativos de risco como as criptomoedas. Apesar desse cenário desafiador, o BTC liderou as entradas em fundos digitais na última semana, com um total de US$ 195 milhões, sinalizando ainda um forte interesse institucional.
“Do ponto de vista técnico, o BTC encontra suporte em US$ 78.260 e resistência em torno de US$ 84.300. A perda do suporte atual pode levar a uma correção mais acentuada, com alvos em US$ 75.900 e até US$ 70.000. Enquanto isso, traders permanecem atentos à divulgação de novos dados macroeconômicos nos EUA, que podem ser determinantes para os próximos movimentos do mercado”, pontua.
Portanto, o preço do Bitcoin em 10 de abril de 2025 é de R$ 478.795,89. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0020 BTC e R$ 1 compram 0,0000020 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 10 de abril de 2025, são: Flare (FLR), Bittensor (TAO) e Sonic (S), com altas de 26%, 17% e 15% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 10 de abril de 2025, são: Toncoin (TON), EOS (EOS) e Fasttoken (FTN), com quedas de -0,8%, -0,5% e -0,1% respectivamente.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão.
Fonte: CoinTelegraph
Imagem de Petre Barlea por Pixabay