A final dos 100 m será na sexta-feira (19) e a dos 200 m no sábado (20) – são as duas provas que Renan disputará.
O paranaense Renan Correa Gallina (AA Maringá-PR), de 19 anos, é destaque individual da seleção brasileira no Sul-Americano de Atletismo Sub-20, que será disputado de sexta-feira a domingo (19 a 21/5), no Estádio de Atletismo Unidad Deportiva El Salitre, na cidade de Bogotá, Colômbia. Aos 19 anos, o velocista já está qualificado para os 200 m do Campeonato Mundial Adulto de Budapeste, na Hungria, de 19 a 27 de agosto.
A final dos 100 m será na sexta-feira (19/5) e a dos 200 m no sábado (20/5) – são as duas provas que Renan disputará. O Brasil terá uma delegação forte, com 62 atletas, 32 mulheres e 30 homens. Bogotá está um pouco acima dos 2.600 m em relação ao nível do mar, o que pode favorecer o desempenho nas provas de velocidade.
“Nosso foco é ganhar as provas e, se possível, fechar o revezamento”, afirma a treinadora Sandra Regina Crul, que trabalha com Renan Gallina desde que o velocista tinha 12 anos. Ele apareceu no Estádio Willie Davis, de Maringá, para disputar a ‘Tiradentinha’ e a treinadora viu que se destacava e foi conversar com os pais. No início, fazia salto em altura e provas de velocidade.
“Quero ganhar as duas provas, mas nos 100 m eu quero quebrar o recorde do Paulo André na categoria (10.18, desde 2017). Já corri 10.19. Nos 200 metros a partir de agora eu miro os 19 segundos. Talvez possa aproveitar a altitude para fazer boas marcas”, diz Renan Gallina que no começo só gostava de correr, por diversão. Foi assim até 2018. Em 2019 começou a ter resultados expressivos. “Aí começou a ficar sério”, comenta. Em 2020 e 2021 enfrentou a pandemia da COVID 19, como todos os atletas. Em 2022, “as coisas voltaram aos trilhos.”
Renan tem resultados expressivos nas categorias Sub-16 e Sub-18. Em 2019, terminou a temporada como recordista brasileiro do salto em altura da categoria sub-16, com 2,01 m, e na liderança do ranking brasileiro também nos 75 m (8.40, com vento contra de 2.0). No Brasileiro Sub-16, em Fortaleza (CE), venceu os 75 m (8.40) e o altura (1,99 m). No Brasileiro Sub-18 de Porto Alegre (RS), em 2019, conquistou duas medalhas de ouro: 1,97 m no salto em altura e 10.64 (1.1) nos 100 m.
Sua eleição como o Atleta Revelação do Prêmio Loterias Caixa Melhores do Ano do Atletismo – 2022, fala tudo sobre a temporada passada. Renan venceu os 200 m do Brasileiro Sub-23, em Cuiabá (MT), com a marca de 20.12 (0.8), novo recorde sul-americano sub-20 e brasileiro sub-23 e conseguiu o índice exigido pela World Athletics para o Mundial de Budapeste Adulto.
No Mundial Sub-20 de Cáli, na Colômbia, correu duas vezes os 200 m abaixo dos 21 segundos. Foi sétimo na primeira série dos 200 m com 20.98 (-0.2), mas após um atraso de duas horas para a largada da prova por causa de um temporal. Ficou com fome, frio e se desconcentrou.
Começou bem a temporada 2023. No dia 9 de abril Renan venceu os 200 m no Brasileiro Sub-20 com 20.30 (0.9), recorde da competição e a primeira marca do ano no mundo na top list da World Athletics, em Cascavel, Paraná.
“Está progredindo – fez 20.38 no Estadual, e no Brasileiro 20.30 e 10.19, o melhor da vida dele, nos 100 m. Está melhorando na saída do bloco e na coordenação e mais forte”, relata Sandra que tem contado com a ajuda de preparador físico (musculatura), fisioterapeuta, nutricionista, fisiologista e de avaliação da corrida, profissionais de Maringá, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e do Comitê Olímpico do Brasil (COB). “Ele ainda não tem 100% da força que pode alcançar. Não tem tanta potencia nos primeiros 40 metros. Precisamos paciência para continuar crescendo”, acrescenta Sandra.
No Brasileiro Sub-20 Renan fez 10.19 (1.5) na semifinal dos 100 m e 10.23 (0.6) na final, marcas que superaram o recorde anterior, de 10.30, de Erik Cardoso desde 2019. Na semifinal, Renan ficou a apenas um centésimo de segundo do recorde brasileiro e sul-americano sub-20, que é de Paulo André Camilo de Oliveira, com 10.18, desde 2017.
A treinadora já teve acesso a análise de corridas do Laboratório Olímpico do COB que mostram que Renan tem potencial para baixar dos 10 segundos nos 100 m. “Sentei com ele e falamos dessa possibilidade, mas vamos treinando de acordo com o que ele fala para mim, trabalhando de acordo com a individualidade dele. A CBAt me deu suporte, o COB me deu suporte, fizemos testes na Universidade de Brasília. Estamos nos aperfeiçoando e segue o trabalho, usando também o meu instinto”, acrescenta Sandra.
Revezamento 4×100 m – Renan Gallina não esconde que gostaria de integrar o revezamento 4×100 m do Brasil, no futuro. “Tenho essa vontade”, afirma. “Mas talvez seja um pouco corrido dessa vez”, observa referindo-se as eliminatórias e semifinais dos 100 m e dos 200 m em Bogotá. “O Brasil tem grande tradição, principalmente em Jogos Olímpicos e claro que penso nisso. Gostaria de estar num time bem treinado.”
O país tem resultados importantes no 4×100 m, um ouro no Mundial de Revezamentos de Yokohama, em 2019, três medalhas olímpicas com o masculino (prata em Sydney-2000, bronze em Atlanta-1996 e Pequim-2008) e uma com o feminino (bronze em Pequim-2008), e ainda mais duas medalhas em Mundiais com a equipe masculina (prata em Paris-2003 e bronze em Sevilha-1999).
Fonte: ASCOM CBAt
Foto: Thiago Soares/CBAt