Na última segunda-feira (03), após votação na Câmara Municipal de Salvador (CMS), foi mantido o veto do prefeito Bruno Reis (União Brasil) ao Projeto de Lei (PL) nº 170/2022 de autoria do vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB), que institui a obrigatoriedade da capoeira nas escolas da Rede Municipal. Por 33 votos a 8, o projeto, que anteriormente havia sido aprovado por unanimidade, foi derrubado.
Contando com a presença e apoio de representantes de diversos grupos de capoeira, Augusto lamentou a decisão do Prefeito e consequentemente a manutenção do veto na Câmara, considerando o resultado da votação “desrespeitoso” já que Salvador é a capital da capoeira no mundo, mas não tem um projeto que valorize a sua importância.
“A cidade que completou 474 anos de história no último dia 29 e que tem no seu DNA a história de resistência e de combatividade do nosso povo. Uma das expressões mais importantes dessa resistência é, sem dúvida alguma, a capoeira. A capoeira como elemento da nossa ancestralidade que se conecta à realidade das pessoas, pode sim ser trabalhada em conjunto para ajudar a transformar a educação. Foi com esse intuito que apresentei o Projeto de Lei nº 170/2022 para viabilizar que na rede pública municipal nossas crianças, adolescentes e adultos tivessem a oportunidade de, através da capoeira acessar conhecimentos da história, geografia, literatura, artes, educação física, e das demais disciplinas”, disse Augusto.
O parlamentar salientou seu descontentamento com o resultado da votação, ratificando que o objetivo do PL seria trabalhar a capoeira de maneira interdisciplinar nas unidades de ensino com o objetivo de melhorar os indicadores econômicos, educacionais e sociais. A própria lei federal 10639/2003 prevê o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.
“É muito ruim, Salvador, capital de maioria negra ter rejeitado um projeto como esse, mas não vamos desistir, vamos seguir mobilizados com a comunidade da capoeira para assegurar que possamos ter uma educação transformadora”, concluiu.
Fonte / Foto: ASCOM Ver. Augusto Vasconcelos