Ao som das tradicionais marchinhas, as crianças acolhidas durante o Carnaval no Centro de Acolhimento, Aprendizagem e Convivência (Caac) que foi montado na Escola Oswaldo Cruz, no Rio Vermelho, se divertiram com o projeto Bailinho nas Escolas, nesta terça-feira (21). Realizado pela Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) e da Guarda Civil Municipal (GCM), o evento buscou estimular a sociabilidade e o interesse pela cultura carnavalesca.
O bailinho de Carnaval já visitou as cinco unidades desses centros de convivência que foram instalados para a folia este ano. Para a titular da SPMJ, Fernanda Lordêlo, a dinâmica é importante para as crianças e adolescentes abrigados nas estruturas municipais. “Como essas crianças normalmente ficam do primeiro ao último dia, é necessário oferecer ludicidade através da pintura, da arte e da brincadeira. Então, estamos dando rotinas divertidas para que sintam menos a ausência das suas famílias e também tenham aqui um espaço de aprendizado e convivência”, pontua.
O encarregado e instrumentista da banda da Guarda Municipal, Leandro Magalhães, se mostrou bastante emocionado por levar um pouco mais de alegria para os jovens assistidos. “A gente trabalha com pessoas que, de alguma forma, não podem estar nos circuitos. É muito gratificante levar emoção e música para essas crianças, que estão em locais, de fato, acolhedores”, afirmou.
Acolhido na Escola Oswaldo Cruz desde o primeiro dia de folia, Victor Alves está pela terceira vez em um dos Caac’s montados para o Carnaval. O adolescente de 13 anos se esbaldou durante as tradicionais marchinhas. “É uma coisa muito boa. Eu estou feliz, me divertindo muito”, falou.
Redirecionamento – Em funcionamento desde 2018, os Caac’s receberam pela primeira vez duas crianças com 30 dias de vida durante o fim de semana. No processo de acolhimento na Escola Municipal Casa da Amizade, em Ondina, a SPMJ identificou que um dos bebês não possuía Registro Civil de Nascimento e fez o encaminhamento para que fosse devidamente registrada.
“Recebemos duas crianças com 30 dias, sendo que uma delas ainda estava sem registro de nascimento. A atenção das auxiliares de desenvolvimento intelectual, cuidadoras, assistentes sociais e psicólogos naturalmente foi maior com essas crianças e familiares. A partir deste fato inusitado, a gente vai construir a proposta de berçário de forma mais estruturada para o próximo ano”, comentou a titular Fernanda Lordêlo.
Objetivo – Os Caac’s recebem os filhos dos ambulantes, entre 0 e 17 anos, que vão trabalhar durante o maior Carnaval do mundo. O projeto é visto como referência no Brasil e já inspirou outras cidades, como Porto Seguro e Recife.
Fonte e Foto: SECOM