Diversas entidades demonstraram disposição em discutir “a cidade que queremos”
Com a presença de dezenas de representantes de entidades e movimentos sociais, mobilizados pelo Fórum a Cidade Também é Nossaa, a Bancada de Oposição na Câmara de Salvador promoveu, na manhã da última quarta-feira (19), a primeira de uma série de reuniões com a sociedade civil organizada para preparar o enfrentamento popular no processo de revisão do PDDU. Dirigido pela líder do colegiado, Aladilce Souza (PCdoB), o evento, que teve a participação dos 10 vereadores oposicionistas, definiu alguns temas que não podem ficar de fora do termo de referência do Plano Diretor, a exemplo do racismo ambiental, mobilidade urbana, regularização fundiária, preservação de áreas verdes, gabarito na orla para evitar sombreamento nas praias e aquecimento da cidade, revitalização do Centro Histórico e das ZEIS, e a contaminação por metais pesados na Baía de Todos-os-Santos.
“Esse é um debate que sempre acaba ficando restrito, não é popularizado. E o nosso esforço aqui é exatamente o contrário, fazer com que as pessoas entendam que o PDDU é um processo de planejamento, ao qual todos os cidadãos têm que ter acesso e ser consultados. Todo mundo tem direito à cidade e direito de dizer que cidade é que nós queremos. Então, o nosso movimento aqui é esse, começar a criar uma onda para discutir Salvador”, resumiu Aladilce. Além de novas reuniões em diferentes territórios, ficou acertada a convocação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) para uma audiência, com o objetivo de explicar os andamentos da comissão instalada pela prefeitura para iniciar o processo de revisão do PDDU, já que até o momento o projeto não foi enviado à Câmara.
Especulação imobiliária
Aladilce, Marta Rodrigues (PT) e Sílvio Humberto (PSB), que participaram da votação do PDDU em vigor, em 2016, lembraram da necessidade da sociedade acompanhar o processo legislativo, para tentar impedir que os interesses econômicos, sobretudo da especulação imobiliária, falem mais alto. Falaram também os vereadores Hamilton Assis e Eliete Paraguassú, do PSOL, Randerson Leal e João Cláudio Bacelar, do Podemos, Hélio Ferreira (PCdoB) e Felipe Santana (PSD). O deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) também foi representado no evento.
O coordenador do Fórum, Cláudio Mascarenhas, e o presidente do Instituto dos Arquitetos da Bahia, Daniel Colina, assim como outros dirigentes de movimentos sociais, defenderam a formação de um grupo técnico para acompanhamento de todo o processo.
Entre as entidades presentes, o CREA, Conselho de Arquitetura, Observatório de Mobilidade, Gambá, Federação de Associações de Bairros, Coordenação Nacional de Associações de Moradores, Movimento Sem Teto da Bahia, Coletivo Stella Maris, União por Moradias Populares, Avante Educação e Mobilização Social, SAJU da UFBA e o movimento de moradores do Morro Ipiranga.
Fonte: Ascom ver Aladilce Souza – PCdoB
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