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BB, Bradesco e Itaú lideram ranking dos bancos que financiam setores que desmatam

Mais cinco bancos brasileiros aparecem na lista dos top 30 globais de financiamento antiambiental: Banco do Nordeste, Banco da Amazônia, Sicredi, Banrisul e Grupo Safra

Instituições financeiras – inclusive as do Brasil – amam alardear sua preocupação com a sustentabilidade. Mas a prática desmente o discurso publicitário. Dia sim outro também o greenwashing de bancos mundo afora é escancarado. Seja financiando a indústria dos combustíveis fósseis ou outras atividades que agravam as mudanças climáticas e destroem a biodiversidade.

O mais novo antiexemplo está no relatório  “Financiando o colapso da biodiversidade: Rastreamento de bancos e investidores que impulsionam o desmatamento tropical”. O documento mostra que Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco lideram um ranking global das 30 instituições bancárias que mais concederam créditos para 159 empresas produtoras de commodities com risco de desmatamento que operam na América do Sul, Sudeste Asiático, África Central e Ocidental entre janeiro de 2018 e junho de 2024.

Disparado na liderança está o BB, controlado pelo governo brasileiro. Nesse período, o banco estatal destinou mais de US$ 95 bilhões, especialmente para os setores de soja (US$ 47 bilhões) e carne bovina (US$ 45 bilhões). Em seguida, vem o Bradesco (mais de US$ 14,5 bilhões) e o Itaú (US$ 12 bilhões), detalha o documento, produzido pela Coalizão Florestas e Finanças, aliança global de organizações da sociedade civil da qual a Repórter Brasil faz parte e que cobra o fim do financiamento a atividades predatórias em florestas tropicais.

E não para aí a presença de bancos brasileiros na “lista suja”. Também constam no top 30 global de financiamento antiambiental: Banco do Nordeste (5° lugar) e Banco da Amazônia (7º), também controlados pelo governo federal; Sicredi (20º); Banrisul (21º), controlado pelo governo do Rio Grande do Sul; e Grupo Safra (24º). 

O estudo analisou fluxos de créditos e participações em financiamentos a 300 empresas de seis setores de commodities – soja, carne, óleo de palma, papel e celulose, borracha, soja e madeira. São segmentos cuja produção se dá sob alto risco de desmatamento de florestas tropicais, perda de biodiversidade e violações de Direitos Humanos.

“A grande maioria dos créditos – 70% – vai para a América do Sul, com as indústrias da soja e da pecuária bovina recebendo a maior fatia. Esse financiamento alimenta diretamente a destruição da Floresta Amazônica, um dos ecossistemas mais importantes da Terra”, explicou Merel van der Mark, coordenadora da Coalizão Florestas e Finanças.

Segundo o levantamento da Coalizão, desde a aprovação do Acordo de Paris em 2015 as maiores instituições bancárias do mundo financiaram em mais de US$ 395 bilhões os seis setores pesquisados. Mais de um quinto desse total (US$ 77 bilhões) foi desembolsado apenas entre janeiro de 2023 e junho de 2024.

Fonte: ClimaInfo
Foto: Divulgação

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