O clima de Carnaval já está tomando conta das ruas de Salvador. No domingo (9), os foliões entraram no ritmo da festa com a apresentação do Boi da Macuca, grupo de cultura popular de Pernambuco, que cobriu as ladeiras do Pelô com cor, alegria e a energia contagiante do frevo. O movimento, que foi acompanhado por soteropolitanos e turistas, além de celebrar o Dia Nacional do Frevo, representou a unidade da diversidade das manifestações culturais nordestinas. O evento contou com o apoio da Prefeitura de Salvador, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM).
“Hoje é comemorado o aniversário do frevo, e vir aqui para Salvador nesse dia é muito especial por conta de toda a relação que existe entre os dois carnavais”, afirma o diretor do Boi da Macuca, Rudá Rocha. Ele explica que o elo entre as duas folias se dá pela história do nascimento do trio elétrico, da guitarra baiana e do frevo baiano, reverenciando a importância de Dodô, Osmar, Armandinho e Moraes Moreira, desde a origem até o fortalecimento dessas expressões.
A passagem do Boi da Macuca por Salvador foi marcada também por emoção e saudosismo, sentimentos presentes nos pernambucanos que foram adotados pela Bahia. É o caso de Samantha Casemiro, que desembarcou em Salvador há um ano, após ser aprovada em um concurso público.
“É uma emoção muito grande. Ano passado eu não consegui viver o Carnaval de Pernambuco, eu não sabia que ia ser meu ‘último’. Eu passei no concurso, vim pra cá, então agora depois de um ano eu vou matar a saudade do que é o frevo, nessa terra que eu também amo”, declara.
Apesar do amor pelo frevo, Samantha não esconde a vontade de viver o Carnaval de Salvador. “Tô ansiosa. Isso aqui já tá me dando uma alegria, já tá me botando no pique”, afirma.
O sentimento da pernambucana Xênia Nascimento, que está há três anos morando em Salvador, também entrou no ritmo envolvente da orquestra de frevo. “A emoção é muito grande ao ver a união PeBa (junção das iniciais dos nomes dos dois estados: Pernambuco e Bahia) que está acontecendo aqui hoje”, diz.
Deixando a polêmica que divide Bahia e Pernambuco em relação ao título de maior e melhor carnaval, Xênia exaltou a união entre as culturas: Nós estamos unindo aqui o melhor dos dois mundos, isso é maravilhoso. A gente está aqui em Salvador, com o pessoal da minha terra, fazendo essa mistura que dá certo”, completa.
Mas o coração da Bahia é enorme e o frevo pernambucano é democrático. Por isso, o Boi da Macuca reuniu por aqui brasileiros de outras terras. Natural de Belém (PA) e há quatro anos residindo em Salvador, Juliana Bassal já morou em Recife. Portanto, ela é uma verdadeira especialista nas manifestações dos dois estados.
Neste domingo, Juliana teve a oportunidade de consumir tudo isso em um dia só. “Estamos unindo aqui a animação que eu sempre encontrei em Recife com a diversão do baiano e, por que não, do paraense também. Então, só posso dizer que essa mistura é massa”, declara.
Fonte: Ascom/FGM
Foto: Caio Lírio