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Brasil cai cinco posições em ranking de ação climática

Climate Change Performance Index mantém três primeiras posições vagas porque países ainda precisam acelerar ações para alinhar-se ao limite de temperatura do Acordo de Paris

A energia renovável está progredindo em quase todos os países com altas emissões de gases de efeito estufa. Mas, ao mesmo tempo, há tendências de prolongamento do modelo de negócios de combustíveis fósseis, com destaque para o gás fóssil. É o que mostra o Climate Change Performance Index (CCPI) 2025, elaborado por Germanwatch, NewClimate Institute e CAN International.

Como nos anos anteriores, as três primeiras posições permanecem vagas no CCPI, destaca o New Climate Institute. Isso porque os países ainda precisam acelerar suas ações climáticas para se alinharem ao limite de aumento de temperatura de 1,5oC sobre os níveis pré-industriais estabelecido no Acordo de Paris.

A Dinamarca continua sendo o país mais bem classificado (4º lugar). Foi também o único país a alcançar um desempenho elevado na avaliação de políticas climáticas. Mesmo assim, não teve um desempenho suficientemente bom para obter uma classificação geral muito alta.

O país nórdico é seguido pela Holanda (5º lugar), embora o novo governo sinalize perspectivas negativas para as políticas climáticas. Já o Reino Unido foi o grande destaque deste ano, subindo para o 6º lugar. O abandono do carvão e o compromisso do governo de não conceder novas licenças para projetos de combustíveis fósseis foram fatores-chave para essa ascensão.

O Brasil caiu cinco posições no ranking e aparece na 28ª posição no CCPI 2025, figurando entre os países de desempenho médio, informa o Valor. Assim como no ano anterior, o país mostra um desempenho misto nas principais categorias do CCPI, com uma classificação média para Energia Renovável, Uso de Energia e Política Climática, e baixa para Emissões de GEE.

Apesar da queda, o relatório destaca que as políticas climáticas incentivadas pelo presidente Lula desde que assumiu o cargo em 2023 têm sido eficientes e fizeram o Brasil caminhar com planos para cumprir as metas climáticas, com a divulgação de uma NDC ambiciosa para 2035 [na avaliação do CCPI, que fique claro], assim como de um Plano Clima.

Os maiores emissores do mundo, China e EUA, ficaram em posições muito baixas [55ª e 57ª, respectivamente], relata o Euronews. Entre as nações do G20 – que respondem por 75% a 80% das emissões globais –, apenas Reino Unido e Índia [10ª] tiveram alto desempenho, faixa que vai até a 15ª posição do CCPI.

Os responsáveis pelo índice reforçam que os esforços climáticos não são visíveis em todos os lugares. O exemplo da Argentina (59º lugar), uma das maiores quedas no CCPI deste ano, demonstra como uma mudança de governo pode levar a um retrocesso.

Os quatro últimos colocados no CCPI são Irã (67º), Arábia Saudita (66º), Emirados Árabes Unidos (65º) e Rússia (64º). Todos estão entre os maiores produtores de petróleo e gás fóssil do mundo. A participação de renováveis em suas matrizes energéticas é inferior a 3%. Além disso, não mostram sinais de transição para longe dos combustíveis fósseis.

Em tempo: Os Estados Unidos e a Índia fizeram o maior progresso entre os países do G20 na implementação de políticas climáticas desde o Acordo de Paris, segundo um estudo do Climate Action Tracker encomendado pelo The Guardian. Nos últimos nove anos, o G20 introduziu políticas que poderão reduzir as emissões de CO2 em 6,9 gigatoneladas até 2030, mostra o relatório. Embora isso não seja suficiente para manter o aquecimento global dentro da meta de Paris de 1,5°C a 2°C, os autores do estudo dizem que é uma melhoria substancial em relação ao que foi previsto em 2015, mostrando que as Conferências do Clima, apesar de suas muitas falhas, tiveram algum efeito na redução dos perigos climáticos que o mundo enfrenta.

Fonte: ClimaInfo
Foto: Ari Versiani / PAC

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