BrasilMeio AmbientePreservação AmbientalSustentabilidade

Brasil precisa reduzir emissões de GEE em 92% até 2035, diz Observatório do Clima

Observatório do Clima apresenta proposta de nova NDC brasileira para o Acordo de Paris, com alinhamento de metas nacionais ao limite de 1,5oC de aquecimento

Para ajudar de fato a limitar o aumento da temperatura média global em 1,5oC neste século, o Brasil deve reduzir suas emissões líquidas em pelo menos 92% até 2035 em relação a 2005, limitando-as a 200 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e). Essa é a proposta apresentada na última segunda  feira (26) pelo Observatório do Clima (OC) para a nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil para o Acordo de Paris.

O documento sistematiza as contribuições de dezenas de organizações da sociedade civil brasileira, que passaram meses discutindo caminhos potenciais para o Brasil reduzir efetivamente suas emissões de gases de efeito estufa. Como todas as demais Partes do Acordo de Paris, o Brasil deve apresentar uma nova versão de sua NDC até fevereiro de 2025. 

A proposta de NDC está em linha com os objetivos do Acordo de Paris de conter o aquecimento global em 1,5oC ou, no máximo, 2oC em relação aos níveis pré-industriais. Nesse sentido, o OC propõe que o Brasil reduza suas emissões líquidas de gases de efeito estufa de 2,440 bilhões de tCO2e em 2005 para 200 milhões de tCO2e.

Para viabilizar essa redução, a NDC do OC se apoia em cinco pilares principais: 

  • a redução do desmatamento a quase zero em todo o país (limitado a um máximo de 100 mil hectares por ano a partir de 2030); 
  • a recuperação do passivo do Código Florestal, de 21 milhões de hectares de cobertura vegetal; 
  • o sequestro maciço de carbono no solo pela forte expansão de práticas agropecuárias de baixo carbono; 
  • o abandono dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos; e 
  • a melhoria na gestão de resíduos. 

O OC também indicou possibilidades para aumentar a ambição da meta de 2030 e iniciar a eliminação gradual dos combustíveis fósseis no Brasil. Nesse último ponto, o OC propõe uma redução de 42% no consumo brasileiro de energia fóssil – 80% para carvão mineral, 38% para derivados do petróleo, e 42% para gás fóssil. 

Além de medidas de mitigação, a proposta de NDC apresentada pelo OC sistematiza também ações de adaptação climática, como o desenvolvimento de novos cenários de avaliação de risco climático e a inclusão da análise de impacto e risco climático em todo o orçamento público. A proposta também sugere a realização de um grande diagnóstico sobre perdas e danos no Brasil, a ser feito nos próximos dois anos.

“O que propomos aqui não é nada menos que uma transformação da economia brasileira. Parece radical, mas o mundo está em um momento de radicalização da emergência climática. Como resultado de décadas de inação, todos os países terão de investir ao mesmo tempo em cortes agudos de emissão e em medidas amplas de adaptação climática”, explicou Claudio Angelo, coordenador de política internacional do OC.

As sugestões do OC para a nova NDC brasileira sob o Acordo de Paris tiveram grande destaque na imprensa, com matérias na Agência BrasilBrasil de FatoCapital Resetg1SBT e Um Só Planeta, entre outros.

Fonte: Clima Info
Imagem de Ralf Vetterle por Pixabay

Related posts

Mercado financeiro eleva projeção da inflação de 5,9% para 5,96%

Fulvio Bahia

Pesquisadores depositam patente no INPI para tratar câncer de mama

Fulvio Bahia

Campanha “Juntos pela Bahia” enfrenta a Pior Seca em 40 Anos

Fulvio Bahia

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Nós assumimos que você concorda com isso, mas você pode desistir caso deseje. Aceitar Leia Mais