Os ursos abriram a semana impondo uma leve queda de menos de 1% no preço do Bitcoin que não muda o cenário no qual os touros estão em busca de um rompimento de US$ 100 mil
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin BTC está cotada na manhã desta segunda-feira (5), em R$ 538.148,34. Os ursos abriram a semana impondo uma leve queda de menos de 1% no preço do Bitcoin que não muda o cenário no qual os touros estão em busca de um rompimento de US$ 100 mil.

Análise macroeconômica Bitcoin
Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, destaca que esta será uma semana pode ser decisiva para o Bitcoin com dados da economia americana atuando como catalisadores.
“O BTC precisa de um fator para impulsionar seu preço nesta semana após o governador de Arizona rejeitar a proposta de uma reserva de Bitcoin no estado. Acredito que temos chances de retomar o nível de US$ 100 mil ao longo dos dias se conseguirmos tocar novamente em US$ 97 mi”, disse.
Uma análise da Coinbase destaca que o mercado cripto encerrou o mês de abril em alta em relação ao mês anterior, refletindo um momento positivo para o setor. No campo regulatório, a retirada de duas declarações conjuntas sobre a atividade de criptoativos relacionadas a bancos sinaliza uma mudança significativa de postura por parte dos reguladores norte-americanos.
A Coinbase acredita que essa flexibilização representa um distanciamento da abordagem anteriormente mais restritiva do Fed, abrindo espaço para que instituições bancárias possam atuar com maior liberdade no setor cripto, sem necessidade de aprovação prévia.
“Esse movimento tem potencial para reduzir barreiras institucionais relevantes, permitindo o desenvolvimento de soluções como custódia de criptoativos, plataformas de ativos tokenizados e redes de pagamento em criptomoedas”, afirmou Fabio Plein, diretor regional para as Américas da Coinbase.
Já André Franco, CEO da Boost Research, destaca que os mercados futuros dos índices americanos começam o dia em leve queda, após uma sequência histórica de ganhos, com o S&P 500 registrando sua maior série de vitórias desde 2004.
“Na semana passada, o foco do mercado esteve no relatório de empregos de abril, que apontou a criação de 177.000 vagas. Agora, as atenções se voltam para a reunião do Federal Reserve, marcada para quarta-feira, que apesar das preocupações com a inflação e as tarifas, há expectativa de que o Fed possa sinalizar possíveis cortes nas taxas de juros. No curto prazo, o impacto sobre o Bitcoin tende a ser levemente negativo, acompanhando a movimentação do mercado de ações enquanto aguarda o desfecho da reunião do Fed”, afirmou.
Análise técnica Bitcoin
Com um forte crescimento no hashrate, saídas constantes de BTC das corretoras e entrada líquida em ETFs à vista, o preço do Bitcoin encontrou sustentação na faixa de US$ 92 mil. Para o analista Axel Adler Jr., da CryptoQuant (Adler’s Crypto Insights), esse cenário técnico é sólido, mas o comportamento dos investidores dependerá do tom adotado pelo Federal Reserve na próxima quarta-feira, quando ocorrerá a aguardada reunião de política monetária.
“Enquanto o mercado aguarda o Fed, o BTC deve oscilar entre US$ 92 mil e US$ 98 mil”, afirma Adler. “Se o discurso for dovish, a porta se abre para um teste rápido dos US$ 100 mil. Já um tom hawkish pode fazer o preço recuar temporariamente para a faixa de US$ 90 mil a US$ 92 mil, onde está o suporte-chave”.
O analista vê essa estabilidade como uma preparação para o próximo movimento. “Os ursos tentaram romper os US$ 92 mil, mas sem sucesso. Isso mostra que o suporte nessa região está sólido e que os touros ainda controlam o jogo”, afirma.
Segundo Adler, o nível de resistência mais importante está em US$ 98 mil.
“Se o preço ultrapassar essa marca com aumento de volume, o teste dos US$ 100 mil será inevitável”, projeta. Para o analista, o comportamento dos derivativos também reforça esse cenário. O volume de call options está crescendo nas faixas entre US$ 100 mil e US$ 120 mil, com destaque para US$ 115 mil. Em contrapartida, o interesse por put options em faixas acima de US$ 85 mil vem diminuindo.
A base fundamental também parece sólida. O hashrate da rede Bitcoin subiu 19,19% na semana, refletindo a entrada de novos equipamentos de mineração. “Isso melhora a segurança da rede e mostra que os mineradores estão confiantes na continuidade da tendência de alta”, diz Adler.
Além disso, as reservas de BTC nas exchanges caíram 0,68%, sugerindo que investidores estão movendo suas moedas para carteiras privadas, em vez de se prepararem para vender. “A queda no volume de transferências e no número de carteiras ativas aponta para um comportamento típico de hold, não de venda”, complementa.

No agregado, o valor de mercado do BTC cresceu 1,31% e o preço médio subiu 1,81% em sete dias, fechando em torno de US$ 95.880.
O gráfico de entrada de BTC nas exchanges revela que os fluxos se mantêm estáveis em torno de 30 mil BTC por semana, longe dos picos que precederam correções no passado. “Não vemos sinais de distribuição de moedas. Isso é típico de um crescimento mais orgânico e sustentável”, afirma Adler.

Outro dado relevante é o comportamento de investidores de varejo com saldo até US$ 10 mil. Segundo Adler, esse público ainda não demonstra entusiasmo. “Quando esse grupo fica eufórico, geralmente é sinal de topo. O fato de estarem neutros é um bom indicativo de que o mercado segue saudável.”
Para Adler, o mercado agora aguarda a reunião do Fed na próxima quarta-feira. “Até lá, o Bitcoin deve seguir entre US$ 92 mil e US$ 98 mil”, projeta. O analista explica que a leitura do mercado será binária: se o Fed sinalizar um tom dovish, o preço pode rapidamente romper os US$ 100 mil e buscar US$ 105 mil. Caso contrário, uma retórica hawkish pode gerar uma correção até a região dos US$ 90 mil a US$ 92 mil, onde o suporte segue forte.
Na mesma linha, Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, aponta que ao atingir a faixa de preço de US$ 97.427, o preço do Bitcoin acumulou uma alta de +30% entre os períodos de 06 abril a 01 de maio.
“Se houver continuidade da alta, o preço da principal criptomoeda do mercado poderá atingir as resistências de curto e médio prazo que estão nas regiões de liquidez dos US$ 98.800 e US$ 105.140. No entanto, caso entre força vendedora e reverta o movimento de alta, os suportes de curto e médio prazo estão nas áreas de valor dos US$ 93.400 e US$ 84.500”, disse.
Portanto, o preço do Bitcoin em 05 de maio de 2025 é de R$ 538.148,34. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0018 BTC e R$ 1 compram 0,0000018 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 05 de maio de 2025, são: Virtual Protocols (VIRTUAL), Sui (SUI) e Flare (FLR) com altas de 12%, 7% e 6% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 05 de maio de 2025, são: Tokenize Xchange (TKX), Toncoin (TON) e Mantle (MNT), com quedas de -4,5%, -2,1 e -2% respectivamente.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil e do Caderno Baiano. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão.
Fonte: CoinTelegraph
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