Os touros recuperaram parte do valor do BTC, com uma nova alta de 1%, praticamente eliminando a queda do dia anterior, agora a expectativa dos traders é um novo teste em US$ 94 mil durante o final de semana.
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin – BTCestá cotada na manhã desta sexta-feira (25) em R$ 534.852,20. Os touros recuperaram parte do valor do BTC, com uma nova alta de 1%, praticamente eliminando a queda do dia anterior, agora a expectativa dos traders é um novo teste em US$ 94 mil durante o final de semana.

O Bitcoin registrou ontem o maior volume de posições alavancadas da história, somando US$ 8,41 bilhões em apenas um dia. No entanto, US$ 2,4 bilhões dessas posições já foram encerradas nas últimas 24 horas, segundo Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin.
Para ele, esse movimento pode indicar que formadores de mercado estão encerrando posições compradas, ursos foram estopados ou houve liquidações diretas. Apesar disso, o volume no mercado à vista continua baixo, o que levanta preocupações.
“Há uma exposição comprada agressiva no sistema, mas o volume spot fraco é um sinal de alerta. Se os formadores de mercado começarem a desmontar posições, podemos ver uma volatilidade selvagem”, alertou Aragão.

Olhando para o cenário macroeconômico, Beto Fernandes, analista da Foxbit destaca que a SEC está realizando algumas reuniões com empresas do setor cripto para discutir o futuro da regulamentação deste mercado nos Estados Unidos. Conforme as conversas forem se tornando públicas, podemos ter uma ideia melhor de como este processo está caminhando e se ele será positivo ou não à indústria.
“Até lá, vai seguir no radar dos investidores os próximos passos do tarifaço de Trump. Por enquanto, a guerra comercial não dá sinais de trégua, e as contradições do governo norte-americano têm pressionado bastante o dólar. Isso, em contrapartida, traz uma perspectiva positiva para o BTC.
Afinal, se essa semana foram quase 10% de ganhos para a criptomoeda, o DXY chegou a perder quase 1,5% no mesmo período, atingindo uma mínima de três anos. Esse cenário vai de encontro com a velha narrativa de que se o dólar cai, o BTC tende a subir”, disse.
Rodrigo Miranda, criador da Universidade do Bitcoin, afirma que o BTC está buscando transformar US$ 92 mil como novo suporte para então impulsionar o ativo para US$ 96 mil e depois US$ 98 mil.
“O mercado rompeu esse ponto, que é onde a tendência de curto prazo vira, de baixa para alta, e agora os touros estão conseguindo manter o Bitcoin acima desse preço, então, isso é muito positivo. O Bitcoin conseguiu se consolidar, agora, o próximo alvo é US$ 96 mil e US$ 98 mil, e isso está ajudando na alta das altcoins. Muitas altcoins, que estavam no fundo, estão começando a dar sinais de recuperação. Vamos ficar de olho, nos próximos dias, para Polkadot, Uniswap, Chainlink, Solana e Ethereum”, destaca.
André Franco, CEO da Boost Research, aponta que os mercados futuros dos EUA e os mercados asiáticos iniciam o dia em alta, impulsionados pelo avanço nas negociações comerciais entre EUA, Coreia do Sul e Japão, além da sinalização da China de que pode suspender tarifas sobre importações americanas.
“Esse cenário, aliado à possibilidade de cortes antecipados nas taxas de juros pelo Federal Reserve, contribui para um ambiente de otimismo nos mercados. No caso do Bitcoin, o impacto de curto prazo é positivo, refletindo o sentimento otimista dos investidores e as expectativas de uma possível redução na taxa de juros na próxima reunião do Fed, fator que tende a aumentar a liquidez e favorecer ativos de risco.
Adicionalmente, as pressões inflacionárias projetadas reforçam o papel do Bitcoin como proteção contra a inflação, embora os efeitos de médio prazo ainda dependam das condições econômicas mais amplas”, afirma.
SEC e Bitcoin como reserva de valor
Para Isac Honorato, CEO do Cointimes, a pergunta agora não é mais se o BTC será aceito como reserva de valor, mas quando isso será tratado como norma entre os grandes investidores.
“O Bitcoin não está mais à margem do sistema. Ele está na mesa de governos, nos portfólios institucionais e no centro do debate sobre o futuro financeiro global”, afirmou o executivo.
Segundo ele, a recente alta do Bitcoin não acontece isoladamente. Um conjunto de fatores macroeconômicos ajuda a explicar esse movimento. O dólar acumula quase 10% de desvalorização no ano, pressionado por tensões entre Estados Unidos e China. Ao mesmo tempo, o S&P 500 segue em queda, forçando uma migração de capital para ativos alternativos.
Além disso, o open interest nos contratos futuros de Bitcoin atingiu níveis recordes, indicando um crescimento significativo no interesse institucional — mesmo em um cenário ainda considerado cauteloso.
“Mais do que uma simples alta de preço, o que estamos vendo é uma mudança de paradigma. O BTC deixou de ser marginal para ocupar o mesmo patamar do ouro como proteção em tempos instáveis”, destacou Isac.
Outro fator determinante para o novo ciclo de valorização é a chegada de Paul Atkins à presidência da SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA. Seu discurso inicial já apontou para um ambiente mais receptivo à inovação:
“Vou garantir uma base regulatória firme, coerente e com princípios, que estimule a inovação sem comprometer a segurança dos investidores”, declarou Atkins em sua posse.
A comunidade cripto reagiu com entusiasmo. Figuras como Michael Saylor, o influenciador Thiago Nigro e até o chatbot Grok, da xAI (empresa de Elon Musk), celebraram a nova postura da SEC.
“A diferença entre quem lucra e quem apenas observa está em uma palavra: ação. A próxima perna de alta pode estar prestes a começar e, quando isso acontecer, não vai esperar ninguém”, alertou Isac Honorato.
Alta não é sustentável
Divergindo das posições otimistas, Innokenty Isers, CEO da Paybis (Crypto Exchange), destaca que o recuo do BTC para US$ 93 mil, após um teste em US$ 94 mil, revela que a recebe recuperação pode não ser sustentável.
“A perspectiva atual do mercado sugere que o preço do Bitcoin pode enfrentar uma resistência mais forte no futuro. Nos últimos dois meses, a incerteza em torno da guerra tarifária desencadeou uma preocupação incomum entre os investidores, já que muitos decidiram se afastar temporariamente de ativos mais voláteis como o Bitcoin.
Além disso, o Federal Reserve (Fed) destacou os riscos inflacionários que a guerra tarifária pode trazer. Apesar dessa perspectiva, há indícios claros de acúmulo sustentado de BTC por investidores institucionais e baleias do mercado”, disse.
Análise Bitcoin
Após tocar os US$ 95 mil, o ativo digital entrou na chamada “resistência de tempo gráfico elevado” (HTF), que vai até os US$ 100 mil, segundo avaliação de Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR.
“Ainda estamos enfrentando resistência entre 95 e 100 mil. Estou de olho em uma possível reversão se tivermos mais uma tentativa de alta”, afirmou Mike.
Apesar da expectativa de um movimento de retorno, Ermolaev pondera que não está operando com base em uma reversão obrigatória. Para ele, trata-se apenas da configuração mais favorável caso o mercado ofereça esse sinal.

O analista detalhou dois cenários prováveis a partir da atual zona de resistência. O primeiro é o cenário de reversão, no qual o preço atinge a marca de US$ 95 mil e sobe até cerca de US$ 96.400, que seria o meio da zona de oferta.
“Se houver rejeição após esse ponto e o preço voltar para dentro da faixa anterior, isso indicaria uma falha em expandir a alta. Nesse caso, procuraria por posições vendidas mirando US$ 90 mil e US$ 87.200”, explicou.
No cenário de continuação, o Bitcoin rompe a resistência e consolida acima sem apresentar sinais de reversão. Para Mike, esse movimento exigiria cautela.
“Não pretendo operar esse cenário. Prefiro esperar até que o mercado rompa claramente os US$ 100 mil ou realize um falso rompimento seguido de rejeição”, disse.
Ermolaev também comentou sobre a expectativa para os próximos dias. Ele projeta uma movimentação lateral enquanto o mercado digere a última alta.
“Não ficaria surpreso se passarmos o fim de semana entre 91 e 94 mil, a menos que algo significativo ocorra durante o pregão de Nova York.”
Mercado entra em fase de consolidação
Após um início de dia instável, os ativos digitais se recuperaram fortemente. O Bitcoin retomou seu topo semanal, atingindo US$ 93.500, enquanto Ethereum (ETH) e Solana (SOL) seguem abaixo das máximas recentes.Para Valentin Fournier, analista-chefe da BRN, o movimento reforça a estratégia atual da empresa, com foco claro no BTC.
“A recuperação confirma nossa posição: exposição reduzida, mas com sobrepeso em Bitcoin”, afirmou Fournier.
Os ETFs seguem atraindo aportes significativos, mesmo após dois dias com entradas próximas a US$ 1 bilhão. Na sessão mais recente, os ETFs de Bitcoin captaram US$ 442 milhões, enquanto os de Ethereum somaram US$ 63,5 milhões. Segundo Fournier, o volume menor indica uma rotação saudável.
“Os dados mostram que o apetite institucional permanece forte, mesmo com investidores de varejo realizando lucros e adotando uma postura mais cautelosa”, explicou.
Além dos ETFs, o movimento de empresas comprando Bitcoin ganhou força. A Strategy continua acumulando, e a MetaPlanet superou a marca de 5.000 BTC. Mas o destaque ficou com o lançamento da TwentyOne, nova entidade focada em BTC com apoio da SoftBank, Tether e Cantor Fitzgerald. O fundo já nasceu com 42.000 BTC sob custódia, mirando replicar o modelo da Strategy.
“Apesar de diluir a relação entre capital de mercado e BTC por empresa, o surgimento da TwentyOne fortalece o argumento de demanda institucional duradoura e suporte a preços mais altos”, observou Fournier.
Após uma sequência de altas, o mercado agora entra em um período de consolidação. A BRN projeta um intervalo de US$ 90 mil a US$ 95 mil nas próximas semanas, com possíveis recuos até US$ 87 mil, antes de um novo rali em direção aos US$ 100 mil.
“Mantemos a exposição atual enquanto aguardamos pontos de entrada mais favoráveis”, concluiu Fournier. “Bitcoin segura as máximas da semana e atrai tanto ETFs quanto compras corporativas.”
Portanto, o preço do Bitcoin em 25 de abril de 2025 é de R$ 534.852,20. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0018 BTC e R$ 1 compram 0,0000018 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 25 de abril de 2025, são: Sui (SUI), Stacks (STX) e The Graph (GRT) com altas de 21%, 17% e 15% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 25 de abril de 2025, são: Tokenize Xchange (TKX), Tether Gold (XAUT) e Curve DAO (CRV) com quedas de -2,7%, -1 e -0,9% respectivamente.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil e do Caderno Baiano. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão.
Fonte: CoinTelegraph
Imagem: Pxhere